EDITADO, 29/12/19.
Gotham City, 09:00
Gordon's House
Um. Dois. Três.
O relógio antigo pendurado na parede de madeira refinada fazia um barulho um tanto irritante — até um pouco assustador, já que a imensidão dos corredores do lugar deixava qualquer ruído mais alto do que deveria.
— A gente não deveria estar aqui. — um capanga magricelo diz em meio aos outros.
— Tá com medo? — Espantalho rebate com aquele tom perverso e melancólico que lhe era costumeiro.
— Calem a merda da boca! — o flagelo de Gotham ordena com sua glock dourada em mãos.
Durante as semanas que se passaram, Coringa andou extremamente nervoso. Frio, calculista, impiedoso, um pouco menos piadista, como se tivesse perdido um pouco daquele ar cômico que era a sua marca registrada. Ele tinha que admitir que Harley Quinn lhe fazia falta, sentia falta de maltrata-la e de ouvir sua voz irritante.
— O que nós estamos procurando mesmo? — atrás de Coringa, Jonny indaga indisposto.
Harley.
— Eu já disse pra calar a boca! — se vira para Jonny trincando os dentes enquanto repetia a fala. — Sei bem o que estou fazendo.
Harley fazia mais falta do que deveria fazer.
Por mais que alguém o torturasse, ele nunca iria admitir que apenas estava ali para procurar informações sobre o paradeiro de Harley. Ele queria ela, nem que fosse para irritá-lo. Sem dúvidas nenhuma Harley era a obsessão mais grande dele, depois do Batman.
Antes de poder agredir Jonny, um estalo metálico se formou no ar, atraindo a atenção de todos para a porta alta em frente a todos. O Comissário Gordon estava em casa.
Mas não estava seguro.
— Abre a porta. — Coringa sussurrou rindo para Espantalho.
Em um empurrão, Espantalho chutou a porta que caiu para o lado de dentro do apartamento. O Comissário pulou do sofá se assustando com os homens fantasiados que entravam pela porta, e antes de Gordon poder sacar a pequena arma que estava no cós de sua calça, Coringa apontou a sua arma para ele.
— Calma, James. — ele sibilou sorrindo. — Não vou te machucar — pausou. —, preciso de você pra ajudar o morcego.
Embora James Gordon estivesse um tanto alterado, não demonstrou nada em seu rosto em relação à isso, a não ser, a raiva que sentia pelo palhaço.
— O que você quer? — com as mãos levantadas, ele perguntou um tanto frio.
— Assim tão direto? — debochou. — Sem abraço nem beijo?
A piada de Coringa fizeram todos rirem, enchendo o ambiente de gargalhadas descompassadas, fazendo o estômago de Gordon se retesar ainda mais. Aquilo era no mínimo desconfortável, muito doentio.
— Sabe Gordon... — Coringa entrou para dentro do apartamento e se sentou no sofá de couro da sala, apontando o cano da arma para a outra extremidade. Gordon entendeu o recado e se sentou também. — Andou acontecendo algumas coisas comigo ultimamente, coisas realmente muito chatas.
Ele disse fatigado e Gordon pensou em milhões de formas de deixar Coringa irritado, nenhuma delas eram agradáveis.
— Um imbecil tentou me derrubar, roubou meu dinheiro e até hoje eu não o encontrei. — fez uma careta de dúvida, pensando novamente aonde o dinheiro poderia estar. — Depois o Jonny Jonny aqui se deixou levar pelas provocações da minha... — Coringa se atrapalhou tentando encontrar a palavra certa enquanto lançava um olhar mortal para Frost. — Minha namorada, ou qualquer outra merda que você prefira. Conhece ela?
— Harley Quinn. — Gordon diz fixo em Coringa.
— Essa mesma! Garotinha irritante... — o palhaço trinca os dentes se lembrando do ocorrido à algumas semanas atrás. — Mas é a única que eu tenho. E eu quero ela de volta.
Gordon passa a mão esquerda na barba rala em seu rosto, um tanto confuso.
— O que eu tenho a ver com isso? Pelo o que eu me lembro não estou tentando separar os dois.
Coringa gargalha.
— Não, não, Jimmy — Coringa abre mais os olhos, agora falando lentamente. — Quero que me ajude à encontrar ela. Mandei meus capangas trazê-la de volta, e os incompetentes só me chegaram com um dos saltos dela. — apontou para si mesmo. — Acredite, até mesmo eu fui atrás da bonequinha e não consegui achá-la.
— Não posso te ajudar.
— E porque não? Não é isso que os policiais fazem!? Eles ajudam as pessoas? — perguntou sarcástico.
— Não pessoas como você. — Gordon diz com um tom áspero nas palavras.
Jonny alivia a própria tensão desprendendo a arma de suas mãos, voltando o olhar repetidamente para Coringa e depois para Gordon.
— Pessoas como eu. — Coringa diz para si mesmo, tentando achar graça nas palavras. — Quem dera se as pessoas fossem como eu.
Gordon suspira cansado, pedindo permissão para se levantar e logo após pegando o seu celular que estava na pequena estante do apartamento. Ele digita algo rapidamente, em seguida virando a tela para que Coringa pudesse ver a imagem meio apagada que se formava na tela.
— A única imagem que foi captada pelo Departamento de Polícia de Gotham. — Ele bate com os dedos na tela. — Foi captada por uma câmera de segurança pela última vez nos arredores de Dixon Doc.
Coringa apoia os braços nas pernas pegando o celular da mão de Gordon.
— O que você fez pra ela ir embora? — Gordon pergunta interessado no assunto, mas com um leve deboche na voz.
— Ela não foi embora. — diz irritado. — Você sabe como são as mulheres, sempre colocam a culpa nos homens.
Espantalho tosse tentando disfarçar a pequena risada que insistia em querer sair de sua boca.
— Gordon, são coisas de garotas. — Crane murmura desconsolado.
— Já tenho o que preciso. — Coringa diz e se levanta. — Vamos.
Espantalho dá palminhas nas costas de Gordon tentando falhadamente soar simpático. Coringa recolhe sua arma e prende novamente no coldre em seus ombros.
E antes que todos os capangas pudessem sair do apartamento, James o chama uma última vez.
— Se queria essa informação, porque você não procurou o próprio vigilante de Gotham? — diz mantendo os olhos em Coringa. — Tenho certeza que ele adoraria te ver. — termina com deprezo.
Talvez ele estivesse apenas fazendo uma piada, ou, simplesmente fazendo uma pergunta aleatória, mas Coringa parou para responder, ele parecia mais sério do que nunca. Gordon se arrepende de ter à feito.
— Não sou eu quem vou atrás dele. — o palhaço exala sua fala calma pelo pequeno apartamento. — Ele que vem atrás de mim.
E depois ele sorri. Jonny berra algo para Coringa mas ele ignora, voltando o olhar para Gordon mais uma vez. Sorrindo abertamente, fazendo seus dentes de prata brilharem pela sala.
— Diz pra Babs que eu mandei... — abre mais o sorriso. — Lembranças.
Ele apenas da meia volta e não espera para ver a reação de James Gordon, apenas sai do local batendo a porta fortemente, deixando o comissário totalmente desconcertado com o nítido fragmento de sua filha baleada. Bem ali, naquela casa.
Lar, doce, lar.
• • •
obs: Na hq A Piada Mortal, Coringa baleia Bárbara Gordon à deixando paraplégica, e depois abusa sexualmente da mesma.
All the love.
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ROTTEN OF DAMAGED, jarley
FanfictionPODRE DO DANIFICADO [+16] A calma fascinante do inferno nos olhos dele a atraiam para perto como nunca. O contraste dos olhos esmeraldas banhados à um verde estonteante, e os lábios de um vermelho rubro, eram marcados pelo passado esquecido, pel...