27. Preso

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Todo aquele sangue...

Rivaille caiu. Seus joelhos bateram com força no chão. Seus pensamentos se tornaram confusos.

"Não pode ser dele... Não pode." Implorava.

Não queria acreditar que Eren estivera ali, naquele banco que estava no meio de sua sala e que era rodeado por muitos pingos e pequenas poças de sangue e pequenos pedaços de pele, além de cordas ensanguentadas e uma mordaça... Que tinha sobre ela um pequeno gravador.

Levi correu. Ele se levantou e foi desesperado até o gravador, implorando para que não fosse a voz de Eren ali, mas era; para seu pesadelo era seu moreno a falar com uma voz embargada por alguma coisa. Sono? Cansaço? Ou a julgar pela quantidade de sangue ali; dor?

- Levi, ele quer que você venha... - A voz de Eren falhava no gravador.

- É Levi, eu quero que você venha... - Kenny repetia; sua voz cheia de crueldade e de repente parecia um vilão de filme naquela gravação macabra.

- Mas eu não quero... Por favor, não venha. Esse é o nosso destino, não é? Eu morro e você vive. Não venha... - Eren tossiu. - apenas fique a salvo. Estou te pedindo...

Levi não acreditava, aquela voz parecia como a de um filme antigo. Não, não podia ser o seu Eren que estava ali, pedindo que o deixasse morrer, apenas para que continuasse vivo.

Mas era isso, não? Eren era assim. Era do tipo que se matava para que quem amava pudesse viver.

Para Levi, isso era um tanto egoísta da parte do moreno. Sim, pode parecer estranho, mas era egoísta.

Por que viver sem a pessoa que se ama? Para que Rivaille iria querer uma vida sem Eren? O moreno iria se livrar da vida e do sofrimento, enquanto o baixinho iria ficar ali para sofrer durante o que lhe restasse de vida? Não. Aquilo não estava certo.

"Vamos Levi... reage." Ele se forçava a pensar, mas o cenário de tortura o estava perturbando.

Óbvio que já viu muitos piores, porém nenhum tinha tanto sangue e parte da pele de alguém que amava.

É assim, nunca se sabe a dor que é até passar por aquilo.

- Você tem que vir. - Dizia Kenny na gravação. - Se não vier, ele morre. - Houve o barulho da tecla e a gravação acabou.

Levi não sabia o que fazer.

Na verdade, ele sabia, só tentava tirar forças de algum lugar para sair dali e colocar um ponto final à situação. Então buscou dentro de si e encontrou forças no mesmo lugar que sempre encontrava... Naquele sorriso, aqueles olhos, aquela pele perfeita... Levi queria ver isso de novo, precisava.

Ele respirou, evitando se fixar no cheiro de sangue e chorou. Libertou toda a raiva que tinha, expressou toda a dor em sua alma, gritou, berrou, cravou as unhas nos próprios braços e gritou um pouco mais, depois parou e respirou novamente, se levantou e enquanto sentia suas forças voltarem ele foi até o quarto, sem largar o gravador, pegou mais uma de suas armas, carregou e recarregou a que já levava consigo, juntou alguns documentos e começou a fazer ligações enquanto saía daquele lugar... Não era mais a casa dele, estava manchada.

Primeiro ligou para Hanji e por algum milagre ela atendeu.

- Levi? Até que enfim homem! Tenho uma coisa importante pra te falar! - Ela parecia excitada, como sempre.

- Aposto que a minha é mais. - Disse ele num tom entediado e entristecido. Hanji notou esse tom quebrado e estranho.

- O que houve? - Ela não gostava daquele tom.

Sob Seu Controle • EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora