17. First Thing

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Mais um capítulo pra compensar. Beijos.

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P.O.V Camila

Finalmente estava arrumando algumas amizades na escola. Passei mais de dois meses com algumas colegas superficiais, que só sabiam falar mal da roupa das outras garotas e tagarelar sobre os garotos do time de futebol. Eu me mantinha lá apenas de enfeite, rindo quando elas faziam algo que pretendiam que fosse engraçado, mesmo não sendo. Não me importava em andar com amizades falsas, já que aprendi a me adaptar em um mundo onde eu não em encaixava na minha antiga cidade.

Segunda-feira, depois de Lauren me deixar na frente do colégio, – com muito custo para que eu largasse os meus lábios do dela e saísse do carro – um garoto veio falar comigo assim que eu me sentei em uma das mesas, no pátio. O nome dele era Austin, e estava na minha turma de inglês. O menino foi muito simpático comigo, fazendo piadas idiotas que me fizeram rir. Com os tempos de inglês nas minhas duas primeiras aulas, pudemos conversar e criar uma pequena amizade. Na tão esperada hora do almoço, me sentei com Austin e seus amigos, Shawn e Harry.

- Harry, para de olhar pra bunda do Louis, cara. Tá todo mundo percebendo. - Shawn falou, deixando o de cabelos cacheados ruborizado, fazendo-o desviar os olhos da bunda do outro garoto.

- Ain que bonitinho! - me empolguei – Crusha esse Louis?

- Meio que isso... Nós éramos bem amigos, na verdade. Mas ele começou a me ignorar completamente de uma hora para a outra, sem explicação nenhuma. Não nos falamos mais, mas eu continuo gostando dele.

- Sempre tem umas vadias dessas em nossas vidas. Já tentou falar com ele para esclarecer as coisas? - perguntei, e Harry negou, explicando que tinha medo de tentar falar com o outro rapaz e ser ignorado como sempre. - Para de bobagem! Se não falar com ele eu falo. AMO JUNTAR MEUS OTPS. Já shippo vocês.

- Vou pensar no que dizer a ele, não sei nem como começar uma conversar com o Louis!

- Já sei.... - me levantei do banco, acenando para o menino sentado na mesa ao lado. Ele fazia química comigo, às vezes trocávamos algumas palavras. - HEY LOUIS, SENTA AQUI COM A GENTE! - ele me olhou confuso enquanto eu fazia sinal pra ele se aproximar.

Exitou um pouco quando viu Harry sentado ao meu lado, mas se levantou mesmo assim, deixando a bandeja vazia sobre a outra mesa enquanto se sentava no lugar vago do lado do garoto de olhos verdes. O menino me olhava vermelho, como se me repreendesse, eu apenas sorri, segurando a risada pelo constrangimento do rapaz.

Passei o almoço tentando fazer com que o casal que eu mesma intitulei "Larry" conversasse, mas não tive muito êxito, já que Harry estava completamente constrangido e Louis não fazia tanta questão de conversar com o outro. Na hora da saída, Lauren demorou um pouco para aparecer. Dessa forma, fiquei conversando com Shawn, já que os outros já estavam a caminho de suas casas.

- Onde você estudava antes? - perguntou, curioso.

- Na verdade eu morava no interior, me mudei faz pouco tempo pra casa de umas amigas. - "e agora namorada", pensei.

- Legal. Gostei bastante de você, você é divertida e engraçada. - sorri, agradecendo o elogio. Shawn foi aproximando seu rosto do meu, com os olhos fixos na minha boca e na hora percebi o que ele estava prestes a fazer. Coloquei uma mão em seu ombro, o afastando. O rapaz parou rapidamente, e abaixou a cabeça, constrangido.

- Desculpa Shawn, mas eu tenho namorada. E meio que garotos não são bem a minha área da especialidade. Alguns são de exatas, outros de humanas. Eu sou de bucetas. - o garoto riu, negando com a cabeça.

- Me desculpe, acho que julguei errado.

- Você é um cara legal, pode pegar alguma garota da área de paus, tem várias por aqui. Falando nela, minha namorada chegou. Tchau Chão.

Ele me olhou confuso com o apelido, mas não dei explicações. Dei um beijo na bochecha dele e me afastei, indo até o carro de Lauren. Assim que entrei no mesmo, percebi a cara amarrada da minha namorada.

- Tá tudo bem Lo? - ela assentiu, e percebi que não estava nada bem. A mais velha acelerou o carro, sem falar nenhuma palavra. Dei um beijo em sua bochecha mas a tensão presente em seu corpo não se desfez, me deixando preocupada. - Estava ali a muito tempo?

- O suficiente.

- Suficiente? - franzi o cenho, confusa.

- Pra ver você de gracinha com aquele garoto.

Então era isso? Lauren estava realmente com ciúmes de mim? Ela realmente pensava que eu seria capaz de trocar ela por algum garoto, mesmo reafirmando meu amor por ela e seus olhos verdes e encantadores todos os dias? Só podia ser brincadeira! Revirei os olhos e virei o rosto para frente, irritada com sua atitude imatura.

Quando chegamos em casa, minha namorada saiu do carro batendo a porta com força. Ela estava irritada, absurdamente irritada. Saí do veículo e entrei na casa, indo direto para o quarto. Não queria falar com Lauren, e aí que me lembrei que dividia o cômodo com ela. Entrei no quarto, passando pela de olhos verdes e fui para o banheiro, me trancando no mesmo. Passei mais de uma hora ali, irritada e refletindo sobre a possessividade da Jauregui. Resolvi sair de lá quando escutei um choro e soluços do cômodo vizinho.

Olhei para a minha garota, largada na cama e chorando com o rosto enterrado nas almofadas. Meu coração se partiu em pedaços, e corri até ela, me sentando ao seu lado e acariciando suas costas com as pontas dos meus dedos.

- Lo, não chora... Me desculpa, não queria agir desse jeito. - a abracei, e logo a garota se sentou, se ajeitando na cama e me olhando com os olhos vermelhos, o verde ainda mais concentrado, e lágrimas molhando toda a sua face.

- Desculpa ser assim. Eu... você é a primeira coisa, a primeira pessoa que eu já tive. Eu não suporto a ideia de te perder para alguém, ainda mais para um menino. - eu sorri, e acariciei seu rosto.

- Baby, você nunca vai me perder, de verdade. Eu te amo, Lauren.

- Me desculpe por isso. - ela sorriu com minhas palavras e olhou no fundo dos meus olhos. - Eu nunca tive nada que me pertencesse. O corpo não era meu, minha mãe e minha irmã, as perdi, as coisas materiais que tive não me pertenciam, e... nem a virgindade foi minha, Camz. Também tem... - ela se deteve, como se mudasse de ideia sobre me contar alguma coisa. Depois de uma pausa, retomou a fala. - As únicas coisas minhas são Normani, Dinah e Nina. E especialmente você. Não suportaria perder mais nada que me pertence.

Sorri com suas palavras, e selei nossos lábios. Eu a perdoava por ser possessiva. Eu aprenderia a deixar de me importar com isso, se fosse o preciso pra fazer minha namorada feliz e mantê-la confortável. Não queria que nada de ruim acontecesse a ela novamente, e faria o possível e impossível pra impedir qualquer um que tentasse machucá-la.

Depois de fazermos as pazes, tudo correu bem até eu receber uma ligação. A Ligação.

Eclipse - CamrenWhere stories live. Discover now