Assumo o Hing novamente, sobre aplausos que obviamente não eram destinados a mim, mas sim ao King Kong. Lição do dia: nunca escolher um codinome tão brega.
-Escolham seus adversários!
Me posiciono em frente ao campeão, que sorria provocante. Seus olhos me atingem, e por um segundo, vejo neles a surpresa. Agora fora minha vez de corresponder as provocações.
O sinal é dado, e a disputa começa. Sem maiores demandas, seus punhos traçam o caminho até o meu rosto, no entanto, graças a sua falta de agilidade, desvio fácilmente de suas investidas. Acho que isso vai ser mais divertido do que pensava.
Desfiro um chute em sua costela, movimento do qual foi feito com um certo esforço, pois sua estatura era bem maior. Apesar da força que o atingirá, ele permaneceu lutando, como se nada tivesse acontecido.
Novamente me esquivo de suas tentativas falhas de me acertar, gerando o alvoroço do público, que se animavam mais no decorrer da luta.
Corro até as redes elásticas que demarcam o limite do hing, tomando impulso para saltar e pousar sobre os ombros do grandalhão. Enrolando as pernas no seu pescoço para sufoca-lo.
Essa tática até funciona durante alguns minutos, o vermelho da sua cabeça o delata, mas logo depois, sou lançada contra as redes.
Sinto algo quente escorrer pela minha testa, transmitindo uma sensação de esquisita.
Furiosa inicio uma sequência de socos e chutes nos seus "Países baixos". Porém logo recebo uma rasteira , e atinjo o chão novamente.
De relance vejo-o subir nas redes pra saltar com todo o seu peso sobre mim. Antes disso, rolo para o lado e sinto o chão tremer com o impacto deste contra o chão. Aproveito seu corpo jogando, e o imobilizo com as pernas.
Por mais que ele possua força, seria quase impossível escapar do meio das minhas pernas novamente. Um pequeno truque aprendido com o Jack, que agora agradeçia.
Socos e beliscos não me faziam desistir, continuava apertando, casa vez mais.
Depois de alguns minutos, sua cor já não era a mesma, ouso suas batidas no chão, que anunciam o fim da disputa. Levanto, vendo que Diogo já terminara sua luta, juntando-se a platéia na algazarra.
Apesar dos meus ossos sentirem que foram mutilados e do cansaso que começava a tomar conta do meu corpo, não podia evitar estar feliz.
-Nós ganhamos! -grita.Um homem vestido de branco aparece, erguendo nossas mãos pra cima para anunciar os novos vencedores.
Novamente a grande gritaria se espalha, percebo uma movimentação estranha em um dos cantos, de caras que pareciam não estar satisfeitos com os resultados. Provavelmente um dos apostadores.-Acho melhor nós descermos... - cochicha Diogo.
Concordo, e nos dirigimos diretamente ao vestiário. Precisávamos sair, e quanto mais rápido, mais seguro estaremos.
-Aqueles caras não pareciam felizes por termos ganhado. - murmuro.
-Eles fizeram uma aposta grande na vitória do King Kong, mas pelo visto sairam perdendo.
- Vamos limpar isso em outro lugar, você está horrível.
-Valeu pela sinceridade...
-Foi mal, acho que você cortou seu supercílio.
-Droga! Maldito macaco! - irrito, passando as mãos sobre o corte. - Você não esta tão diferente de mim, seus lábios estão inchados.
Ele toca nos lábios, fazendo caretas de dor. Marica.
(•••)
-Argh! Isso dói!- protesto.
Diogo me ajudava a desinfetar o corte, mas o único que tinha era álcool.-Deixa de reclamar, você tem sorte de não estar inchado, apenas cortado.
Depois de longas sessões de tortura, Diogo nos guia à sala de pagamento, onde receberiamos o nosso prêmio. O plano era sair, pra depois nos limpar, mas o meu corte começava a dar sinal vida, com pontadas, e isso não era bom.
O galpão já tinha esvaziado, e apenas alguns lutadores circulavam por alí. Era uma pequena sala, com uma mesa e duas cadeiras, no entanto tudo ali se resumia a sujeira. Um homem de barba branca sentado do outro lado da mesa, conferia o conteúdo da maleta. Seu rosto não me inspirava confiança.
-Ai estão os meus campeões!-Senhor Caul... - cumprimenta Diogo.
-Essa moça, quem é?
-Natasha. - respondo.
-Bem Natasha, parabéns, nunca vi uma mulher lutar tão bem.
-Obrigada.
Apesar dos elogios prestados, continuava seria, algo nele delatava sua falta de caráter.
-Bom, aqui está o dinheiro de vocês...- murmura estendendo a maleta para Diogo, mas faço questão de pegá-la antes.
Abro e verifico se está tudo certo.
-Podemos ir.
(•••)
Como sempre, fui a última a acordar. Sara e Mari já tinha descido para tomar café. Confesso que essa noite foi um pouco difícil de pegar no sono, a dor nos meus ossos não me deixavam em paz.
Verifiquei os armários do banheiro, em busca de algum remédio que milagrosamente curasse a minha dor. Três cápsulas seriam suficientes.
Meu reflexo não havia melhorado naquela manhã, continuava com a mesma cara de morta do o dia anterior. Meu supercílio agora estava inchado, e o canto dos meus lábios inchados, mas isso era quase imperceptível.
Procuro por Band-aid mas pelo visto já não tinha mais nenhum ali guardado. O jeito era fica assim, e inventar a melhor das a desculpas.
Desço em direção ao refeitório, mas antes esbarro propositalmente em Diogo, afinal eu deixei o dinheiro com ele, com certeza teria de cobrar. Ele parecia adivinhar a razão de estar ali.-Amanha atarde vou sair, e deposito na sua conta, é só me passar o número .
-Pode deixar.
-Por que não usou um band-aid nesse treco?!
-Infelismente acabou.
Seguimos juntos até a mesa para o café. Esperava que meus amigos não percebessem o nosso estado, assim não precisaria contar mentiras desnecessárias.
-O que aconteceu com vocês dois?!- indaga Sara.
-Eu cai da escada.- minto me sentando ao lado dela. - Mariana deixou de novo suas botas lá.
-Não lembro de ter...
-E eu mordi meu lábio sem querer... - interrompe Diogo.
-Que espécie de ser morde o lábio sem querer? - questiono recebendo um olhar irritado.
-E que espécie de ser cai da escada? - contra ataca.
-Qual é, vocês não me enganam! - diz Simon, preocupado.
-Natasha, você não tem mais motivos para estar assim. - continua Simon, se referindo ao fato de ter saído da OSCU - Não precisa mais lutar.
Diana e Agus apenas observavam a cena, conversando enquanto comiam, mas podia ver a preocupação nos olhos dele.
-Parabéns Sherlock Holmes, descobriu o mundo... - debocho.
-Deixem de pegar no nosso pé, já falamos o que aconteceu. - pergunta Diogo.
-Só acho suspeito. - diz Sara
-Concordo com a Sara. Natasha, você está com as coxas roxas de tantos hematomas!
-Primeiro que não são tantas assim. - Rebato.
-E segundo, desde quando você olha as coxas dela?! - questiona Mariana, enciumada.
-Briga! - diz Diana, abrindo pela primeira vez, a boca.
-Você ficou linda de verde Natasha ! - elogia Simon, tentando mudar de assunto, mas estraga mais ainda a coisa.
-Nossa amiga! Você tá de verde! - se impressiona Sara.
-Gente é só uma cor. - reviro os olhos. - Nem parece que você é boa em observar os detalhes.
Minha cor preferida de uniforme era o laranja, raramente utilizava o azul, ou até mesmo o verde. Mas hoje, simplesmente decidi inovar. Às vezes isso faz bem.
-Admito que ficou diferente. - diz Diana.-Acho melhor nós irmos... já está quase na hora de começar a aula.
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Agente Morgan
RandomSinopse: Natasha Brook Morgan, mais conhecida como Natasha Morgan, sempre viveu com seus avós maternos em Londres. Porém sua vida sofre uma grande mudança quando é surpreendida por uma bolsa para estudar na melhor escola dos Estados Unidos. Mo...