Estava na sala de Dylan, juntamente de Alex ,Clara ,Aline, Douglas e Lucas ouvindo suas instruções. O excesso de pessoas em um mesmo ambiente tornava o ar mais rarefeito, e pesado, por saber que nenhum deles confiavam em mim.
-Então quero que mate o Luiz, entendido? - Dylan diz me olhando, à espera de uma resposta.
-Sim . - digo confiante .
Ainda não tinha em mente o que faria com Luiz, não planejava simplesmente chegar lá e mata-lo. Antes disso necessitava de respostas, e minha consciência não me deixava em paz em relação a ideia de mata-lo.
Apesar de saber que era errado trabalhar pro lado mal do força, uma raiva constante me consumia por pensar no fato de sido boba o tempo todo.
Ele sorri, satisfeito com a minha resposta, e logo depois ordena que todos fossemos treinar.
Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, enquanto os outros ainda alongavam. Início uma sequência de chutes e socos sobre uma saco de pancadas.
Por um momento, penso também haver sido enganada por Jack, afinal eram todos da mesma equipes, e se sou tão parecida assim como minha mãe, ele com certeza deveria saber.
Firmo os pés. Base forte significa soco mais forte. E isso tornou a dor dos meus pequenos ossos da mão, mais suportável. Em um último golpe, o saco de areia finalmente é lançado para longe.
Meu estresse agora tinha diminuído, bom.... pelo menos momentaneamente.
De relance vejo alguns olhares de medo.Como eu amo isso!
Sei que não é normal gostar de colocar medo nas pessoas, mas faço isso apenas com os bandidos, não mocinhos.
Sorrio internamente, caminho até o bebedouro e saciando minha sede, secando logo em seguida o meu suor.-Por que não usou ataduras? - indaga Alex, observando minhas mãos com pequenos filetes de sangue.
-Não gosto de usa-los quando estou brava... e afinal de contas, são somente alguns cortes pequenos. - digo insignificante.
-Aceita uma revanche? - indaga.
-Já é a segunda revanche que você peder... e não, não aceito.
-Esta com medo?
-Não, só acho que deveria te poupar de perder pela milésima vez na frente dos seus amigos. Afinal somos família não é? - sorrio irônica.
(•••)
Depois das últimas instruções, Dylan me libera para voltar a base. Sei perfeitamente que não estou agindo com a cabeça, pelo contrário, estou agindo por impulso e deixando que os sentimentos me guiem, esquecendo do que considero certo ou errado.
Caminho pelos corredores da base da OSCU, imaginado se algum dia voltaria a pisar ali se conseguir realmente fazer o que estava ali para fazer. Mantinha uma expressão séria no rosto, e não repensei antes de entrar na sala de Luiz, xingando mentalmente o fato de que meu amigos também estavam lá, não estava em meus planos fazer isso na frente deles, si é que eu realmente o faria. Minha consciência começava a tomar conta do meu corpo novamente.Isso vai ser mais difícil do que eu pensava...
Antes que qualquer um deles pudesse sorrir, ou sequer me abraçar, retiro a arma do coldre e aponto para o meu mais novo inimigo. Todos congelam me olhando surpresos e aterrorizados. Inclusive Luiz, que nesse momento estava no centro da minha mira.
-Natasha, o que está acontecendo?!- indaga Luiz.
-Eu já sei de tudo! - digo, surpreendendo-me com o tom da minha voz, não planejava que saísse são alta.
Ele parecia não entender, mas logo depois sua expressão revelou que já entendia do que se tratava.
-Natasha eu...
-Natasha nada! Você matou minha mãe seu idiota!
-Que? Como assim?! - questiona confuso.
Por alguns segundos realmente vejo a confusão no seu olhar, e sinto a arma ficar mais pesada.
-Natasha abaixa essa arma! - diz Jack.
-Cala a boca! - grito.
-Eu não matei sua mãe! - diz Luiz.
-E como sei que esta falando a verdade?!
-Natasha, eu amava a Alexia! Eu nunca faria algo assim!
-Pois o que Dylan me disse, foi totalmente o contrário!
Ele suspira, como se finalmente entendesse o que se passava.
-Olha... o que exatamente ele lhe disse?!
-Que você a matou enquanto tentavam fugir.
-É totalmente ao contrário! Ele a matou! Alexia e eu nos amávamos! Filha você tem que acreditar em mim!
Filha?
Recoloco a arma no coldre, acho que necessitava uma explicação antes tomar minhas conclusões. Com todas essas divergências minha mente está uma bagunça.
-Você tem dois minutos! - digo.
-Bem... eu e Alexia como já disse, estávamos apaixonados. Mas ela namorava Dylan, e com o tempo eu fui conquistando-a. Foi então que... tivemos a maior das felicidades...ela ficou grávida. Dylan ficou furioso por não ser pai do filho que ela esperava e tentou me matar mais de uma vez. Então sua mãe pra te proteger, resolveu ir com seus pais para Londres, pelo menos até você nascesse e pudéssemos voltar a nós ver. O combinado era eu ir mais tarde... mas o planos mudaram e ela voltou pra me ajudar... aí... bom... você sabe...
Minha cabeça estava confusa, não conseguia saber em quem acreditar. Então decidi fazer a coisa mais sensata possível. Me dei conta de que Luiz sempre esteve ao meu lado e que agora era a minha vez de estar de seu lado.
-E por que nunca foi me procurar?! Eu cresci a vida toda sem um pai! - murmuro com raiva.
-Não queria te colocar novamente em risco como fiz com sua mãe e... o mundo precisava de mim...
-Eu também precisava... - disse deixando as lágrimas escorrerem livremente pelo rosto.- você ficou esse tempo todo me fazendo de besta! Quem mais sábia?! A Débora? O Jack?!
-Natasha, por favor, me desculpe... eu sei que deveria ter te contado antes.
Minha raiva aumentava a cada segundo. Não mais por toda essa mentira, mas porque me sentia frágil, e estava sendo frágil na frente dos meus amigos. E eu não sou assim. Não quero ser assim. E nunca fui assim.
-Eu cresci a vida toda sem saber se você estava vivo, ou se me abandonará. Agora que saiba que está morto pra mim.
Me dirijo até a porta, mas antes de sair, dito minhas últimas palavras friamente.
-Eu estou fora da OSCU.
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Agente Morgan
RandomSinopse: Natasha Brook Morgan, mais conhecida como Natasha Morgan, sempre viveu com seus avós maternos em Londres. Porém sua vida sofre uma grande mudança quando é surpreendida por uma bolsa para estudar na melhor escola dos Estados Unidos. Mo...