4. Nada como um nome

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*Eren*

Um minuto depois o Armin estava comigo, me pegou pelos ombros como se eu estivesse doente e foi saindo da sala. Já do lado de fora ele me olhou como se eu fosse um alien, seu olhar me pedia uma explicação, mas continuou andando até a cantina, chegando lá ele pegou um copo de água e ofereceu pra mim, sentamos em uma das mesas mais próximas e ele resolveu quebrar o silêncio:

- Vamos lá Eren, me conte o que houve. - Sua voz estava em modo "amigo compreensivo".

- N-não sei Armin... De repente, lendo aquele livro eu me lembrei dela... A minha mãe e... - Respirei fundo. -... Lembrei-me de como ela cantava pra mim; essa é uma das poucas lembranças que tenho dela; não consegui conter as lágrimas.

- Eu sei como se sente. Você é assim desde que te conheço, sofre calado; não deveria ser assim Eren, você tem a mim e a Mikasa, deveria contar conosco.

- Eu sei, sei muito bem que posso contar se precisar, mas cada um tem os próprios problemas, não seria justo se eu começasse a jogar tudo em cima de vocês.

- Não é assim e você sabe; não se trata de jogar tudo em cima de nós, mas quando compartilhamos o peso, ele se torna mais leve. - O Armin sempre foi mais centrado que eu, ele era praticamente a minha consciência ou um conselheiro.

- Eu entendo, sei disso, me desculpe, mas não sei se conseguiria fazer isso, é difícil compartilhar quando se aprender a fazer exatamente o contrário. - Abaixei a cabeça, eu me sentia desanimado. -. Armin, mudando de assunto, me diz uma coisa, por que você e o capitão Levi falaram de mim?

- Hã? Falamos de você? Como assim?

- É, ele disse que foi você quem contou que eu gostava de livros e informações sobre a Alemanha.

- Ah sim, eu disse, quando fui entregar a ficha ele apenas perguntou qual era a minha preferência por livros, depois perguntou a sua, então eu contei isso a ele, aliás, dizendo que era dos poucos livros pelos quais você se interessava.

- Ah, muito obrigado Armin, agora ele vai gostar mais ainda da minha cara. - Falei, ficando emburrado com a perspectiva de o capitão achar que eu não era inteligente o suficiente.

- Pelo que vi na sala de livros parece que ele gosta mais de você a cada hora e não o contrário. - Depois dessa afirmação eu com certeza estava com as bochechas da cor de uma maça madura.

- Claro que não! D-de onde você tirou isso? - Eu queria esquecer aquilo tudo, fazer de conta que nada estava acontecendo. "Por que o Armin tem que ser sempre tão perspicaz?" - Aliás, vamos voltar antes que ele venha até aqui nos buscar pra fazer, sei lá, quinhentas flexões. - Me levantei da cadeira deixando o outro ainda sentado.

- Ah é claro, ele pode achar que você se machucou ou se perdeu como ontem e vir aqui te buscar como uma mãe preocupada. - Gargalhou. - Se bem que... - Fez um ar pensativo - ...eu não acho que seja bem um sentimento materno o que ele tem por você. - Ele disse ironicamente, me seguido no caminho de volta.

- Ironia não combina com você, pare de pensar besteiras e ande logo Armin.

Voltamos para a sala e ao entrar o capitão veio nos encontrar na porta, seu olhar era indiferente como sempre, mas sua voz soou totalmente contraditória:

- Jaeger, se sente melhor? - "Ah o 'Jaeger' voltou, agora acompanhado de um timbre preocupado".

- Sim senhor, me sinto bem. - Caminhei até o sofá onde estava anteriormente forçando-me a ignora-lo, permaneci sentado no mesmo lugar até o fim dos estudos, mas dessa vez o Armin ficou do meu lado até que todas as atividades estivessem terminadas. No fim, despedimo-nos do capitão e saímos um a um, ele acenou um tchau para o Armin e me lançou um olhar suplicante, mas eu não consegui entender quais motivos ele teria para suplicar qualquer coisa pra mim e também não entendia que amizade era essa que ele tinha com meu melhor amigo para estar lhe acenando de modo tão amigável. O resto da tarde e noite correu como deveria ser, tomamos banho, jantamos enquanto conversávamos sobre acontecimentos de nosso passado, todos estavam exaustos, por isso todos se deitaram cedo, mas nem todos conseguiram dormir.

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