PRÓLOGO

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Nos tempos antigos, as pessoas acreditavam em divindades que não podiam enxergar, mas juravam sentir sua presença e ser abençoados por elas

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Nos tempos antigos, as pessoas acreditavam em divindades que não podiam enxergar, mas juravam sentir sua presença e ser abençoados por elas. Essas divindades eram chamadas de deuses, criados para castigar e punir os Orki - bestas gigantes que habitavam a terra no princípio -, que profanavam a terra virgem que seu criador criara com perfeição. Eram três deuses no início: Saul, o deus do Sol. Kida, a deusa da Lua. E Nils, o deus da Morte e do Profundo¹.

Mas com o tempo, outros deuses foram criados, com castas e poderes inferiores aos três primeiros, nomeados Tríplice Divina. Eles cuidavam da terra e a protegiam, mas ao passar do tempo, esses deuses tornaram-se a própria profanação: loucos pelo poder e destruição indo contra tudo que foram criados para ser.

A guerra havia devastado quase toda a população de Arthenea, o mundo dos deuses. Foi um ato de desespero mandar aquela criança ao mundo dos humanos, criaturas que os deuses menosprezam. Ela era uma esperança.

Então Kida, a deusa da lua, correu pelos imensos corredores com o bebê em seus braços enrolado em lençóis macios e perfumados, enquanto os corpos de seu povo caíam em sua volta, ela tentava fugir e seu amado Saul, o deus do sol, lutava para protegê-la enquanto pudesse escapar.

Antes, quando Arthenea vivia em harmonia, Saul e Kida se encontravam sempre ao fim do dia para dizer um ao outro o quanto se amavam, e o quanto eles desejavam ter um filho. Mas naquela época, o deus do sol já parecia saber que algo ruim estava por vir e que um filho poderia ser um problema quando um grande inimigo poderoso estava os cercando, planejando como se vingar dos deuses que lhe tiraram algo tão precioso. Tudo parecia calmo demais até que um dia, tudo aconteceu.

Nos fundos, Kida deparou-se com um penhasco com uma queda d'água esplêndida, olhou para os lados e não encontrou nenhuma saída, apenas a direção em que a cachoeira descia. Os gritos e o ranger cortante do metal das espadas, eram os únicos sons que se ouviam e Kida estava em desespero. Por sorte, Hino, o deus Mensageiro apareceu, ferido, com seu sangue azul prateado manchando as vestes enquanto caminhava até a deusa.

O bebê começou a chorar de repente e Kida tentou acalmá-lo, mas não funcionou.

- Hino, preciso que me ajude - disse a deusa se aproximado do pobre ferido. - Sei que está fraco e que pode ser a última mensagem que envias, mas será um sacrifício para o bem de todos.

Hino enfraquecido sentou-se no chão deslizando na parede com a mão sobre a ferida. Tossiu um pouco, e devagar as palavras foram se formando em seus lábios.

- Do que precisa? - ele encarou a deusa.

A Terra podia ser um lugar ruim para eles, de criaturas inferiores, mas Kida não tinha outra escolha. Os olhos pequenos da criança brilharam ao encontrá-los, e aquilo foi a última coisa que Kida pôde ver.

A Filha da Lua e a Profecia | Livro 01 (REPOSTANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora