05. Desire

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P.O.V Lauren

- Puta que pariu! - exclamei pondo a mão na boca, de olhos arregalados, espantada com a visão que eu estava tendo.

Normani e Dinah estavam peladas no sofá, gemendo e se agarrando feito loucas. Assim que a polinésia me viu, ficou vermelha e pediu para Normani parar de beijar seu pescoço. A morena me viu e arregalou os olhos, assustada com a minha presença.

- Porra, vocês tem quarto por um motivo! - reclamei e entrei na casa, jogando as roupas que estavam jogadas pelo chão nelas. Fui para o quarto correndo e bati a porta com força.

Não era a primeira vez que eu via as duas se agarrando, mas elas sabiam o quanto eu odiava isso. Elas sabiam o que eu havia passado com meu pai, estavam cientes do quanto eu tinha medo de sexo e de como o ato me fazia lembrar de coisas ruins. Na minha cabeça, amor e sexo não estavam ligados, e eu era incapaz de achar o último uma coisa boa de se fazer.

- Lern... - Mani abriu a porta do meu quarto devagar, entrando no mesmo agora vestida. Podia ver a culpa em seu olhar. - Me desculpa, branquela, de verdade. Sei o quanto isso te afeta, mas é que... - se interrompeu e veio até mim, se sentando ao meu lado na cama. - Bem, eu e a Dinah não temos ficado muito juntas ultimamente, não sozinhas. E como a Mila saiu com a Nina e você estava na faculdade, resolvemos, você sabe, aproveitar. - ela sorriu maliciosa me fazendo rir e negar com a cabeça.

- Tudo bem ManiBear. Só fodam no quarto da próxima vez. - ela riu e me abraçou, me fazendo retribuir. - Quer saber mana? Vai lá dar pra sua mulher. Só geme baixo e tranca a porta pra quando a Nina chegar não ter a mesma visão que eu tive.

Assim que minha irmã saiu do quarto, eu me joguei na cama, pensativa. Odiava a maneira como aquelas lembranças horríveis continuavam mexendo comigo, me deixando triste de uma hora para a outra, me fazendo até mesmo querer voltar a fazer o que era um hábito antes de vir morar com essas duas. Mas, com o passar dos anos, eu desenvolvi outros vícios, outras maneiras de tentar esquecer dos meus problemas.

Levantei da cama e caminhei até a gaveta da minha cômoda, tirando de lá um maço de cigarros ainda fechado. Abri o mesmo, pegando um deles e joguei o resto de volta na gaveta. Fui até a janela, a abrindo e me sentando no parapeito. Acendi o cigarro com um isqueiro que eu havia pegado também na gaveta, sentindo meus músculos relaxarem logo na primeira tragada.

Já estava na metade do meu quarto cigarro quando a porta do meu quarto é aberta, revelando uma Camila ofegante e suada. Rapidamente jogo o que sobrou pela janela, sem me levantar, encaro a mais nova.

- Porra, sua irmãzinha me cansa. - reclamou, me fazendo rir. - Sério, passei a tarde toda correndo atrás dela no parque, jogando bola e essas coisinhas de criança. Estou falecida. Desculpa entrar assim, aliás.

- Não tem problema, supero isso. - falei sorrindo e me levantei, me jogando na cama em seguida. - Precisa de ajuda para trazer as suas coisas? Já separei umas partes do armário e das gavetas pra você por suas roupas e as tralhas.

- Nem precisa, fiz isso quando você tava na faculdade – respondeu apontando para as malas no canto do quarto. Nem tinha visto, na verdade. - Quer me ajudar a guardar as coisas? Não reclamaria. - assenti sorrindo e ela sorriu de volta.

A latina colocou suas malas em cima da cama, as abrindo. Comecei a ajudá-la a guardar suas coisas no armário.

- Camz – chamei pelo primeiro apelido que passou na minha cabeça. Gostava de dar novos nomes para as pessoas, e esse me soou perfeito para a morena. Ela me olhou. - Não queria ser indelicada, só curiosidade, na verdade – falei voltando a arrumar as coisas – Por que veio pra cá? - a mais nova me olhou pensativa.

- É complicado... por causa dos meus pais, na verdade. - parei o que eu estava fazendo para prestar mais atenção na sua história, sem tirar os olhos de seu rosto com feições delicadas enquanto ela falava, olhando para baixo. - Eles descobriram que eu sou lésbica – a baixinha olhou para mim. - Sabe como é, esse puta preconceito. Me mandaram pra fora de casa, com medo de que minha irmãzinha seguisse meus "maus exemplos" - disse essa última parte fazendo aspas com os dedos e revirando os olhos logo em seguida.

- Que bad. – comentei – Acho isso tão ridículo. Acham que só porque você é assim que a sua irmã vai ser também. Um exemplo de que não contagia, é a Nina, que mesmo pequena tá na cara que ela quer muito ter um príncipe encantado, e não uma princesa, mesmo sendo filha da Mani e da Dj. E eu também, que sou tipo aquelas plantas, assexuada.

Camila riu do meu comentário final, me fazendo rir de sua risada escandalosa. Ficamos um tempo em silêncio, voltando a nos concentrar em guardar as roupas. Enquanto Camila arrumava suas blusas do jeito que queria no armário, eu arrumava suas gavetas. Peguei uma das calcinhas da latina para guardá-la e me peguei olhando para o tecido minúsculo. Me assustei com os pensamentos que vieram a minha mente, só conseguia imaginar aquela morena bunduda com aquele pequeno pedaço de pano em seu corpo. E eu me via tirando a peça de seu corpo.

Ah meu Deus, Lauren, o que tá acontecendo com você? Pensando em sexo?

- Lolo? Nunca viu uma calcinha antes? - perguntou a menor, rindo da minha cara e pegando a roupa da minha mão.

- Olha, desse tamanho não.

- Lauren! - reclamou ficando vermelha. Ué, só tinha sido sincera! - Por que? Só usa calcinha de velha?

- Sim, porque aí não entala no meu cu. - a pequena gargalhou com a minha frase, não permitindo que eu segurasse o sorriso. - Quer ver? - ofereci sem pensar na malícia. Camila sorriu e assentiu.

Abri meu short e o abaixei até a altura dos joelhos, mostrando para a latina latina o que era uma calcinha de verdade, que cobria minha bunda toda e não ficava socada no meu cu. Quando olho para trás, vejo camila babando com o que via, e eu imediatamente subo o short, vermelha e constrangida.

Por mais que estivesse envergonhada, gostei de me sentir desejada pela mais nova. Pela primeira vez na vida, não tive medo de me aproximar de alguém.

Eclipse - CamrenWhere stories live. Discover now