Alaric chegou em casa com expressões de susto e medo. Fechou a porta trancando-a depressa. Elise encarava-o de modo estranho querendo saber o que estava acontecendo. Em parte, ela não queria perguntar, mas a curiosidade era inevitável e alarmante. Como uma vozinha que dizia na sua cabeça: "pergunte e descubra se o seu marido está louco".
— Rick, meu Deus, que cara é essa? O que foi?
— Eu não sei explicar.
— Parece que viu um fantasma. Diz-me o que aconteceu.
— Eu vi. Eu realmente vi um fantasma.
— O que? — Perguntou ela sem entender nada.
— Eu acho que o banheiro da empresa está assombrado.
— Amor, isso não é brincadeira que se faça. Não gosto disso, você sabe!
— Lis, você acreditaria em mim se eu dissesse que vi um fantasma? Pois eu vi um. Estava lá na empresa, fui ao banheiro e o espelho trincou.
— Não vejo onde está o erro nisso.
— Ele não trincou sozinho. Alguém estava arranhando. Como se estivesse escrevendo com algo pontiagudo.
— Ah Rick, para de brincar.
— É verdade! Eu estava lá. Estou lhe dizendo. Parecia que alguém estava dentro do espelho e começasse a escrever nele.
— Amor... Eu acho que... Deveria ir ao psicólogo. Precisamos ir. Iremos amanhã. Assim...
— Você acha que eu estou louco? Você realmente acha que eu estou louco? Eu, Elise?
— Não estou dizendo que você está louco. Eu não falei isso. Mas você está transtornado porque acha que viu um fantasma...
— Eu vi. Estou dizendo é porque vi. Não creio nessas coisas, mas eu vi. — Ele a interrompeu.
— E não é só isso. É a segunda vez que acontece. Você, ainda, tem pesadelos e acorda como se tivesse caindo num abismo sem fim. Isso está perturbando você. Por favor, vamos amanhã? Eu irei com você.
— Tudo bem. Espero que realmente seja algo imaginário criado pela minha cabeça ou que seja a idade, ou qualquer outra coisa.
Elise, nesta noite, ficou acordada e dormiu mais tarde. Estava esperando que o marido dormisse primeiro certificando que ele ficasse tranquilo ao invés de agitado. Depois que ele dormiu, ela pode descansar tranquilamente.