Capítulo NOVE

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Na manhã seguinte, como seria de costume, Alaric arrumou-se para ir trabalhar. Porém desta vez, isso não foi um costume. Ele saiu num tempo bem mais cedo do que realmente deveria. A esposa assustou-se um pouco, mas provavelmente lembrava que toda vez que o marido ia cedo para a empresa, era a fim de preparar uma reunião de negócios. Assim que ele saiu, ela levantou.

Elise estava na cozinha preparando o seu café ainda com a mesma camisola transparente. Estava relembrando a noite anterior quente e sexy que teve com o marido. Pegava-se sorrindo automaticamente com este pensamento, lembrando dos toques suaves e excitáveis dele, que faziam com que seus pêlos se eriçassem. Lembrava que arqueou as costas enquanto ele a excitava em sua parte íntima levando-a a loucura e ao delírio. O sexo com o marido era gostoso, excitante e puramente viciante, como se ela não conseguisse escapar. Ela o amava verdadeiramente. Sentia que escolheu o homem certo e estava cega o tempo todo, na época da faculdade, de tê-lo rejeitado inúmeras vezes.

Alaric trabalhou arduamente hoje. Ele saiu cedo de casa e foi para empresa. O seu chefe pediu para que ele preparasse a reunião para a chegada dos investidores que — embora chegariam mais tarde — nada poderia estar fora do lugar, nada poderia dar errado, nada poderia sequer sair o contrário do que deveria sair. O acordo deveria ser fechado, tudo de acordo com o plano. Isso poderia ser uma quase garantia da sua futura promoção, algo que ele muito ambicionava. E quem não gostaria de ser promovido quando a empresa era nada mais e nada menos que a Cardigan?

Hoje o dia foi cheio, entretanto, para a felicidade dele e do chefe, os investidores fecharam o contrato com a empresa. Ele pensou que brevemente poderia ser promovido, seu chefe vendo-o trabalhar tão bem, com certeza o promoveria. Ora porque não? Um homem verdadeiro, trabalhador, habilidoso, inteligente conseguiria qualquer coisa que desejasse. Qualquer coisa no mundo.

Já está bem tarde e como todos os dias, Alaric é o último a sair da empresa. Depois de aprontar alguns papéis, ele finalmente pode ir pra casa. Primeiramente, ele vai ao banheiro. Ao entrar, a porta se fecha rapidamente em um forte estrondo. Ele fica com medo, mas pensa que é o vento. Vai até a pia e lava o rosto. A luz se apaga e ao acender novamente, ele percebe que no espelho está escrito "ARK" em vermelho, pensa que é sangue. E provavelmente está correto.

O espelho começa a romper-se automaticamente provocando um barulho irritadiço de vidro sendo trincado, a mesma sensação de um garfo raspando em um prato vazio. Alaric olha para o espelho atentamente e percebe uma figura. No início, percebe que é um homem, mas não um homem qualquer. Ele pode perceber a semelhança completa do homem para consigo. Olha para trás rapidamente, mas não tem ninguém. A porta é destrancada novamente.

Assustado, sai do banheiro e vai para o elevador andando depressa. Chega à garagem. Entra no carro. Ao olhar para o espelho acima da cabeça, novamente vê o reflexo da figura e percebe o mesmo homem e semelhança. Olha para trás, mas não tem ninguém no banco. Começa a dirigir rapidamente e chega em casa.

Não é de estranhar que ele fosse chegar assustado e fosse dizer a esposa o motivo de seu semblante ser estranho.

— Oi amor, o que houve?

— Elise, você por acaso está tendo problemas estranhos?

— Que tipo de problemas?

— Talvez... Vendo coisas.

— Que tipo de coisa?

— Tipo... Não. Esquece. Eu devo estar exausto e com sono. Minha cabeça está pregando coisas.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. Foi só... Nada. Não foi nada.


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