01. Daddy Issues

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Oi vocês. Não me apresentei antes porque não sou obrigada. Essa é minha primeira fic no wattpad, então sejam bonzinhos porque eu ainda não sei usar esse traca direito. Enfim, espero que gostem, por favor comentem e critiquem. Eu realmente amo escrever, então qualquer tipo de critica construtiva para que eu melhore em algo, eu aceito <3 Boa leitura.

Música do capítulo: The Neighbourhood - Daddy Issues

P.O.V Lauren

Eu me lembro exatamente da hora em que eu atendi meu celular. Quando ouvi uma voz desconhecida do outro lado da linha, dizendo que precisava urgente falar com Lauren Jauregui, eu. Me lembro do tom indiferente que o homem usou para me contar da morte de Clara e Taylor Jauregui. Elas eram tudo o que eu tinha, o resto da pouca sanidade que havia em minha vida, minha mãe e minha irmã mais velha, mortas em um acidente de carro... Não poderia aguentar.

Me lembro de como chorei. De como sofri, de como me machuquei, criando cicatrizes em mim mesma. Mas a pior de todas as lembranças, foi meu pai. Na semana que se seguiu da morte das duas, ele parecia aliviado, como se um fardo tivesse sido tirado de seus ombros, e isso me assustava. Ele piorou comigo, eu era seu brinquedinho perverso todas as noites, o satisfazendo com meu corpo, mesmo contra a minha vontade. Estava cansada disso, e agora, com a morte das mulheres que eu mais amava na vida, as únicas que me impediam de sumir para sempre, eu talvez estivesse livre para fujir dali.

Nunca vou esquecer a última vez em que Mike abusou do meu corpo. Eu estava no meu quarto, arrumando minhas malas. Queria fazer isso o mais rápido possível antes que o mais velho chegasse, para assim finalmente poder fugir daquele inferno. O problema é que eu não fui rápida o suficiente.

Assim que ouvi o barulho de seu carro sendo estacionado em frente a minha casa, joguei minha única mala quase pronta debaixo da cama. Escutei meu pai chamar meu nome, e rapidamente deitei na cama, fingindo que eu estava dormindo, afinal, já era de madrugada. Assim que ele abriu a porta do meu quarto, pude sentir o terrível cheiro de alcóol que vinha dele, sabia que não existia mais sanidade naquele homem.

- Papai chegou, querida. - sua voz soou doentia, fazendo me encolher na cama.

Ele se aproximou da minha cama e pude sentir puxar minhas cobertas. O medo já se apoderava de mim, por mais que sofresse seus abusos desde que era apenas uma criança, ainda era muito nova para ter me acostumado com aquilo, nunca iria me acostumar. O homem me puxou, subindo em cima de meu corpo e distribuindo uma série de beijos babados e nojentos por meu pescoço. A essa altura, as lágrimas começaram a escorrer por meu rosto, e eu nem ousei a abrir meus olhos e ver aquela cena repugnante.

Mike abaixou meu short junto com minha calcinha, e tudo o que eu fiz foi chorar, incapaz de sentir qualquer coisa com aquilo, finalmente abri os olhos. O empurrei, tentando pela primeira vez, fazer com que ele parasse, mas, como era obviamente mais forte que eu, isso serviu apenas para irritá-lo. Me fitou com fúria no olhar, fazendo com que eu me arrependesse da minha fracassada defesa, instantaneamente. Meu pai me bateu, dando uma série de socos e tapas em meu rosto e estômago, fazendo com que eu gritasse de dor.

Depois de todo o seu ódio descontado em meu corpo, ele se colocou dentro de mim, sem dó nem piedade, sem se importar com meus gritos implorando para que ele parasse. Implorando para poder controlar meu próprio corpo. Quando o mais velho estava finalmente satisfeito, saiu do quarto sem nem olhar pra mim, me deixando sozinha e chorando em meu quarto, como em todas as outras vezes.

***

Esperei que meu pai estivesse dormindo para sair de casa, dessa vez, para sempre. Me lembro de pegar minha mala, onde eu levava meus poucos pertences, e olhar para a casa uma última vez, e sair pela porta da frente, sem nem olhar para trás. Passei a noite sozinha na rua, eu tinha apenas 14 anos e não tinha ninguém para pedir socorro. Não ia pra escola há alguns meses, porque meu pai me tirou de lá com medo de que eu contasse a alguém sobre o joguinho doentio que ele fazia comigo, então eu nem amigos tinha.

Me recordo de ser acordada por uma loira grandona. Me levantei do chão gelado assustada, mas a mulher pediu que eu me acalmasse. Conversou um pouco comigo, perguntando como eu tinha ido parar ali. Eu tentei mentir no começo, mas ela percebeu. Acabei contando a verdade, e quando me dei conta, estava abraçada a uma completa estranha, chorando.

A loira era advogada, então tomou todas as providências para que meu pai fosse preso o mais rápido possível, e, enquanto estava na sala de espera no julgamento do homem, pude ouvir a mais velha conversar com alguém no celular. Logo percebi que era sobre mim.

- Amor, você não está entendendo... - pude escutar – Ela precisa de alguém. Ela é só uma menina e passou por tanto, merece uma família.... É, eu sei, também acho, mas pense nela como uma irmã mais nova.... Posso ter certeza que não..... Você é psicóloga, pode ajudar nisso.... Por isso que eu te amo, baby! - comemorou empolgada, logo desligando o aparelho.

Mal eu sabia que com apenas aquela ligação, minha vida iria mudar completamente.

Eclipse - CamrenWhere stories live. Discover now