15. Sucursal do Inferno Parte 2

1.7K 193 294
                                    

*Eren* (duas semanas antes)

Desde que descobriu meu "caso" com Levi, minha irmã postiça insistia em me tratar como se eu estivesse cometendo um crime. Sempre jogando indiretas relacionas à falta de profissionalismo do meu Capitão e à minha falta de discernimento.

Naquele domingo, eu estava especialmente desalentado. Tinha passado o sábado com Levi, mas ele me pareceu mais distante que de costume. Conversamos, a maioria das vezes sobre livros, percebi que ele gostava de falar sobre isso comigo, chegou a me indicar vários e trocamos opiniões críticas sobre eles, mas senti que Rivaille estava constantemente distraído, sua mente distanciava-se repentinamente e eu tentava disfarçar, como se não tivesse notado.

Quando a noite caiu e nos encontramos na cama, não houve qualquer iniciativa da parte dele em ter um contato mais... Intimo. Diante da minha tentativa, ele correspondeu aos meus beijos, mas seus movimentos demonstraram claramente que não estava no clima para tal ato libidinoso, sem que fosse necessário dizer palavra alguma que demonstrasse a recusa.

Senti-me estranho por não saber ao certo o que estava acontecendo. Ponderei que sua mente estaria cheia com os últimos acontecimentos e decidi deixa-lo descansar, mas eu estava mesmo frustrado; tinha sede de ter Levi unido a mim de todas as maneiras, tinha sede do nosso contato que me deixava em êxtase. A sensação de afastamento, de recusa, mesmo que momentânea, me deixou cabisbaixo, mas com o avançar da noite, o sono me arrebatou e tudo pareceu desaparecer por algumas horas.

Na manhã seguinte, Rivaille me levou pra casa assim que acordei, disse que tinha muito trabalho a fazer e fez questão de não demorar muito na despedida, portando-se de maneira estranha. Voltei a me sentir estranho, a sensação de distanciamento estava ficando mais forte.

Com toda a minha frustração e desanimo, não consegui sair, nem me divertir com meus amigos. Acabei ficando em casa a ver filmes com eles, mesmo que depois eu não se lembrasse de nada além das cenas clichês de brigas causadas por armações dos vilões e reconciliações seguidas de casamento.

Minha mente vagava até Levi, imaginava o que ele estaria fazendo. Pensei em como estariam seus nervos, temia que ele voltasse a ficar inerte caso acontecesse algo muito complicado e impactante em suas missões das quais eu não tinha conhecimento. Com tanta coisa em meus pensamentos, naquele fim de semana, minha paciência estava escassa.

Mikasa iniciou os típicos comentários maldosos. Já havia percebido que eu não me importava com o que ela e meus novos amigos poderiam dizer sobre mim e o Capitão, então passou a atiçar um lado que me afetava, ela não sabia, só estava em tentativas aleatórias de me provocar. Dessa vez, fez questão de destacar os problemas que Levi poderia ter, caso descobrissem nosso caso.

- Não sou mais uma criança, Mikasa! E mesmo que eu fosse, você é apenas um ano mais velha que eu, não há lógica em tentar controlar minha vida. Além disso, não são mais proibidos os relacionamentos entre os militares, você devia saber disso. Quanto ao que podem dizer, tenho certeza que Levi não se importa com fofocas e eu, muito menos. - Tentei me manter calmo, mas para tudo que eu dizia, ela encontrava uma forma de me aterrorizar, tentando me fazer desistir da ideia de ficar com o Levi.

O ponto culminante dos ataques e o romper do meu limite de paciência se deu quando ela falou sobre o que a família do Capitão iria pensar e fazer. Afirmou que havia pesquisado sobre os Ackerman e sabia que era uma família muito bem quista e conceituada, de moral impecável perante a sociedade. Perguntou-me o que eu achava que os pais do Capitão pensariam dele quanto descobrissem nosso relacionamento e mais uma vez repetiu a ladainha da qual eu já estava cansado:

Sob Seu Controle • EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora