Capítulo 17

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Cá estou no dia mágico me preparando para a nossa grande noite. Daqui a algumas horas, Antony virá tomar um banho rápido para seguirmos para a nossa primeira incursão como casal em público. Estou me sentindo uma megaestrela prestes a receber o Oscar.

Mas, se por um lado, a Andrezza confiante de batonzão vermelho está rodopiante e alegre pela casa, por outro estou me cagando de ansiedade porque Antony chegará com a sua madrasta. Ela também vai ao evento e passará aqui um pouco antes para nos conhecermos.

- A bruxa está vindo, hein, Andrezza – Angelina vem até o quarto para me lembrar do que já sei.

- Não fala assim, Angie, please! Eu já sei que ela virá. Antony ligou.

- Você não está nervosa? Eu estaria em pânico. Ela não é nada fácil.

- Por que todo mundo fala isso, meu Deus?

- Posso dizer por mim. Ela é do tipo intrometida. E você sabe bem que eu não suporto gente assim.

- Verdade, Angie! Você é muito discreta para conviver com alguém que gosta de ficar dando pitaco na vida dos outros.

- Exato! Mas vim aqui só para te comunicar que estou saindo e só volto amanhã. Não precisa ficar nervosa. Mas por via das dúvidas tome umas duas doses de vodca. Copo duplo. Se não ajudar tome mais duas. E quem avisa amigo é: melhor não pisar no calo dela.

Ajudou muito...e enfrentarei sozinha o rojão. Mas será que é mesmo tão difícil lidar com essa sogra? Aliás, juridicamente ex-esposa continua sogra? Eu não sei muito sobre Dannine e a investigação que Vicky fez para mim no trabalho não contribuiu com muita coisa.

Minha sogra vem de uma linhagem aristocrática, mas sua família estava meio falida antes mesmo de ela nascer. Mesmo assim, os Mitchell Baker se mantiveram na hight society. Aquele tipo de gente que não tem onde cair morta, mas sabe ficar em evidência.

Os pais de Dannine tiveram três meninos e apenas ela de filha, criada como uma princesinha de Beverly Hills. Casou-se com o presidente de uma petroquímica, e, quando ficou viúva, recebeu uma bela herança que garantiu para ela e seus dois filhos uma vida para lá de confortável.

O casamento com o magnata Marcus MacMillian a fez subir mais alguns degraus na esfera social. Ela ficou casada com o pai do meu namorado por sete anos e, pelo que consta, foi dela a iniciativa para o rompimento do relacionamento. Mas um ano depois tentou reatar com o ex-marido e não conseguiu. Mesmo assim seguiu inabalável no papel de primeira-dama, posição que ocupa ainda hoje e deverá desfrutar com elegância na festa de logo mais.

Mas por que este momento é tão complicado na vida das mulheres?

A única sogra que me relacionei por mais tempo foi a dona Cristina, a mãe do Alexandre. Uma senhora bem fofa, meio desconectada do mundo. Tratava meu ex-marido como um bebê e também não se envolvia muito na vida dele. Eu e ela fomos bem próximas. Mas eu contava com a vantagem de que dona Cris não tinha filhas. Virei uma emprestada. E sofri muito com a sua morte. Alexandre pirou geral e também me colocou de vez na condição de mamãezinha substituta. Aí ferrou geral a nossa vida a dois.

Mas, voltando para a dúvida sobre as apresentações de logo mais, o que será que vou encontrar quando as portas majestosas desse elevador se abrirem? Com que tipo de pessoa eu gostaria de me relacionar? Será que eu quero para mim uma sogra tal qual eu serei com a futura namorada do meu filho? Que engraçado pensar nisso porque eu acho que NÃO QUERO.

Eu caminho em direção à sala e percebo que as dúvidas terão que acabar por aqui. Antony e sua madrasta estão chegando e não tardam a atravessar o hall ajardinado e me encontrar na sala principal, onde estou sentada como se estivesse extremamente à vontade naquele momento de reconhecimento de fêmeas.

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