Miguel: Se acalma, tenta respirar fundo - sentou-se ao meu lado.
Cecília: Eu não consigo, esta me sufocando.. - olhei para cima e fechei meus olhos.
Miguel: O que esta sufocando?
Cecília: Eu não sei - levei as mãos a garganta.
Miguel: Ok.. - moveu-se ajoelhando-se na minha frente - quero que olhe nos meus olhos.
Cecília: Miguel eu não consigo respirar - abri meus olhos e segurei firme minha calça, como se descontasse toda minha dor e desespero ali.
Miguel: Eu sei, mas vai passar, isso é coisa da sua cabeça, precisa se concentrar em outra coisa a não ser esse seu medo. Por favor, olhe nos meus olhos.
Mantive o olhar no teto ainda me contorcendo.
Miguel: Olhe nos meus olhos! - segurou com as duas mãos em meu rosto e pronunciou-se firme - olhe para mim, olhe nos meus olhos!
Consegui desviar o olhar para ele, sua testa estava enrugada, mas não de nervosismo, mas sim de preocupação, foquei em seus olhos.
Miguel: Esqueça do medo, esqueça de tudo que esta sentindo e foque no que quer sentir, pense em algo bom, algo que te faça feliz, ou algo que você goste, talvez até em algo que você quer. Pense em qualquer coisa a não ser isso.
Cecília: Esta..esta melhorando - sorri.
Agora não havia mais luzes piscando, nem mesmo visão embaçada, estava tendo a imagem perfeita do rosto de Miguel Thompson em minha frente, seus olhos me acalmavam a cada piscar de olhos, sua voz era como sedativos para todo o desespero.
Miguel: Esta tudo bem, a gente já vai sair daqui - desceu uma das mãos para meu pescoço e outra acariciou meu rosto com o polegar - não tire os olhos dos meus, pense em algo bom, respire fundo, inspire, expire, devagar - sorriu - isso..Vai ficar tudo bem, a gente já vai sair daqui - repetiu - tudo bem, já esta tudo bem - continuou acariciando meu rosto.
Assim como pediu que eu mantivesse meus olhos focados no dele, ele também manteve-se focado em mim, não desviou nenhum momento o olhar. Sua voz estava calma, era doce mesmo no tom rouco, aquilo realmente me ajudou, algo que nunca havia me acontecido antes já que quando eu tenho esses ataques da claustrofobia preciso dos meus remédios para acalmar. Meus batimentos foram diminuindo, o suor parando e todos os sintomas que antes sentia também, comecei a ver tudo normal outra vez, sem paredes se encurtando, sem calor excessivo.
Miguel: Como você esta se sentindo?
Cecília: Bem - respirei fundo - bem melhor - sorri.
Miguel: Que bom - sorriu - tem certeza de que esta bem? Não ta sentindo mais nada?
Cecília: Tenho, não to sentindo mais nada, obrigada.
Miguel: Eu fiquei preocupado.
Cecília: Como fez isso?
Miguel: Isso o que?
Cecília: Me fazer esquecer do medo, me fazer voltar ao normal.
Miguel: Eu não sei, simplesmente veio isso na minha cabeça.
Cecília: Ninguém nunca conseguiu me ajudar quando eu tenho ataques, não sem ajuda de remédios, nem mesmo meus pais.
Miguel: Fico feliz em saber que fui o primeiro.
Cecília: Talvez seja o único.
Miguel: Acredito que outras pessoas também consigam.
Cecília: Acredito que não.
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O diário de Cecília..
RomanceCecília Hale, é uma adolescente que acaba de se mudar de Los Angeles para San Francisco com os pais (Justin Bieber e Lucy Hale). Uma jovem adorável, querida por todos, cheias de qualidades e conhecida por poucos defeitos. Mas tudo pode mudar, afina...