Capítulo 5

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Saltei do carro e andei rapidamente em direção à entrada do prédio de tijolinhos onde moro. Ele também saiu na maior tranquilidade e me pegou pelos ombros sem emitir palavra. É um dom desse homem. Eu tento criar um jogo de poder e ele assume o controle deixando que eu tome as rédeas da situação que já está completamente dominada por ele.

Meu apartamento fica no térreo e rapidamente atravessamos o corredor e entramos na sala. Antony esperou eu atravessar a soleira e me seguiu para dentro. Ele se sentou no encosto do sofá bem próximo à janela e ajeitou o corpo me olhando de um jeito que poderia estar dizendo "e agora sua tarada, vai continuar o ataque do carro?"

Meu predador está com os olhos vidrados nos meus e eu dou umas piscadinhas até acostumar com a intensidade daquela abordagem. Ele agora se apoia na beirada do sofá e fica esfregando as mãos vagarosamente como se fosse um serial killer que estuda detalhadamente os movimentos da vítima.

Aos poucos, vai desviando os olhos dos meus e passa a se concentrar na minha boca. Vai descendo mais um pouco até o decote e fica admirando com toda a sua cobiça a curva dos seios que o vestido deixa à mostra. Todo o seu corpo se comunica comigo em silêncio. Sinto como se me dissesse que não está se aguentando de vontade de chupar os meus peitos.

Ao passar a língua nos lábios ele enfim resolve falar alguma coisa. E parece estar se divertindo muito com o meu jeito de coelho assustado que roubou a cenoura e agora não sabe o que fazer com ela.

- Você poderia chegar um pouco mais perto, Andrezza. Se ficar colada na porta com essa cara apavorada, vou começar a pensar que a mulher que estava agora no carro comigo não entrou neste prédio.

Ele não espera uma resposta ou reação. Se aproxima de mim como um gato que dança naturalmente as suas passadas. Toma minha cabeça entre as mãos e me dá um longo beijo na boca.

Quando para, me olhar com um jeito que me deixa completamente nua, apesar de eu continuar com a roupa intocada no corpo.

Então me puxa para eu me sentar no seu colo no outro encosto do sofá e toma minhas mãos, que estão geladas de frio e ansiedade. Pega uma delas e faz um sanduíche com as suas, movendo de trás para frente para aquecê-las. Repete o mesmo movimento com a outra.

Ele está criando uma intimidade entre nós sem pressa de começar as carícias sexuais. Tenho a impressão que está me testando. Eu poderia pedir para que fosse embora agora, após esse contato tão doce. E talvez ele fosse sem mágoa. Mas tirar essa muralha de beleza da minha frente está completamente fora de cogitação.

Ele me levanta um pouco e começa a desabotoar meu vestido e também a sua camisa intercalando este stripper a dois com beijos na boca, no queixo e no meu colo. Quando perco minha proteção verde água e o vestido cai rente ao lado do corpo, Antony também já está sem camisa.

- Como pode, tão bela? – é a sua reação ao me ver sem roupa, pois, obviamente, nem pensei em colocar sutiã para enfrentar esse jantar. Meu companheiro avista o abajur no canto e se levanta para acendê-lo. Droga, eu penso, o menos é mais nessas horas!

Antony abre levemente a boca e fica a uma distância milimétrica de um dos meus seios. Faz um movimento de quem vai sugá-lo, mas se detém e começa a massagear minha barriga, logo acima do umbigo, em direção ao estômago.

Eu quase enfio meu peito na cara dele tamanha a vontade que tenho de receber uma chupada gostosa.

Mas meu convidado está ocupado com as suas mãos no meu corpo e o máximo que ganho é uma massagem em volta dos seios e de novo em direção ao umbigo. Esse movimento vigoroso faz circular uma energia intensa dentro de mim e me permito arquear a cabeça para trás para aguardar a próxima carícia.

Óleo de PrímulaOnde histórias criam vida. Descubra agora