2. Uma chance para acreditar

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*Eren*

A sala era plenamente iluminada, tudo nela era branco, as paredes, a maca, os revestimentos de couro tanto da cadeira da doutora quanto das duas à frente de sua mesa, tudo ali parecia normal, exceto o rosto daquela mulher.

Durante um longo período da minha vida eu tive pesadelos impressionantes, extremamente realísticos. No inicio eu achava que eles poderiam ser reais, eu era uma criança e achava que as criaturas poderiam aparecer a qualquer momento; ninguém se importou com meus gritos noturnos, naquele orfanato as crianças não se importavam com o que se passava com os colegas e os funcionários também não davam grande importância para as crianças. Nestes pesadelos eu lutava contra monstros horríveis, junto com pessoas que eu nunca cheguei a ver o rosto, no calor das batalhas elas eram simplesmente um borrão, o único rosto que eu podia ver era de uma mulher de cabelos castanhos penteados em um rabo-de-cavalo, ela levava sempre uns óculos de hastes não muito finas presos ao seu cabelo para que não caísse durante os movimentos da luta e roupas parecidas com as minhas, eram fardas de algum tipo de... Soldados?

Ela tentava me salvar vezes sem conta, lembro-me que assim como hoje eu queria proteger a humanidade e no pior dos pesadelos isso não mudava, porém, havia um motivo a mais...

*Sonho On*

- Eren, atrás de você! - Eu olhei e uma mão enorme vinha em minha direção, eu usei meu DMT (Dispositivo de Movimento Tridimensional) para sair do cavalo e ir até uma árvore cortando os dedos do titã pelo caminho para que este não esmagasse meu corpo.

A mulher me disse pra pular de cima da arvore embaixo, assim o fiz e ela levou-me na garupa de seu cavalo até que o meu respondesse ao meu assobio, isto não demorou a acontecer, eu subi em meu cavalo e galopamos por poucos minutos em fuga até que parei repentinamente em meio a uma clareira; a mulher que só notou minha ausência quando já estava um pouco longe voltou a galope e parou perto de mim:

- O que está fazendo? Precisamos sair daqui agora! A titã fêmea vai nos alcançar em breve se ficarmos parados aqui!

Eu a olhei assustado, não conseguia esconder o pânico que me possuía diante da possibilidade de encontrar aquele humanoide novamente, mas não podia dizer nada além de...

- Não posso continuar, ele está lá sozinho com aquela titã! Preciso voltar. - Balancei a cabeça de um lado a outro com um olhar que pedia perdão a ela. - Se ele morrer, de nada vale eu ter sobrevivido, não conseguiria continuar minha vida sem ele.

- Mas ele não quer isso, ele deu a brecha pra que você pudesse fugir!

- Mesmo assim, eu morreria por ele, tente entender, eu o amo. Perdoe-me. - Eu abaixei a cabeça e me virei galopando de volta ao local de batalha onde alguém que merecia todo o meu amor estava lutando para que eu pudesse sobreviver, mas eu não podia viver sem ele.

Quando me dei conta ela estava galopando ao meu lado, durante o percurso não muito longo ela foi matando todos os titãs que tentavam atrasar meu caminho de volta, sempre cuidando para que eu não fosse tocado.

Chegando ao campo notei que a pessoa que eu queria salvar estava ferida, ensanguentada e mesmo assim não parava de lutar, eu não podia ver seu rosto, assim como meus companheiros ele era um borrão. A mulher ao meu lado olhou pra mim e disse:

- Saiba que eu entendo o que você decidiu fazer e concordo contigo, o amor é sempre mais importante. - Sorriu e piscou o olho dizendo: - Boa sorte pra nós. - E saiu a minha frente usando seu DMT para subir num dos braços da titã que já estava cansada e bastante ferida, eu rapidamente me encarreguei do outro braço e corremos juntos em braços opostos chegando a nuca onde milagrosamente conseguimos cortar, enquanto a pessoa que era foco do meu amor e sacrifício distraía aquele monstro. Imediatamente, devido à batalha anterior, o gás de meu DMT acabou e desequilibrei-me junto com a titã; durante a queda a pressão do corpo daquele ser não permitiu que eu me movimentasse, ficando na parte de trás do ombro dela, bati as costas no chão e imediatamente senti uma dor aguda por toda parte inferior do meu corpo me fazendo perder os sentidos.

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