Estou cheio de trabalho, mas em nenhum me concentro. Estou com saudades da Julia e só nela que meu cérebro consegue pensar, mesmo eu tentando fazer outra coisa. Quando desisto de fazer o que já não estava conseguindo viro minha cadeira e fico olhando a grande cidade de São Paulo, as pessoas que passam pelas ruas com pressa, os carros parados no meio do trânsito. Pego meu celular e procuro o número da minha morena, toca algumas vezes e cai direto na caixa postal. Isso me deixa mais frustrado, queria ouvir ao menos sua voz isso já ia me acalmar. Escuto uma batida na porta, grito para que entre e viro minha cadeira a tempo de ver o rosto de Clarinha na porta.
– Entre Clarinha.
– Não quis atrapalhar Fernando, mas é importante – aponto para a cadeira a minha frente. Ela entra fecha a porta e se senta.
– Imagino que sejam mais problemas. O que é dessa vez? – a vejo suspirar, então estou certo. Mais problemas.
– Falei com o senhor Rodrigo, ele disse que você tem 15 dias pra apresentar um novo projeto. Caso contrário a Dean Bau está fora e ele assinará o contrato com a outra empresa – fecho os punhos e me controlo para não quebrar meu computador. Não quero assustar a Clara.
– Como podemos provar que o projeto é nosso? – ela me encara, fica pensando alguns segundos e isso me enlouquece.
– Vai ser muito difícil. O projeto não está reconhecido em cartório, o original está comigo, mas ainda não está assinado e nem foram feitos relatórios para ter uma data nos arquivos – me sinto impotente com as informações de Clara. Preciso resolver isso, mas como o projeto está no nome de outra empresa o que adianta ser meu se nem isso posso provar? Nesse momento algo me vem em mente.
– Clara, na última reunião que tivemos eu apresentei o projeto para todos os sócios e cada um ficou com um rascunho, nesses documentos tem a data da reunião – parece que nesse momento sinto um peso sair de dentro de mim. Isso vai provar para o cliente que o projeto é meu e quem sabe consigo descobrir o que aconteceu e como meu projeto foi parar nas mãos de outra pessoa.
– Vou falar com os outros sócios e pedir a eles que me devolvam as atas da reunião – Clara se levanta e vai até a porta, mas antes de sair a chamo, pois tive uma ideia e vou precisar de sua ajuda.
– Espera Clarinha, preciso de sua ajuda em uma coisa – falo me levantando e indo até o sofá da minha sala. Pego as mãos dela e a levo comigo a fazendo se sentar na minha frente.
– Se eu puder te ajudar, pode falar.
– Eu quero levar a July para passar algum tempo comigo em um lugar especial, mas se eu pedir ela vai me enrolar por muitos dias e eu quero que seja hoje, mas ela cuida do bar...
– Já sei você está querendo me pedir para ficar no bar esses dias que estiverem fora. É isso? – Clara fala me cortando e eu concordo com a cabeça.
– Mas, além disso, preciso de ajuda para convencê-la. Sua irmã é muito durona, não vai querer perder trabalho porque eu resolvi sair com ela. É provável que ela me chame de desocupado. – Clara ri do meu comentário.
– Nisso você está certo, porque é exatamente isso que ela vai dizer, mas tenho uma ideia melhor. Eu vou ligar pra Carol arrumar algumas roupas da July, porque essa hora ela está no bar. Você passa em casa pra pegar as roupas e depois vai ao bar para buscá-la e pode deixar que eu peço ao Matt para cuidar do bar. Assim ela não vai se negar a ir e aí você pode levá-la onde quiser, mas não diga nada até que esteja lá porque é capaz dela parar o carro e voltar pra casa.
– Clarinha você é uma gênia! – ela sorri quando a puxo para um abraço carinhoso. Os mesmos que dou em minha irmã.
– Posso saber aonde vocês vão? – até penso em dizer que não, mas sei que ela vai ficar preocupada e também preciso dela para fazer as reservas no lugar que imaginei.
– Vou levar sua irmã para Campos do Jordão. Tem alguns chalés lá. Eu sei que ela vai adorar e preciso que você faça as reservas enquanto vou para casa pegar minhas roupas. Você pode fazer isso? – nem termino de falar e ela já se coloca de pé.
– Agora mesmo. Depois vou ligar para Carol e Matt para nos ajudarem.
– Obrigada Clarinha e não se esqueça, por favor, de pedir a Carol que coloque roupas de frio na mala – vou manter minha morena bem aquecida com meu corpo enquanto ela estiver comigo, mas se ela resolver conhecer um pouco da cidade não posso deixar que ela passe frio e fique doente.
– Claro, vou fazer isso. Como só vamos ter reunião quinta-feira, farei as reservas até quarta – ela não me pergunta apenas afirma e como já sabe que não vou me opor, ela sai da minha sala falando no celular com seus amigos.
Levanto-me, vou até minha mesa respondo alguns e-mails importantes e saio da empresa.
Antes me despeço de Clarinha que vai me mandar o endereço da pousada que ela reservou por mensagem. Ela diz que está tudo certo com seus amigos e que Deus me ajude para que minha morena não se negue a passar esses dias comigo. Eu cheio de problemas na empresa e saindo para um alguns dias de férias, até parece loucura, mas preciso estar com ela. Sinto falta de tê-la nos meus braços. É tanta saudade que chega a doer e também ela precisa tanto quanto eu descansar um pouco. Trabalha muito no bar e nas boates, trabalho esse que me tira o sono nos fins de semana sem saber se ela está bem ou em segurança.
Chego ao meu apartamento e vou direto para o quarto. Pego uma bolsa pequena de viagem e separo algumas roupas. Organizo tudo, pego relógios, meus documentos, cartões.
Quando vejo que não está faltando nada saio de casa. Alguns minutos depois estou guardando a mala de viagem de Julia e pelo peso imagino que Carol colocou o guarda-roupa inteiro dentro dela. Despeço-me dela e agradeço pela ajuda, ela sorri e me abraça. Posso ver pelo jeito que ela fala da minha morena que a amizade delas é muito importante e isso me alegra, saber que July tem pessoas que a amam sempre.
Chego ao bar e espero alguns minutos dentro do carro. Estou nervoso, Julia é meio imprevisível. E se ela falar não? Droga, essa possibilidade me faz querer voltar atrás, mas como vou saber se não tentar. Crio coragem no momento que vejo Matt entrar no bar. Esse cara com pinta de galã de novela mexicana, pode até ser que Julia esteja certa sobre ele gostar da Clara, mas é melhor ficar de olho. Saio do carro, o travo e entro no bar.
– Fernando, o que faz aqui? Aconteceu alguma coisa? É a minha irmã? – passo pela porta do bar e Julia faz tantas perguntas ao mesmo tempo que não tenho tempo de responder nenhuma. Ela sai de trás do balcão e vem em minha direção com uma expressão de preocupação. A abraço e ela retribui.
– Calma meu anjo, não aconteceu nada sua irmã está bem. Está trabalhando, vim aqui por outro motivo – ela se solta do meu abraço e me encara com curiosidade.
– Que motivo? – a puxo novamente para meus braços e beijo sua boca com suavidade, um beijo que durou menos do que eu gostaria.
– Vim te chamar para conhecer um lugar comigo – ela olha para Matt que ocupou seu lugar atrás do balcão.
– Agora não posso Fernando, estou fazendo pedidos para o estoque do bar.
– Pode sim July, vai dar uma volta. Eu cuido de tudo aqui – Matt fala e balanço a cabeça em sinal de agradecimento para o senhor galã.
– Viu morena? Vamos, estou com saudades de você – ela olha novamente para Matt que faz que sim com a cabeça.
– E onde seria esse lugar? – Droga! E agora? Não quero mentir pra ela.
– Surpresa, você vai gostar. Agora vamos – estendo a mão para ela que fica olhando por alguns segundos até que finalmente aceita.
Saímos do bar e uma July receosa se senta ao meu lado no banco passageiro. Esperava que ela me fizesse várias perguntas, mas ela apenas me olha e começa a perguntar sobre a empresa. Suspiro aliviado. Prefiro estar lá quando ela resolver me interrogar, assim poderei convencê-la a ficar de um jeito bem gostoso que ela não vai poder dizer não. Conto a ela da ideia que tive sobre as atas da reunião e que isso pode nos ajudar a provar que o projeto é meu.
Depois de uma hora dentro do carro vejo minha morena começar a ficar impaciente. Paro o carro para abastecer e aproveito para comprar na loja de conveniência água, refrigerante e bastante chocolate, principalmente MMs que sei que ela adora. Quando apareço com as sacolas seus olhos brilham de felicidade e isso me deixa mais relaxado.
Mais uma hora se passa e vejo que ela não está conseguindo disfarçar sua curiosidade e sua impaciência. A cada dez segundos ela troca de rádio, até reavy metal ela coloca para ouvir.
Quero rir da situação, mas se eu fizer é capaz dela me jogar para fora do carro em movimento. Depois de duas horas e meia chegamos a Campos do Jordão e quando passamos por uma placa que informa isso ela me olha com mil pontos de interrogação no olhar. Quarenta minutos depois o GPS informa que chegamos à pousada que Clara fez as reservas. Estaciono o carro na entrada e desço, abro a porta para Julia e ela sai com uma cara bem emburrada. A beijo e ela me fuzila com o olhar, espero que ela não me mate. Entramos na recepção e uma senhora simpática vem nos atender.
– Boa noite, me chamo Socorro. Como posso ajudá-los? – ela nos fala sem tirar o sorriso do rosto.
– Boa noite, Fernando Bittencourt, tenho uma reserva no meu nome – nem olho para o lado porque não quero nem ver a cara da minha morena, mas já imagino que é de muita raiva.
– Ah claro, só um momento senhor – ela fica alguns segundos encarando o computador até que volta sua atenção para mim e me entrega as chaves.
– O chalé do senhor é o última do lado esquerdo.
– Obrigada! A senhora pode pedir que levem nossas malas até lá, por favor? – Julia aperta minha mão e a encaro. Digo que logo explico.
– Claro, vou pedir que levem as malas e as encomendas que o senhor fez – não me lembro de ter pedido nada. Isso deve ter sido coisa da Clara.
Agradeço novamente e sigo para o chalé com minha morena. Dez minutos depois estamos parados na porta do lugar que vou ficar por três dias, isso se ela não me matar por ter mentido. Abro a porta para que ela entre e assim que a fecho atrás de mim. Acendo as luzes e July se vira para me encarar.
– Agora será que você pode me explicar o que está acontecendo? – ela me encara cruzando os braços.
– Vem aqui que eu te mostro – seguro sua mão e a levo para conhecer o lugar que é incrível.
O chalé é localizado no alto das montanhas, na Vila Inglesa. Planejado com a arquitetura que parece muito européia, com decoração requintada. O lugar é repleto de beleza natural, cada cômodo que visitamos notamos que tem um pouco de natureza, nas plantas, nas flores que são todas naturais. July apenas olha sem falar nada, mas vejo que está tão impressionada com o lugar quanto eu, Clarinha não poderia ter escolhido lugar melhor. Há uma cozinha pequena, mas muito sofisticada, uma sala ampla, uma sacada que temos uma vista privilegiada de um grande parque. Tudo delicado sem perder o encanto do lugar. Quando entro na suíte com July passamos primeiro por uma porta do lado direito que dá dentro de um grande banheiro, mas o que mais me anima é a grande banheira de hidro que está no meio. Trazendo luxúria aos olhos da minha morena, saímos do banheiro e paramos no centro do quarto. Há velas aromatizadas espalhadas por todo o quarto, deixando o ambiente sensual sem perder o romantismo. O lugar está com as luzes apagadas, mas com a iluminação das velas podemos ver perfeitamente a cama King size forrada com lençóis de cetim branco e varias almofadas em formatos de coração, também brancos. Mas o que chama mais a minha atenção e o que traz lágrimas aos olhos de July, é o grande coração no meio da cama, feito de pétalas de rosas vermelhas. Ela leva as duas mãos a boca quando lágrimas escorrem molhando todo seu rosto. O quarto esta lindo, perfeito do jeito que minha morena merece.
– Meu Deus Fernando, que lindo! – ela diz em meio às lagrimas e a abraço por trás. Afasto seus cabelos para o lado e deposito alguns beijos na sua nuca, chego perto do seu ouvido, mordo seu lóbulo e sussurro palavras que a fazem se arrepiar.
– Surpresa! – ela se vira para me encarar e beijo seus olhos quando vejo que ela ainda chora, mas sem perder um sorriso lindo.
– Eu... Nem sei o que dizer, é... Perfeito – ela traz uma de suas mãos para meu rosto e faz carinho. Quando fecho os olhos com seu toque a sinto se aproximar e colar seu corpo no meu. Sinto seus lábios tocarem os meus, suas mãos saem do meu rosto e vão para meus cabelos que ela puxa para aprofundar o beijo. Ficamos no meio do quarto, fazendo amor com nossas bocas, enquanto as velas queimam deixando no ar seu aroma, suave, e que desperta em mim meus maiores desejos, ter minha morena nos meus braços.
– Você é minha – digo em meios aos beijos.
A puxo para enroscar suas pernas na minha cintura, levando-a até a cama e me deito sobre seu corpo. Ela ri quando tiro sua blusa e seu corpo se arrepia quando suas costas encontra o frio do cetim. Termino de tirar suas roupas e as jogo no chão, fazendo o mesmo com as minhas antes de voltar a beijá-la. Encaro seus olhos que brilham de felicidade e esse é o melhor presente que a vida poderia me dar. Ela tem um sorriso tímido no rosto, chego perto e sussurro as palavras sobre seus lábios.
– Toda minha.
– Só sua meu amor – escuto ela sussurrar antes de devorá-la com minha boca.
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Atração - Série Irresistível - COMPLETO
Roman d'amourJulia Rodrigues tem a vida virada de ponta cabeça, quando em um trágico acidente perde seus pais. Com o término do namoro e a responsabilidade de cuidar de sua irmã mais nova, July amadurece e se torna uma mulher forte e determinada. Como DJ e dona...