Eclipse - Camren

08. Kiss

P.O.V Lauren

- Mani, socorro – pedi para a morena entrando em seu quarto. - Preciso da sua opinião de psicóloga num momento. - me sentei na cama. Normani estava sentada encostada na cabeceira, mexendo no computador enquanto me ouvia. Ela desligou o aparelho e o colocou de lado, me encarando.

- Qual o drama da vez? - perguntou ela.

- Ok, é o seguinte... - respirei fundo – Tô me sentindo estranha.

- Caralho, que específica. Vou até fazer uma tese baseada nisso.

- Shiu, escuta. É sobre a Camila. Tipo, me sinto diferente quando eu tô com ela, sei lá, me sinto normal. Parece que minha mente bloqueia as coisas ruins que me aconteceram quando ela tá perto, como se só ela pudesse me proteger. Mas ao mesmo tempo eu tenho medo de me aproximar demais e acabar me decepcionando.

- Ai meu Deus Lern! - falou animada e sorridente – Você tá apaixonada pela bunduda, porra! - a mais velha me abraçou apertado, quase me esmagando. - Ai, meu bebê tá crescendo!

- NORMANI, SE ACALMA, CARALHO! - gritei pela euforia dela, fazendo-a rir pela minha irritação. - Como pode ter tanta certeza? Eu posso só estar.... superando.

- Chuchu, você descreveu tudo o que eu sinto quando estou perto da Dinah, mesmo depois de todos esses anos juntas. E além disso, você já foi em todas as porras de psicólogos de Miami nos últimos cinco anos, sem contar em todas as seções com a fodona aqui – apontou para si mesma – Você vai superar o que te aconteceu, enfrentando de cara. Mila é uma boa pessoa. Só vai nigga.

Abracei Normani, a agradecendo. Não só por esses conselhos, mas sim por tudo o que ela fez por mim nos últimos anos. Amava muito Normani, ela era minha famíla, assim como Dinah e Nina. E talvez, quem sabe, Camila viesse fazer parte disso.

P.O.V Camila

Era de tarde quando acordei. Tinha ido dormir logo depois do almoço, já que era sábado e minha preguiça estava gigante. Assim que abri meus olhos, a primeira coisa que eu vi, foram aquelas duas íris verdes verdes analisando cada traço do meu rosto, me fazendo sorrir. Como eu amava aqueles olhos... Menos de duas semanas dividindo o quarto com aquela garota e eu já a desejava mais do que tudo.

- Até que enfim, bela adormecida. - falou a morena, me olhando e sorrindo.

- Oi... - cumprimentei, bocejando logo em seguida.

Lauren aproximou-se mais de mim, acariciando meu rosto. Franzi o cenho estranhando seu gesto, já que a mais velha não curtia muito contato físico. Sorri quando ela deu um beijo em minha testa. Ela se levantou da cama e trancou a porta, e voltou tirando sua blusa, e eu acabei a fazendo rir com a minha cara de confusa.

- É que... Bem, não te mostrei todas as cicatrizes aquele dia, queria que você visse o resto. - explicou. Não entendia o porque de ela estar fazendo isso, mas ok. - Senta. - pediu e eu obedeci.

Lauren se aproximou, ficando de joelhos na minha frente, por mais que não fosse a intenção, não pude deixar de notar seu corpo perfeito, mas também mas marcas nele. A mais velha segurou a minha mão, passando as pontas dos meus dedos em uma grande marca abaixo dos seios.

- Ele fez isso quando eu ameacei contar para a polícia. Foi com uma faca de coizinha. - pude perceber como ela se esforçou para que parecesse indiferente me contando isso, mas eu sabia que não era bem assim.

- Lo, não entendi muito bem o motivo de me contar agora.

- Mani me falou que eu só vou superar completamente se enfrentar meus monstros. É isso que estou fazendo. - eu acariciava cada uma de suas marcas, e pude perceber sua pele se arrepiar. - Nunca falo disso com ninguém, Camz. Só com a Normani, porque ela é minha psicóloga. Nem a Dinah sabe de tudo. Mas, é que... com você eu me sinto confortável em contar. Não tenho medo de ser julgada, e eu não entendo o porque.

- Quero te ajudar a superar isso. Eu vou te ajudar. Pode confiar em mim, vou cuidar de você, vou te consertar. - ela sorria, me fazendo sorrir também.

A mais velha se deitou na cama, me chamando para que eu me juntasse a ela. Fui até seu corpo e continuei observando as marcas existentes em sua barriga, logo abaixo dos seios e também em suas coxas, descobertas pelos shorts que ela usava. Abaixei minha cabeça para suas coxas, dando beijos em seus antigos ferimentos. Ponde senti-la se arrepiar e ficar um pouco tensa, mas logo relaxando. Subi os beijos pelo seu corpo, encostando meus lábios em cada marca em sua barriga. Senti sua mão acariciar meus cabelos, o que me fez sorrir contra a sua pele.

Continuei a beijando até chegar em seu rosto. Ficamos mais de um minuto nos encarando e acariciando o rosto uma da outra, eu me sentia completamente perdida naquelas esmeraldas, era incapaz de desconectar o nosso olhar. Lauren me puxou pela nuca, aproximando nossos rostos, e eu, enfim, caí na tentação em a beijei.