Depois das aulas, finalmente estávamos livres para aproveitar a tarde. Simon estava em missão, e segundo me informaram, demorariam um bom tempo pra voltar.
Sara me olhava, aparentemente brava, e Diogo saciava sua fome com um pedaço de bolo confeitado.-Posso saber onde estava?! Te procurei em todo lugar!
-No meu novo emprego de Stripper. - respondo, vendo em seguida, Diogo pausar a garfada surpreso. - Epa é brincadeira, onde ficou o sentido de humor ?!
-Você tem um sentido de humor muito peculiar. - diz Sara .
-E isso significa?
-Acho melhor nem explicar...
-Perai, vocês acham mesmo que eu seria capas de fazer isso?
-Conhecendo seu estado mental... não me resta dúvidas! - disse Diogo, que sorria sarcástico.
-Não estou falando com você, volta pro seu bolinho.
-Pelo menos ainda tenho sanidade mental.
-Você disse bem! "ainda", me provoca que perde rapidinho!
-Vocês dois, podem parar?
A mesa ficou em silêncio, Diana aproveitava-se disso pra me irritar, beijando e abraçando Agus, o qual correspondia ao excesso de carinho. Ajeito o uniforme, encomodada, não gosto de sentir essas coisas.
-Oi pessoal.Olho para Tales, agradecendo mentalmente por interromper naquele momento, porque sentia que do jeito que andava, daqui a pouco as coisas se tornaria mais sérias entre aqueles dois. Sorrio de canto, cumprimentando-o com um aceno.
-O que foi isso? - sussurra Diogo.
-Ja ouviu falar em cumprimento?
Tales sorri, e segura minha mão.
Não consigo evitar o incômodo, mas também não faço questão de afasta-lo.-Bem... eu vou indo... tenho que fazer um trabalho de geografia. - digo levantando.
-Eu te acompanho! - se prontifica Tales.
Durante o percurso esperava que ele iniciasse uma conversa, mas caminhamos em silêncio.
-Esta entregue.
-Ah... obrigada...
-Natasha, eu... bom... eu queria saber... se...
-Fala logo Tales.
-Você quer sair pra jantar, nessa noite?
-Ufa, pensei que fosse me pedir em casamento. - gracejo. - Sabe o que é Tales, tenho compromisso hoje, mas podemos marcar para outro dia...
-Como quiser, nos falamos depois?
-Claro.
Ele sorri, e para minha surpresa se aproxima, segurando minha cintura e selando nossos lábios. Me afasto, um pouco dele sem ar. Não pelo beijo, mas pelo fato de ter sido pega de surpresa
-Epa garotão, vamos devagar!
-Aé, me desculpe, acho que me empolguei...
-Sem problemas. Só não faça isso de novo sem a minha permissão.
Ele concorda, e entro no prédio sem olhar para trás.
Folheio alguns livros, com dificuldade de me concentrar em geografia.
Sara e Mariana entram rindo, esperei algum tempo, na esperança que elas percebencem que alguém ali precisava estudar, e calassem a boca ou se retirassem.
- Calem a boca! - grito.-Epaaa alguém está nervosa!
-Mari, não provoca, ela não está de bom humor. - avisa Sara.
-Isso pra mim é crise de solteirilis!
-O que é isso? - questiona Sara, erguendo uma sobrancelhas, intrigada.
-Eu acabei de inventar... mas tenho certeza que alguém já disse isso antes!
-Se você acabou de inventar, então como alguém já disse? - indaga.
-Com certeza o dom da Mariana não é piada.
-Não entendi...
Sara tenta explicar, mas eu a corto.
-Deixa Sara, isso pra mim é crise de loirismo. - digo, e recebo duas almofadadas na cara. - Foi mal! Esqueci que vocês loiras!
-Muito ingressadinha Morgan! - diz Sara.
-Adivinha o que vamos fazer hoje à noite? - questiona Mari.
-Odeio esses joguinhos!
Ela bufa.
-Você é irritante Natasha.
-Vamos fazer uma saída de casal. - Explica Sara, saltitando de felicidade.
-Hoje estou ocupada, não posso ir... - digo.
-Nat, me desculpe, mas... é um encontro de casais ! - murmura.
-Muito engraçadinha, e quem disse que eu estou sozinha?! - provoco.
-Que? Tá brincando!!!
-Você tá namorando o Agus? - pergunta Sara.
-Não disse que estava namorando.
-Mas você disse que...
-Esquece o que eu disse. -reviro os olhos.
Após logos desfiles de roupas pelo quarto, elas finalmente estavam prontas, maravilhosas. Diogo telefonou, dizendo que já estava a espera do lado de fora, e ambas saíram com a mesma animação com qual entraram.
Fiz questão de apagar a luz, deixando apenas que através da janela a lua iluminasse meu quarto.
Meus pensamentos são voltados novamente para Luiz. Suspiro cansada, pensava que já esquecerá esse assunto, mas ele continuava lá. Quando pequena comparava minha vida a um brinquedo, mais especificamente uma montanha russa, sempre em movimento, sem intervalos de tempo para descansar, e quando raramente isso acontecia, novas novidades surgiam para coloca-lo nos trilhos.
Não sei se tomei uma das melhores decisões em sair da OSCU, sinto falta do ritmo corrido. No entanto, continuar trabalhando para o meu ex chefe não era uma opção.
Sonhava tanto em ter um pai, e hoje, apesar de tudo , não consigo sonhar ou mesmo me imaginar chamando Luiz de pai. Sei que ele não fez por mal, e que seus objetivos poderiam até entrarem na escala de nobreza, dói saber que por egoísmo próprio cresci imaginado ser órfã.
E que ainda por cima não teve a coragem de dizer a verdade quando nos reencontramos.
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Agente Morgan
RandomSinopse: Natasha Brook Morgan, mais conhecida como Natasha Morgan, sempre viveu com seus avós maternos em Londres. Porém sua vida sofre uma grande mudança quando é surpreendida por uma bolsa para estudar na melhor escola dos Estados Unidos. Mo...