P.O.V Camila
- AH MEO DEOS COMO VOCÊ TÁ BONITA! - Dinah berrou assim que abriu a porta da casa dela. Não demorei muito para encontrar o lugar, já que ficava no centro da cidade. A mais velha usava um roupão azul em cima do seu pijama de minions. Não pude deixar de rir, sem graça, pelo seu elogio. - Nem parece a guria esquisita que cuidou da Nina. - falou colocando a mão no peito, com cara de afetada.
- Oi também, tô bem, e você? E a família? Amigos? Cachorro? - respondi irônica, fazendo a polinésia revirar os olhos.
- Ah, vem cá viada – a mais velha me abraçou, como se fossemos irmãs, como se, nesses dois anos, tivéssemos passado mais próximas do que nunca. Me senti muito acolhida nesse momento, afinal, eram raras as vezes em que eu falava com Dinah e Normani e as duas, mesmo assim, disponibilizaram a casa delas sem demais perguntas. Só porque se identificaram com o que eu estava passando.
- Obrigada Dj, de verdade... - falei sincera e agradecida.
- Eu sei como é Mila, eu passei pelo mesmo quando tinha a sua idade... - ela sorriu meio afetada. - Não falo com meus pais desde então. Espero que você tenha mais sorte!
Olhei pra ela, triste pela loira, e de certa forma, por mim também, temendo que esse fosse meu próprio destino. Ela era uma ótima pessoa, não merecia ter passado por isso só porque se apaixonou por alguém que os pais não aprovavam. Dinah me ajudou a pegar as malas no carro e as deixei na sala mesmo. Como estava tarde, a maior perguntou se eu me importaria de dormir no sofá essa noite, e eu, claro, disse que não me importava, o que era verdade. Não queria dar trabalho nem para ela e nem para sua esposa.
Passei a noite inquieta. O sofá era confortável, mas não era minha cama, não era meu quarto, não era a minha casa. Meu corpo e minha mente estavam cansados, mas eu não conseguia fazer meu cérebro parar de funcionar, pensando na minha família e principalmente em como as coisas seriam daqui pra frente. Com 17 anos, teria que arcar com as responsabilidades que eu esperava assumir só depois que terminasse a faculdade.
Quando finalmente consegui pegar no sono, não demorei muito para voltar a acordar. A luz que entrava pela janela do cômodo me atrapalhava, e além disso, todas estavam acordadas, até mesmo Nina. Me levantei do sofá e fui até a cozinha. A casa que a Dinah dividia com Normani não era muito grande, era bem simples na verdade, mas era aconchegante e o suficiente. Encontrei Nina comendo seu pão animada, Mani fazendo café e Dj conversando com a filha. Lá sim era um verdadeiro lar, e não onde eu costumava viver.
- Bom dia – cumprimentei. A morena se virou para mim e abriu um sorriso, logo me abraçando, me fazendo retribuir sem pensar.
- Mila, a melhor babá que a Nina já teve! - Mani disse.
- Meu Deus que exagero. Pensei que nem se lembrasse de mim! - protestei, sem me soltar de seu aperto.
- Claro que eu lembro. Tenho você no insta, sua cara aparece diariamente na minha timeline. - não pude segurar o riso. - O que foi? Você posta foto para o caralho! - Tinha me esquecido de como elas falavam palavrão. Senti saudade disso na verdade, queria que meus pais tivessem sido assim comigo também, invejava a filha delas por isso. Depois de finalmente sair do abraço da maior, fui até Nina, que me olhava curiosa.
- Oi pequena – falei pegando em sua mãozinha – lembra de mim? Eu cuidei de você quando você era desse tamanho – indiquei sua altura entre a distância do meu polegar e do indicador, exagerando um pouco. Ok, talvez muito.
- Você é a Cmila? - disse toda fofa. Quis mordê-la pelo jeito como disse meu nome. Afirmei em resposta. - Mamãe Nanah fala de você. Ela disse que você é legal.
Sorri para a pequena e pra minha amiga, agradecendo silenciosa pelo elogio. Dei bom dia para Dinah, que me xingou por eu tê-la acordado ontem. Eu ri de sua reação e tomei o café que sua esposa me serviu.
Não se passou muito tempo até que ela entrasse na cozinha. Olhei seus olhos e me senti perdida. Assim que lançou seu sorriso para mim, me cumprimentando, não pude deixar de sorrir de volta.

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Eclipse - Camren
FanfictionCamila trouxe a luz, Lauren a escuridão. Uma dependia da outra, uma só existia pela outra. Lauren era fria, solitária e sombria como a noite. Camila era a amada, sorridente e quente como o dia. Lauren era a lua, Camila, o sol. Mas por sorte, o eclip...