Desde pequena não costumava entrar no antigo quarto de minha mãe. Lembranças que nunca tive me incomodavam. E meus avós pareciam entender, mantendo a porta do cômodo sempre fechada.
-Não vai ajudar? - pergunto vendo Luiz sentando enquanto eu procurava .-Se eu soubesse pelo menos por onde começar...
-A caça nunca vem ao caçador.
Dito isso, ele inicia sua procura, vasculhando a pilha de caixa do canto.
-Você realmente era muito sapeca quando criança! - ele segurava um foto minha, iniciando uma guerra de bolo com meus avós.
-Luiz, foco! -
-Não me chame de Luiz! - protesta.
-Esse não é seu nome?! - indago sarcástica.
-Você sabe muito bem que prefiro que me chame de Pai!
-Velhinho, você vai acabar me fazendo chorar de emoção . - debocho secando lágrimas imaginárias.
-Está vendo! Você me chama de tudo, menos Pai!
-É costume... gosto de inventar apelidos...
-Isso deve ser doença, Jack faz a mesma coisa. - ele me olha por alguns segundo e depois cai na gargalhada.
Estreito os olhos sabendo onde aquele papo daria.
-Vai me dizer que ele anda me apelidando?! - indago brava.
-Natasha, foco!
-Não mude de assunto velhinho, não volto a procurar aquela coisa enquanto você não me disser a merda desse apelido!
-"Vaporzinho".
-Sinceramente, esperava um apelido melhor. Acho que ambos concordamos que sou mais criativa.
-Natasha!-Me deixa.
-Você tem que ver isso!
Viro irritada. Uma porta surgira no centro da estante. Provavelmente estivera ali a muito tempo, mas ninguém notara.
-Que merda é essa?! - indago.Ele me olha bravo.
-Olha a boca moçinha!
-Foi mal... - reviro os olhos. - Como, e de onde surgiu ?
-Não sei, só tentei afastar a estante.
Estava escuro lá dentro.
-Vem cá, como é que você nunca percebeu isso? Você não limpa o quarto não?
-Deixa de encher Luiz.
-Vou considerar isso com um "Não".
-Tem uma lanterna? - questiono sem dar atenção ao que ele dizia.
Em menos de dois segundos ele retira uma pequena lanterna de seu bolso e me entrega.
-Depois sou a estranha, que espécie de ser humano anda com uma lanterna no bolso?!- indago.
-Se tem uma coisa que aprendi sendo um Agente, é estar preparado...
-Vou anotar isso na minha agenda... - debocho.
Em passos lentos desço pela escada segurando a pequena lanterna com força, iluminado aquela escuridão.
Ao final encontro um interruptor, que revela o teor daquele local. Era uma sala projetada especialmente para suportar uma grande quantidade de armas. Via-se isso pelos vários tipos pendurados nas paredes.
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Agente Morgan
RandomSinopse: Natasha Brook Morgan, mais conhecida como Natasha Morgan, sempre viveu com seus avós maternos em Londres. Porém sua vida sofre uma grande mudança quando é surpreendida por uma bolsa para estudar na melhor escola dos Estados Unidos. Mo...