Capitulo 59

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     Desde pequena não costumava entrar no antigo quarto de minha mãe. Lembranças que nunca tive me incomodavam. E meus avós pareciam entender, mantendo a porta do cômodo sempre fechada.
   
-Não vai ajudar? - pergunto vendo Luiz sentando enquanto eu procurava .

-Se eu soubesse pelo menos por onde começar...

-A caça nunca vem ao caçador.

      Dito isso, ele inicia sua procura, vasculhando a pilha de caixa do canto.

-Você realmente era muito sapeca quando criança! - ele segurava um foto minha, iniciando uma guerra de bolo com meus avós.

-Luiz, foco! -

-Não me chame de Luiz! - protesta.

-Esse não é seu nome?! - indago sarcástica.

-Você sabe muito bem que prefiro que me chame de Pai!

-Velhinho, você vai acabar me fazendo chorar de emoção . - debocho secando lágrimas imaginárias.

-Está vendo! Você me chama de tudo, menos Pai!

-É costume... gosto de inventar apelidos...

-Isso deve ser doença, Jack faz a mesma coisa. - ele me olha por alguns segundo e depois cai na gargalhada.

         Estreito os olhos sabendo onde aquele papo daria.

-Vai me dizer que ele anda me apelidando?! - indago brava.

-Natasha, foco!

-Não mude de assunto velhinho, não volto a procurar aquela coisa enquanto você não me disser a merda desse apelido!

-"Vaporzinho".

 -Sinceramente, esperava um apelido melhor. Acho que ambos concordamos que sou mais criativa.
     
-Natasha!

-Me deixa.

-Você tem que ver isso!

      Viro irritada. Uma porta surgira no centro da estante. Provavelmente estivera ali a muito tempo, mas  ninguém notara.
 
-Que merda é essa?! - indago.

    Ele me olha bravo.

-Olha a boca moçinha!

-Foi mal... - reviro os olhos. - Como, e de onde surgiu ?

-Não sei, só tentei afastar a estante.

      Estava escuro lá dentro.

-Vem cá, como é que você nunca percebeu isso? Você não limpa o quarto  não?

-Deixa de encher Luiz.

-Vou considerar isso com um "Não".

-Tem uma lanterna? - questiono sem dar atenção ao que ele dizia.

     Em menos de dois segundos ele retira uma pequena lanterna de seu bolso e me entrega.

-Depois sou a estranha, que espécie de ser humano anda com uma lanterna no bolso?!- indago.

-Se tem uma coisa que aprendi sendo um Agente, é estar preparado...

-Vou anotar isso na minha agenda... - debocho.

      Em passos lentos desço pela escada  segurando a pequena lanterna com força, iluminado aquela escuridão.
    Ao final encontro um interruptor, que revela o teor daquele local. Era uma sala projetada especialmente para suportar uma grande quantidade de armas. Via-se isso pelos vários tipos pendurados nas paredes.

Agente MorganOnde histórias criam vida. Descubra agora