No mesmo instante uma troca de tiros se inicia, vejo Diogo e Agus sacarem suas armas e atirarem, protegidos por duas cadeiras. Alguns reféns se levantavam, prontos para ajudar, afinal todos ali eram agentes.
Tentava ao máximo pensar com clareza, Luiz ainda estava muito próximo a Dylan, e sua vida corria perigo.
Miro, e acerto Dylan com duas balas nas extremidades da coxa direita. Seu corpo estremece de dor, e por alguns segundos sua mão perde a força, largando a arma sobre o piso manchado de sangue. Atinjo Alex com uma coronhada e corro para ajudar meu pai.
Estávamos no meio de fogo cruzado, qualquer um poderia se ferir ou até mesmo morrer por uma bala perdida.
Entrego a ele minha arma, mas antes que pudesse me proteger atrás de Sara, uma bala perfura meu peito.
Abaixo o rosto, o sangue molhava meu uniforme e meus sentidos pioravam gradativamente.(•••)
Uma luz forte iluminava meu rosto, é assim como o corpo, a cabeça também doía. Acostumo meus olhos a claridade na tentativa de saber onde estava. Um hospital,ou melhor, a enfermaria da OSCU. Estou dentro dentro dela, ou talvez fora, mas o importante é que estou em algum lugar da OSCU, isso significa que tudo ocorreu bem.
Tento levantar, mas meu corpo não correspondia por conta da dor incômoda.-Não! Por favor, não faça esforços! - grita uma ruiva, de trajes brancos.
-O que aconteceu?- questiono.
-Você levou um tiro no ombro... mas agora está melhor...
No ombro? Um jurava que era no peito.
-A OSCU... - sussuro.-Todos estão bem... só preciso que fique deitada.
Obedeço, deitando a cabeça travesseiro duro, e procurando relaxar. Já foi estava em condições para discutir minha estadia ali, e se quisesse sair, precisava me recuperar o mais rápido possível.
Depois de algum tempo, atordoada e entediada, recebo a visita da equipe.-Vaporzinho você é dura na queda! - brinca Jack.
-Não abusa...estou boa o suficiente pra acabar com esse sorriso. - ameaço brincalhona.
-Como você está? - Agus se aproxima, segurando minha mão.
-Bem... bom, um pouco perfurada, mas bem...
Fico vermelha como um tomate ao perceber que trajava apenas uma camisola transparente junto de um conjunto de lingerie.Quem me trocou?
Sara pareceu entender o motivo do meu silêncio, fazendo questão de me cobrir com um lençol e sussurrar baixinho que havia sido ela.-Eu quero sair daqui! - reclamo.
-Não senhora, você vai ficar aí, nem que eu tenha que te amarrar, mas não sai daí de jeito nenhum! - murmura Luiz.
Bufo cansada, lá se foi meu plano de sair quando ninguém estivesse por perto.
-Afinal quem foi o idiota que me atingiu?- reclamo.
-Alex. -responde Simon.
-Só podia... mais que filho de u...
-Natasha! - repreende Diogo.
-Desculpa. - reviro os olhos.
-Senhores, o horário de visitas acabou. - Fala a ruiva, entrando na sala com uma bolsa de soro.
- Tchau amor... - de despede Agus.
-Tchau.
Espero que saiam do quarto, para iniciar uma conversa com a enfermaria.
-Posso saber seu nome?- indago.
-Anny...
-Estamos dentro da OSCU?
-Sim...
Percebo sua falta de vontade em puxar um assunto, e decido desistir da ideia de fazer uma amiga. Tudo bem que a amizade seria interesseira, afinal queria convence-la de que já estava bem.
Acordo alguns minutos depois de decidir tirar uma soneca, Sara massageava meus cabelos. Sorrio, agradecendo o carinho.-Alguém fingia que estava dormindo... - murmura .
-Acordei agora... que horas são?
-Já é de manhã. Estou esperando o doutor vir te examinar e te dar alta.
-Você ficou aí a noite inteira?
-Eu cheguei agora cedo, quem ficou foi seu namorado. Tive que expulsa-lo, ele não queria sair do seu lado...
-Ai, acho que vou vomitar arco-iris... Onde está a ruiva? - questiono dando falta da enfermeira.
-Quem?
-A enfermeira...
-Quando eu entrei aqui só tinha um médico.
Suspiro, esfregando as mãos de leve no rosto, buscando afastar o sono. Os remédios que tomara já faziam efeito, as dores não eram mais as mesmas.
-O que aconteceu com Dylan? E Alex? - indago
-Você está mesmo preocupada com isso nessas circunstâncias?!
-Sara eu só levei um tiro, não estou morta.
-Dylan foi preso, e Alex evaporou.
Sorrio.
-Queria estar lá pra ver...
-Aé? Saiba que as últimas palavras dele foi: " Vou acabar com você Morgan!"
-Sério? Não me lembro disso...
-É que nessa parte você estava largada no chão. - Explica.
Paro, e penso sobre a minha capacidade de atrair confusão. A ideia de que as pessoas que amo estariam mais seguras sem mim, ronda minha mente.
Após alguns minutos em silêncio , finalmente o Doutor de jaleco branco atravessa a porta.-Como você está? - indaga.
-Perfurada.
Me repreendo mentalmente, essa com certeza não era a resposta que ele esperava. Para sair daqui, tenho que ser o mais simpática possível, e esse não foi um bom primeiro passo.
-Está se sentindo melhor? Alguma dor?
-Não... estou ótima. - sorrio.
Ele se aproxima e retira o curativo, dando uma boa olhada na ferida, para logo depois tampa-la novamente.
-Pelo o que vejo você está ótima, peço apenas total repouso e troca do curativo diariamente.
-Pode deixar Dr, essa moçinha vai se comportar. - diz Sara.
Reviro os olhos. Acabei de ganhar uma babá.
Ele se senta em uma mesa e começa a preencher uma papelada em voz alta.
-Qual o seu tipo sanguíneo?
-B+. - respondo.
Depois de alguns minutos, finalmente ele sai da sala, para dar a liberdade de me trocar.
-Não sabia que o seu sangue era B+... - murmura Sara.
-E não é. É O+...
-Natasha! Por que mentiu?
-Não gosto de dar informações pessoais pra pessoas que nem conheço!
-Mas ele é o seu médico!
- E dai?
-Você é impossível. - revira os olhos, inconformada.
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Agente Morgan
RandomSinopse: Natasha Brook Morgan, mais conhecida como Natasha Morgan, sempre viveu com seus avós maternos em Londres. Porém sua vida sofre uma grande mudança quando é surpreendida por uma bolsa para estudar na melhor escola dos Estados Unidos. Mo...