+16 | OBRA ORIGINAL
★ 𝗢𝗕𝗥𝗔 𝗥𝗘𝗚𝗜𝗦𝗧𝗥𝗔𝗗𝗔 ★
DEUSES DE ARTHENEA - ARCO I
Melissa Ferreira é a típica jovem estudiosa e trabalhadora. Desde pequena sempre soube que fora largada na porta da casa de seus pais adotivos, mas que por esse...
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No outro dia, logo após o café da manhã, nos reunimos na sala de estar de frente a lareira. Estava chovendo muito do lado de fora, o que só aconteceu uma única vez desde que chegamos aqui. Tentamos assistir a um filme, mas não deu certo, a chuva estava estranhamente violenta lá fora e não queríamos nos arriscar atraindo um raio.
Conversamos. Sobre muitas coisas. Tentávamos ao máximo não tocar no assunto recente, para evitar desconforto, o que não deu muito certo. Meus amigos tagarelava sobre uma coisa aqui, outra ali, vez ou outra eu dava um palpite, mas os únicos que não se entrosaram eram eu, Max e Rafael. Pensei muito na minha conversa com Diogo, se eu devia fazer algo ou esperar que algo magicamente aconteça e ver o que acontece no final, quem de nós sairá mais machucado nessa relação.
— Melissa, está ouvindo? — Alisha perguntou.
— Hã? — ela revirou os olhos, chateada. — Desculpe-me. Pode repetir?
— Pra quê, se não vai prestar atenção outra vez?
— Desculpa.
Alisha só disse um “tudo bem” e eles continuaram com o assunto. Não os culpo, estou distraída a maior parte do tempo desde que descobri tudo. Quase não participo de suas brincadeiras, ou conversas. Estou sempre desligada, me afastando, me excluindo aos poucos, ao ponto em que os deixo preocupados, quando na verdade estou tentando fazer o contrário.
No susto, olho instintivamente para ele. Rafael estranha meu comportamento, com um enorme ponto de interrogação pairando em sua testa. Percebo o silêncio que se formou.
— O que foi?
— Como fez isso?
— Como fiz o quê? — olhou para alguém ao seu lado, não vi quem era, apenas sua silhueta dando de ombros como resposta.
— Seu pensamento, acabei de ouvir seu pensamento.
Rafael ficou boquiaberto. Olhou outra vez para a pessoa ao seu lado, que só depois percebi que eram Max e Matheus. Max deu de ombros outra vez.
— Mas você não disse que não sabe como isso funciona? — perguntou Matheus.
— E não sei, juro que não sei. Mas… consegui ouvir agora.
Meus amigos se entreolharam, certamente questionando minha sanidade. Apesar de saberem sobre meus poderes, sei que não estão aceitando isso muito bem.
— E o que ele pensou? — Max se interessou em saber. Percebi pelo olhar dos outros que também estavam curiosos em saber.
Antes que pudesse abrir minha boca, Rafael foi mais rápido.
