Léo e eu pensamos numa forma de ajudar Matheus. Sei que, não importa o que fizéssemos naquele momento, Matheus estaria traumatizado para sempre por ter sido forçado a sair do “armário” antes de seu tempo.
Lá no fundo já sabia que esse dia chegaria e já estava pronta para conversar com ele a respeito e mostrar para ele que não havia nada de errado com sua orientação sexual. Agora mais do que nunca, queria mostrar e provar para ele que tudo ficaria bem. Que estávamos aqui por ele.
Ao chegarmos no corredor ouvimos um choro, vinha do quarto de Lúcia. Ela fungava enquanto tentava dizer algumas palavras que não dava para entender e Diogo tentava mantê-la calma. A porta do quarto estava aberta. Lúcia estava sentada na cama de costas para a porta e Diogo a abraçava.
Mostrei a ele Léo ao meu lado e gesticulando enquanto mexia a boca, expliquei que estávamos indo falar com o Matheus. Ele fez um “ok” com os dedos e sem que me pedisse, fechei a porta cuidadosamente para dar a eles mais privacidade.
Léo e eu ficamos parados em frente ao quarto de Matheus decidindo qual de nós iria chamar por ele. Depois de uns segundos decidi que seria eu. Sendo menina as chances eram poucas, se o Léo batesse na porta com certeza ele não atenderia.
Léo me apoiou, não precisávamos ter medo de como ele reagiria, precisávamos ajudar nosso amigo a ficar bem, com a situação e com ele mesmo. Então bati à porta chamando por ele. Tudo o que ouvi foi um “Vai embora” num tom de voz muito furioso e depois alguns soluços abafados.
— Por favor, Matheus. Só queremos ajudar.
Ele não responde e os soluços se intensificam.
— Olha, a Alisha não tinha o direito de fazer isso com você e nem com ninguém. Sei que nada do que ela disse aos outros se compara ao que ela fez com você, mas, por favor, nos deixe ajudar. — Léo pediu, encostou a cabeça na porta encarando o chão. — Eu sinto muito, amigo.
Estava tão orgulhosa que senti um sorriso genuíno nascer em meu rosto. As lágrimas caíram sem que eu percebesse, abracei Léo e o ajudei a insistir para que Matheus nos deixasse ajudá-lo.
— Theus, você sabe que isso não importa para nós, não sabe? Somos seus irmãos de juramento, vamos te amar não importa o quê. — Continuei.
— É, mesmo que você mate o presidente, vamos continuar te amando e, se precisar, até esconderemos o corpo por você.
Eu e Léo rimos entre lágrimas e soluços. Não era hora para piada, mas aquela ajudou a deixar o momento menos tenso e aliviar mais a tensão. Em seguida os soluços do outro lado da porta cessaram, ouvimos o barulho de uma tranca e o rosto de Matheus logo em seguida.
— Você é um sem noção. — Disse.
Léo o abraçou e os dois caíram em prantos. A cena era tão linda que não quis interferir. Naquele momento só queria observá-los, mesmo que também estivesse chorando com o nariz entupido, só queria dar uma pausa naquela cena e que toda dor fosse embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Filha da Lua e a Profecia | Livro 01 (REPOSTANDO)
Fantasía+16 | OBRA ORIGINAL ★ 𝗢𝗕𝗥𝗔 𝗥𝗘𝗚𝗜𝗦𝗧𝗥𝗔𝗗𝗔 ★ DEUSES DE ARTHENEA - ARCO I Melissa Ferreira é a típica jovem estudiosa e trabalhadora. Desde pequena sempre soube que fora largada na porta da casa de seus pais adotivos, mas que por esse...