Capitulo 62

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No mesmo instante uma troca de tiros se inicia, vejo Diogo e Agus sacarem suas armas e atirarem, protegidos por duas cadeiras. Alguns reféns se levantavam, prontos para ajudar, afinal todos ali eram agentes.
    Tentava ao máximo pensar com clareza, Luiz ainda estava muito próximo a Dylan, e sua vida corria perigo.
    Miro, e acerto Dylan com duas balas nas extremidades da coxa direita. Seu corpo estremece de dor, e por alguns segundos sua mão perde a força, largando a arma sobre o piso manchado de sangue. Atinjo Alex com uma coronhada e corro para ajudar meu pai.
Estávamos no meio de fogo cruzado, qualquer um poderia se ferir ou até mesmo morrer por uma bala perdida.
    Entrego a ele minha arma, mas antes que pudesse me proteger atrás de Sara, uma bala perfura meu peito. 
      Abaixo o rosto, o sangue molhava meu uniforme e meus sentidos pioravam gradativamente.

(•••)

  Uma luz forte iluminava meu rosto, é assim como o corpo, a cabeça também doía. Acostumo meus olhos a claridade na tentativa de saber onde estava. Um hospital,ou melhor, a enfermaria da OSCU. Estou dentro dentro dela, ou talvez fora, mas o importante é que estou em algum lugar da OSCU, isso significa que tudo ocorreu bem.
     Tento levantar, mas meu corpo não correspondia por conta da dor incômoda.

-Não! Por favor, não faça esforços! - grita uma ruiva, de trajes brancos.

-O que aconteceu?- questiono.

-Você levou um tiro no ombro... mas agora está melhor...

      No ombro? Um jurava que era no peito.

-A OSCU... - sussuro.

-Todos estão bem... só preciso que fique deitada.

   Obedeço, deitando  a cabeça travesseiro duro, e procurando relaxar. Já foi estava em condições para discutir minha estadia ali, e se quisesse sair, precisava me recuperar o mais rápido possível.
   Depois de algum tempo, atordoada e entediada, recebo a visita da equipe.

-Vaporzinho você é dura na queda! - brinca Jack.

-Não abusa...estou boa o suficiente pra acabar com esse sorriso. - ameaço brincalhona.

-Como você está? - Agus se aproxima, segurando minha mão.

-Bem... bom, um pouco perfurada, mas bem...

Fico vermelha como um tomate ao perceber  que trajava apenas uma camisola transparente junto de um conjunto de lingerie.Quem me trocou?
    Sara pareceu entender o motivo do meu silêncio, fazendo questão de me cobrir com um lençol e sussurrar baixinho que havia sido ela.

-Eu quero sair daqui! - reclamo.

-Não senhora, você vai ficar aí, nem que eu tenha que te amarrar, mas não sai daí de jeito nenhum! - murmura Luiz.

Bufo cansada, lá se foi meu plano de sair quando ninguém estivesse por perto.

-Afinal quem foi o idiota que me atingiu?- reclamo.

-Alex. -responde Simon.

-Só podia... mais que filho de u...

-Natasha! - repreende Diogo.

-Desculpa. - reviro os olhos.

-Senhores, o horário de visitas acabou. - Fala a ruiva, entrando na sala com uma bolsa de soro.

- Tchau amor... - de despede Agus.

-Tchau.

    Espero que saiam do quarto, para iniciar uma conversa com a enfermaria.

-Posso saber seu nome?- indago.

-Anny...

-Estamos dentro da OSCU?

-Sim...

     Percebo sua falta de vontade em puxar um assunto, e decido desistir da ideia de fazer uma amiga. Tudo bem que a amizade seria interesseira, afinal queria convence-la de que já estava bem.
     Acordo alguns minutos depois de decidir tirar uma soneca, Sara massageava meus cabelos. Sorrio, agradecendo o carinho.

-Alguém fingia que estava dormindo... - murmura .

-Acordei agora... que horas são?

-Já é de manhã. Estou esperando o doutor vir te examinar e te dar alta.

-Você ficou aí a noite inteira?

-Eu cheguei agora cedo, quem ficou foi seu namorado. Tive que expulsa-lo, ele não queria sair do seu lado...

-Ai, acho que vou vomitar arco-iris...  Onde está a ruiva? - questiono dando falta da enfermeira.

-Quem?

-A enfermeira...

-Quando eu entrei aqui só tinha um médico.

   Suspiro, esfregando as mãos de leve no rosto, buscando afastar o sono. Os remédios que tomara já faziam efeito, as dores não eram mais as mesmas.

-O que aconteceu com Dylan? E Alex? - indago

-Você está mesmo preocupada com isso nessas circunstâncias?!

-Sara eu só levei um tiro, não estou morta.

-Dylan foi preso, e Alex evaporou.

Sorrio.

-Queria estar lá pra ver...

-Aé? Saiba que as últimas palavras dele foi: " Vou acabar com você Morgan!"

-Sério? Não me lembro disso...

-É que nessa parte você estava largada no chão. - Explica.

      Paro, e penso sobre a minha capacidade de atrair confusão. A ideia de que as pessoas que amo estariam mais seguras sem mim, ronda minha mente.
     Após alguns minutos em silêncio , finalmente o Doutor de jaleco branco atravessa a porta.

-Como você está? - indaga.

-Perfurada.

      Me repreendo mentalmente, essa com certeza não era a resposta que ele esperava. Para sair daqui, tenho que ser o mais simpática possível, e esse não foi um bom primeiro passo.

-Está se sentindo melhor? Alguma dor?

-Não... estou ótima. - sorrio.

      Ele se aproxima e retira o curativo, dando uma boa olhada na ferida, para logo depois tampa-la novamente.

-Pelo o que vejo você está ótima, peço apenas total repouso e troca do  curativo diariamente.

-Pode deixar Dr, essa moçinha vai se comportar. - diz Sara.

    Reviro os olhos. Acabei de ganhar uma babá.

     Ele se senta em uma mesa e começa a preencher uma papelada em voz alta.

-Qual o seu tipo sanguíneo?

-B+. - respondo.

       Depois de alguns minutos, finalmente ele sai da sala, para dar a liberdade de me trocar.

-Não sabia que o seu sangue era B+... - murmura Sara.

-E não é. É O+...

-Natasha! Por que mentiu?

-Não gosto de dar informações pessoais pra pessoas que nem  conheço!

-Mas ele é o seu médico!

- E dai?

-Você é impossível. -  revira os olhos, inconformada.

   

     

Agente MorganOnde histórias criam vida. Descubra agora