𝟬𝟮 | A ILHA DEPOIS DO BURACO DE MINHOCA COLORIDO

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Senti meu corpo submerso ao mesmo tempo em que estava sendo sugado por um grande vazio

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Senti meu corpo submerso ao mesmo tempo em que estava sendo sugado por um grande vazio. Algumas imagens de batalha com seres, ao que parecia, celestiais em uma cidade de ouro que nunca ouvi falar, me vieram à cabeça. As cenas eram fortes e pude até mesmo ouvir os gritos, o barulho ensurdecedor de explosões e construções indo ao chão, foi o sonho mais bizarro que já tive enquanto estava acordada e sendo sugada por um buraco de minhoca, que acima de tudo, era colorido como um arco-íris.

De repente tudo pareceu voltar ao normal. Eu não estava mais dentro daquele buraco colorido que mais parecia um vômito de unicórnio, mas estava perdida em um lugar totalmente longe de casa. Chovia e estava fazendo frio, o som do mar nas minhas costas e o cheiro salgado da água só me fez pensar em uma coisa: praia. Ainda era noite e o relógio marcava oito e vinte da noite, a única diferença era que agora não estávamos mais num laboratório e ao olhar ao redor, percebi se tratar de uma ilha.

Um pouco a frente vi meus amigos atordoados levantarem-se do chão de areia. O olhar completamente confuso, assim como eu, também não faziam ideia de onde estávamos. Queria muitas respostas para a lista enorme de perguntas que estava na ponta da minha língua, mas naquele momento eu só queria saber se meus amigos estavam bem.

— Que nojo! — ouço alguém gritar, só posso imaginar ser Lúcia. — Eu odeio lama.

Ela tentava tirar a areia de sua roupa. Pensei em explicar para ela que aquilo não era lama, mas isso só faria com que perdesse o meu tempo. Estava escuro e provavelmente muito úmido onde estava para saber diferenciar, então apenas deixei que continuasse com os seus chiliques.

— Onde estamos? — indagou Léo tirando sua camisa ensopada. Como a chuva estava fraca, só pude imaginar que ele tenha caído diretamente na água e não na areia como a maioria de nós.

— Alguém tem ideia de como viemos parar em uma ilha? — é Rafael quem pergunta agora, completamente ensopado igual a Léo, abrindo um espaço amplo com seus braços para mostrar o lugar.

— Também quero saber — digo e Rafael me olha por alguns segundos.

Não sei porque me olha como se eu tivesse alguma coisa a ver com isso. Nem mesmo construí aquela coisa, e com certeza não faço ideia de como viemos parar em uma ilha. Até porque meu senso de direção é horrível, e por que diabos eu nos traria para uma ilha?

— Foi o teletransportador. — Respondeu Matheus como se pudesse ler a minha mente. — Meu painel de controle do teletransportador detectou uma possível passagem através dele, uma dobradura no espaço-tempo, como um portal.

— Como assim? — perguntei confusa. — Um portal, tipo, para outra dimensão?

Matheus deu de ombros, parecia tão perdido quanto nós.

— Não sei dizer, isso não é uma coisa que acontece sempre quando construímos esse tipo de máquina.

— Que ótimo! — Lúcia começou a surtar outra vez. — Um teletransportador de objetos transportando pessoas. E nem sabia que era possível.

A Filha da Lua e a Profecia | Livro 01 (REPOSTANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora