Capítulo VINTE

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Elise chegara em casa. No caminho de volta, pensou enquanto dirigia sob a chuva forte, todas as coisas que Jeff dissera e isso a deixara confusa. Foi até o guarda-roupa e pegou um álbum de fotos que tinha. Analisou bem os gêmeos e percebeu as cicatrizes em um deles, atrás da foto estava escrito "Alaric" e o outro tinha olhos verdes, ela sabia que eram lentes. Virou a foto e lá estava "Arkin". Além disso, reparou nos cabelos.

— Amor, cheguei. — Gritara Alaric do andar inferior.

Elise estava tomada de surpresa, ela conseguira encaixar a maioria dos fatos, o principal deles era que seu marido não era quem ela pensava. Ao ouvir a voz do marido, ela guardou o álbum e desceu depressa.

— Oi amor, você já chegou! — Disse fingindo felicidade. Agora ela sabia a maioria das coisas.

— Sim. E essa chuva que não para!

— Pois é.

Alaric começou a subir as escadas quando Elise o interrompeu com uma pergunta:

— Amor, conhece o Jeff Kinney?

— Quem? Jeff Kinney?

— Sim. Ele estudou com a gente. Era seu amigo na época.

— Meu amigo? — Ele perguntou quase gritando. — Não me lembro dele. Amor, vou tomar um banho. — Terminou de subir as escadas e foi para o banheiro.

— Tudo bem. — Você não lembra do seu próprio amigo, seu babaca de merda? — Ela pensou.

Elise subiu indo para o quarto. Abriu o guarda-roupa, pegou tudo o que era seu e colocou em uma mala. Quando estava fechando, Alaric aparecera.

— Elise, pra que essa mala?

— Ai amor, que susto. São só algumas roupas que eu decidi doar. — Mentiu. — Eu já volto.

Elise desceu as escadas e foi ao porão, lugar que ela não ia fazia tempo. Só descia lá para pegar alguma ferramenta. Enquanto isso, Alaric abriu o guarda-roupa e pegou o álbum. Ao analisar as fotos, apenas aquelas que era o Arkin estavam lá. Abriu a mala e em um compartimento ao lado, viu as fotos que Elise pegara, eram do Alaric, o verdadeiro Alaric. Ele descobrira tudo.

Elise descobriu uma porta no chão do porão, que estava sob algumas ferramentas velhas de jardinagem. Desceu pela escada de madeira velha e foi até uma caixa retangular grande no fundo embaixo de uma janela dupla pequena. Era de lá que o odor que sentia vinha, algumas moscas voavam por ali. Ao abrir a caixa com muito esforço, ela viu um cadáver sob pedras de gelo. Com certeza, aquele seria o único Alaric. Largou a tampa que se fechou num estrondo, ela conteve um grito de horror.

Alaric sabia que a esposa descobrira tudo e ouviu o barulho da caixa ser fechada. Fora tão alto, mesmo ele estando no andar superior. Ele percebera que ela estava subindo, decerto, escondeu-se em um quarto ao lado.

— Alaric? — Chamou Elise já estando no quarto. Ele não respondeu.

Elise encontrou a mala aberta, achou estranho porque havia fechado. Enquanto fechava novamente, alguém estava andando silenciosamente até aquele quarto. Foi quando ela se virou e já era tarde demais.

— Eu estou aqui. — Disse uma voz grave, baixa, que sussurrava e era fria e assustadora tão como o dono.

O Segredo PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora