17. Canção do Executor Parte 2

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Assim que o dia clareou, Levi acordou com um peso sobre si. Demorou bem pouco para notar o braço que pesava sobre suas costelas, podia reconhecer aquele tom de pele em qualquer lugar.

- Merda! Eren! Saia de cima de mim! - Ele gritou e sentiu um pequeno sobressaltar do garoto.

- Hum... Levi... - Bocejou e tirou o braço. O mais velho levantou-se e suspirou aliviado ao ver a hora, acordou achando que estava atrasado.

- Você tem que sair daqui, daqui a pouco as pessoas começar a andar por aí e não quero que te vejam saindo sem que eu comunique aos meus superiores o que está acontecendo, não gosto de ser mal interpretado, além de que, esse não é o lugar certo pra esse tipo de coisa.

- Então você me usa e depois me manda embora? - Perguntou o outro com um sorriso debochado no rosto.

Levi sentiu o sangue aquecer, quando deu por si estava apertando o pescoço de Eren.

- Pensa que pode tudo Jaeger? Que manda em algo por aqui? Quer que eu lhe ensine que não é assim? Estou totalmente disposto a demonstrar.

- N-não senhor... - O capitão o soltou e ele tossiu um pouco.

- Saia daqui, está quase na hora do café, te encontro no refeitório.

Eren não fez questão de comentar nem reclamar nada, estava feliz. Parecia que todas as dúvidas de antes tinham se dissipado. Andou para o dormitório pensando que não fora ele quem teve que procurar, Levi sentira sua falta, mesmo sendo expulso daquele jeito, sabia que era o jeito do outro e também havia dito aquilo para provocar mesmo.

Também não precisou enrolar muito para falar sobre o comportamento estranho do Capitão, não sabia o que estava acontecendo consigo, mas por alguns instantes durante a conversa do dia anterior, teve a certeza que Ackerman era a pessoa errada para se temer - em partes - , por causa disso pôde falar abertamente, e ponderando naquele momento, indo para o dormitório, sentia-se muito mais tranquilo e aliviado. Era como se um peso tivesse saído de seus ombros. Porém, a melhor sensação vinha do fato de não se sentir mais abandonado, jogado num canto ou usado. Levi o queria tanto quanto ele e fora busca-lo, isso era bom demais.

Armin estava no quarto, ainda deitado, a maioria dos outros já estava cuidando de si.

- Armin? Tá acordado? - Chamou um tanto baixo demais.

- Claro que sim, estava te esperando. - Esfregou os olhos.

- Eu estava com o Levi. - Disse com um sorriso bobo.

- Eu sei, isso é óbvio. Mas e aí, resolveu seus grilos?

- Resolvemos sim, acho que estou pirando.

- Por quê? - Ele sentou-se na cama para ouvir melhor e olhar os olhos do amigo.

- Eu o enfrentei... Nem parecia eu. - Disse sorrindo mais ainda.

- Como assim enfrentou? Você não disse que se resolveram?

- Sim, mas isso foi depois. Quando ele saiu me puxando daqui, eu parei no meio do corredor e me soltei. Confrontei-o, perguntei o que estava havendo.

- E o que ele disse?

- Você estava certo. - Viu o amigo cruzar os braços com uma expressão de "eu te avisei" - Ele nem se deu conta de que estava me ignorando. Além disso, está ocupado e preocupado com algo importante, aqui do trabalho. Mas pude perceber que ele está meio diferente, tanto que... - Hesitou.

- O que foi? O que ele fez? - Indagou o loirinho curioso.

- Ele não fez, ele me deixou fazer. - Eren procurou algo no olhar de Armin.

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