Eu fiquei um pouco sem jeito durante todo o casamento. O tempo inteiro eu queria cair, desmaiar. Ver o padre ali, a Monick vestida de noiva, o Harry com cara de apaixonado... Eu não tinha estruturas.
Quando a cerimônia na igreja terminou, consegui fugir para uma pequena capela que ficava atrás da igreja. Bem à minha frente havia uma imagem de Jesus Cristo na cruz. Fitei-a um pouco e percebi que estava suja. Há quanto tempo eu não me confessava? Eu não sabia. A última vez que me lembrava era quando tinha uns doze anos. Sorri um pouco. Lembro-me que adorava acompanhar vovô em suas preces me faziam bem. Até o último minuto eu ficava com ele na igreja, olhando para a imagem de nossa senhora, rezando para que um dia meus sonhos se realizassem. Engraçado que hoje não lembro mais quais eram eles. Nunca fui muito católica em minha adolescência. Sempre acreditei em um ser superior, mas nunca acreditei que ele pudesse interferir em nossas vidas. Triste saber que não guardei nenhum sonho pra mim. E isso me faz sentir culpada por não ter preservado nenhum amor, nenhum prazer, nenhuma benção para mim mesma. E, naquele momento, me senti suja como um lixo que jogamos depois de uma obra de uma casa, ou de algo podre que todos se afastam por causa do mau cheiro.
Deus havia se afastado de mim por causa do meu mau cheiro, era triste esse sentimento, todo essa tristeza impregnada em mim, esses pecados.
Sei que parece um pouco tarde, sabe? Eu só queria ter paz, ser feliz, não sentir o amor que achava que sentia. Todos iam embora. Vovô, o cozinheiro, Richard e Harry. E só eu fiquei. Sozinha, sem guardar nenhuma esperança para mim.- Minha filha, você quer se confessar? - Vi o padre ao meu lado. Ele sorria. Parecia que me compreendia de verdade, parecia que olhava a verdade em mim.
- Já faz tanto tempo, padre.
- Nunca é tarde demais para reaver seus erros.
Sorri um pouco e ele me encaminhou para o lugar adequado. Foi para o outro lado e ficou quieto, esperando que eu falasse. Sentia minha garganta presa, minhas mãos frias, suadas, olhos lacrimejantes. Então, depois de muitos anos, pus-me a falar:
- Padre, me perdoe, pois eu pequei.Cinco anos depois
- Mãe, pode deixar, eu posso carregar as malas.
- Não, querida, eu peço para o seu pai levar. Pegue querido.
Papai pegou as malas e me deu um abraço apertado.
- É tão bom te ver, querida.
-Também é bom vê-lo, papai. - Sorri sinceramente.
- Olhe para você, querida. Está tão bonita.
- Você quem está linda, mamãe. - Sorri sinceramente.
Estava voltando para Nova Jersey para uma temporada depois de cinco anos estudando na Austrália. Eu havia desistido de Nova Iorque porque ficava perto demais de casa. Eu precisava ir para longe de tudo. Terminei meu curso na Austrália. Terminei com honras e títulos.
Era até estranho encontrar meus pais de novo. Parecia que nada havia mudado. Eles estavam realmente um pouco mais velhos, mas não tanto. Eu os via em todos os natais que se seguiram nesses anos. Estava com os meus vinte e três anos, formada e estudando para o exame da ordem que eu faria nos EUA mesmo. A legislação não era tão diferente, porém isso tomava um pouco do meu tempo.
Eu também mudei um pouco. Decidi me dedicar aos estudos, fazer as coisas de outra forma. Mas não deixei de sair para as minhas festas, mesmo que elas não fossem as mesmas do tempo passado. Karen e Ryan também me visitavam constantemente, e nossa amizade ainda era a mesma. Eles iam casar, pode? E eu era uma das madrinhas. E seria também nessa temporada que eu estava em NJ.
Nossa casa grande continuava da mesma forma, mas meus pais a reformaram por dentro, construíram um escritório para atender seus clientes em casa. Agora eles tinham uma construtora muito bem sucedida, fazendo com seus frutos fossem colhidos.
- Filha, eu te disse que Harry e a esposa vêm passar duas semanas conosco no casamento de Karen e Ryan? E que eles vão trazer o Joah. Finalmente eu vou conhecê-lo! - Mamãe falou animada e eu sorri.
Harry morava na Inglaterra. Em uma cidade que eu não sabia o nome, pois nunca havia visitado sua família nesses cinco anos. Mas a minha relação com ele era boa. Dos natais que passei casa, eu o vi uma ou duas vezes. Mas não cheguei a ver seu filho com Monick que já tinha seus dois aninhos. Claro, só em foto. Mas Monick continuava a mesma pessoa irritante e nojenta de sempre, e isso não mudaria.
O meu quarto também era quase a mesma coisa, com exceção do meu guarda-roupa que agora era novo. O computador também sumira. Mas fora isso eu me senti em casa novamente. Era bom poder passar um tempo com meus pais, provar a comida da mamãe de novo, poder sair com Karen para falar bobagem.
A prova da Ordem era em duas semanas e o casamento de Ryan e Karen era um dia antes, teria que correr contra o tempo para conseguir fazer as duas coisas ao mesmo tempo: estudar e ser madrinha da minha melhor amiga. Que agora era âncora de um jornal local, Ryan trabalhava em um hospital local como psicólogo.
O que eu havia lido na internet e visto na TV era que Harry também estava sendo reconhecido como um cirurgião competente e uma grande revelação ao mundo da medicina. As coisas estavam tomando algum jeito. Ao menos eu podia dormir em paz com minha consciência.
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Incest | H.S
Fanfiction(+18) ...Subi as escadas e guardei a apostila dentro da minha bolsa. Quando olhei para trás, vi que tinha deixado a porta entreaberta e Harry já estava dentro do meu quarto. - Perdeu alguma coisa aqui? - perguntei, colocando minhas mãos na cintura...