Capitulo 50

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       Estava na sala de Dylan, juntamente de Alex ,Clara ,Aline, Douglas e Lucas ouvindo suas instruções. O excesso de pessoas em um mesmo ambiente tornava o ar mais rarefeito, e pesado, por saber que nenhum deles confiavam em mim.

-Então quero que mate o Luiz, entendido? - Dylan diz me olhando, à espera de uma resposta.

-Sim . - digo confiante .

     Ainda não tinha em mente o que faria com Luiz, não planejava simplesmente chegar lá e mata-lo. Antes disso necessitava de respostas, e minha consciência não me deixava em paz em relação a ideia de mata-lo.
   Apesar de saber que era errado trabalhar pro lado mal do força, uma raiva constante me consumia por pensar no fato de sido boba o tempo todo.
       Ele sorri, satisfeito com a minha resposta, e logo depois  ordena que todos fossemos treinar.
        Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, enquanto os outros ainda  alongavam.  Início uma sequência de chutes e socos sobre uma saco de pancadas.
      Por um momento, penso também haver sido enganada por Jack, afinal eram todos da mesma equipes, e se sou tão parecida assim como minha mãe, ele com certeza deveria saber.  
   Firmo os pés. Base forte significa  soco mais forte. E isso tornou a dor dos meus pequenos ossos da mão, mais suportável.  Em um último golpe, o saco de areia finalmente é lançado para longe.
       Meu estresse agora tinha diminuído, bom.... pelo menos momentaneamente.
         De relance vejo alguns olhares de medo.

      Como eu amo  isso!

    Sei que não é normal gostar de colocar medo nas pessoas, mas faço isso apenas com os bandidos, não mocinhos.
  Sorrio internamente, caminho até o bebedouro e saciando minha sede, secando logo em seguida o meu suor.

-Por que não usou ataduras? - indaga Alex, observando minhas mãos com pequenos filetes de sangue.

-Não gosto de usa-los quando estou brava... e afinal de contas,  são  somente alguns cortes pequenos. - digo insignificante.

-Aceita uma revanche? - indaga.

-Já é a segunda revanche que você peder... e não, não aceito.

-Esta com medo?

-Não, só acho que deveria te poupar de perder pela milésima vez na frente dos seus amigos. Afinal somos família não é? - sorrio irônica.

(•••)

      Depois das últimas instruções, Dylan me libera para voltar a base. Sei perfeitamente que não estou agindo com a cabeça, pelo contrário, estou agindo  por impulso e deixando que os sentimentos me guiem, esquecendo do que considero certo ou errado.
       Caminho pelos corredores da base da OSCU, imaginado se algum dia voltaria a pisar ali se conseguir realmente fazer o que estava ali para fazer. Mantinha uma expressão séria no rosto, e não repensei antes de entrar na sala de Luiz, xingando mentalmente o fato de que meu amigos também estavam lá, não estava em meus planos fazer isso na frente deles, si é que eu realmente o faria. Minha consciência começava a tomar conta do meu corpo novamente.

      Isso vai ser mais difícil do que eu pensava...

     Antes que  qualquer um deles pudesse sorrir, ou sequer me abraçar, retiro a arma do coldre e aponto para o meu mais novo inimigo.  Todos congelam me olhando surpresos e aterrorizados. Inclusive Luiz, que nesse momento estava no centro da minha mira.

-Natasha, o que está acontecendo?!- indaga Luiz.

-Eu já sei de tudo! - digo, surpreendendo-me com o tom da minha voz, não planejava que saísse são alta.

     Ele parecia não entender, mas logo depois sua expressão revelou que já entendia do que se tratava.

-Natasha eu...

-Natasha nada! Você matou minha mãe seu idiota!

-Que? Como assim?! - questiona confuso.

        Por alguns segundos realmente vejo a confusão no seu olhar, e sinto a arma ficar mais pesada.

-Natasha abaixa essa arma! - diz Jack.

-Cala a boca! - grito.

-Eu não matei sua mãe! - diz Luiz.

-E como sei que esta falando a verdade?!

-Natasha, eu amava a Alexia! Eu nunca faria algo assim!

-Pois o que  Dylan me disse, foi totalmente o contrário!

      Ele suspira, como se finalmente entendesse o que se passava.

-Olha... o que exatamente ele lhe disse?!

-Que você a matou enquanto tentavam fugir.

-É totalmente ao contrário! Ele a matou! Alexia e eu nos amávamos! Filha você tem que acreditar em mim!

      Filha?

     Recoloco a arma no coldre, acho que necessitava uma explicação antes tomar minhas conclusões. Com todas essas divergências minha mente está uma bagunça.

-Você tem dois minutos! - digo.

-Bem... eu e Alexia como já disse, estávamos apaixonados. Mas ela namorava Dylan, e com o tempo eu fui conquistando-a. Foi então que... tivemos a maior das felicidades...ela ficou grávida. Dylan ficou furioso por não ser pai do filho que ela esperava e tentou me matar mais de uma vez. Então sua mãe pra te proteger, resolveu ir com seus pais para Londres, pelo menos até você nascesse e pudéssemos voltar a nós ver. O combinado era eu ir mais tarde... mas o planos mudaram e ela voltou pra me ajudar... aí... bom... você sabe...

        Minha cabeça estava confusa, não conseguia saber em quem acreditar. Então decidi fazer a coisa mais sensata possível. Me dei conta de que  Luiz sempre esteve ao meu lado e que agora era a minha vez de estar de seu lado.

-E por que nunca foi me procurar?! Eu cresci a vida toda sem um pai! - murmuro com raiva.

-Não queria te colocar novamente em risco como fiz com sua mãe e... o mundo precisava de mim...

-Eu também precisava... - disse deixando as lágrimas escorrerem livremente pelo rosto.- você ficou esse tempo todo me fazendo de besta! Quem mais sábia?! A Débora? O Jack?!

-Natasha, por favor, me desculpe... eu sei que deveria ter te contado antes.

     Minha raiva aumentava a cada segundo. Não mais por toda essa mentira, mas porque me sentia frágil, e estava sendo frágil na frente dos meus amigos. E eu não sou assim. Não quero ser assim. E nunca fui assim.

-Eu cresci a vida toda sem saber se você estava vivo, ou se me abandonará. Agora que saiba que está morto pra mim. 

     Me dirijo até a porta, mas antes de sair, dito minhas últimas palavras friamente.

-Eu estou fora da OSCU.

Agente MorganOnde histórias criam vida. Descubra agora