O diário de Cecília..

O melhor amigo de Jackson

Thomaz: Poderíamos fazer o mesmo que todos esses casais - sorriu de canto.

Fechei a cara e o olhei.

Thomaz: Brincadeira - percebeu que eu não gostei do que foi dito.

Fiquei no corredor esperando enquanto Thomaz procurava por uma toalha disponível no banheiro. Ele encontrou rapidamente, me entregou e foi buscar seu moletom para mim vestir. Eu o segui.

Thomaz: Qual você quer? - disse enquanto abria o guarda-roupas.

Cecília: Qualquer um, você que sabe.

Thomaz: Okay..Acho que você combina com este - sorriu retirando um moletom vermelho sem estampas - aqui esta - me entregou.

Cecília: Obrigada - sorri tímida.

Ele respirou fundo e colocou as mãos nos bolsos da calça.

Cecília: Então...Acho que vou me trocar no banheiro

Thomaz: Não, não se preocupe. Darei privacidade para que se troque aqui mesmo.

Cecília: Ta, obrigada.

Thomaz: Não precisa agradecer.

Ele sorriu de canto e se afastou, caminhei até a porta para fechar. Não tinha nenhuma chave para trancar então deixei apenas encostada, deixei o moletom em cima de uma cadeira ao lado, tirei minhas roupas molhadas, me sequei e vesti a blusa de Thomaz. Ficou literalmente como um vestido, até pensei em colocar o short molhado mas o moletom estava bem longo, não era necessário. Dobrei minha roupa e deixei em cima da cadeira, sequei meu cabelo com a toalha, a joguei no ombro e abri a porta. Thomaz estava encostado na parede do corredor em frente ao quarto.

Cecília: Acho que ficou bom - sorri esticando o moletom mais para baixo.

Ainda com a cabeça abaixada, Thomaz apenas levantou o olhar, seus olhos brilharam naquele momento e um sorriso espontâneo surgiu em seu rosto. Levantou a cabeça lentamente e deu um passo a frente.

Thomaz: Uau - manteve com o sorriso estampado.

Cecília: O que achou? 

Thomaz: Você está linda.

Cecília: Obrigada - ajeitei o cabelo atrás da orelha.

Ele ficou me olhando fixamente por um longo tempo acompanhado de um silêncio constrangedor.

Cecília: Diga algo - ri - estou ficando envergonhada com você me olhando desse jeito e sem dizer nada.

Thomaz: Desculpe, é que eu realmente estou impressionado. Não queria te deixar com vergonha.

Cecília: Ta tudo bem - sorri - onde deixo a toalha? - tirei do ombro.

Thomaz: É..Pode deixar em cima da cômoda, na cadeira ou na cama. Onde quiser.

Cecília: Ta - voltei para o quarto, olhei ao redor e resolvi deixar no encosto da cadeira. 

Mal me virei e dei de encontro com Thomaz parado na porta.

Cecília: Nossa - ri.

Thomaz: O quê?

Cecília: Você me assustou - ri.

Thomaz: Eu sou tão feio assim?

Cecília: Não, muito pelo contrário... 

Foi constrangedor, seu sorriso aumentou ainda mais.

Cecília: Quer dizer...Não, você não é feio - ri envergonhada.

Thomaz: Eu estava brincando, não fique preocupada com o que pensei.

Cecília: É...Vamos lá pra baixo?

Thomaz: Podemos ficar mais um pouco aqui? É que aquele barulho todo esta me dando dor de cabeça, e eu queria uma boa companhia, acho que você é a pessoa ideal.

Sorri de lado sem dizer nada.

Thomaz: Se incomoda se ficarmos aqui mais um pouco?

Cecília: Não, por mim tudo bem - sorri.

Ele retribuiu o sorriso.

Nos sentamos na beirada da cama e ficamos conversando. Thomaz me contou sobre seus pais viajarem bastante e ele estar sempre presente nessa casa do lago, complementou me dizendo que ele morava na cidade vizinha com alguns amigos, mas que estava pretendendo se mudar para San Francisco definitivamente, achei uma boa ideia, afinal as festas dele seriam mais frequentes e apenas esta eu estava gostando, imagine as próximas.

Enquanto conversávamos, coloquei uma de minhas mãos em cima da cama como apoio e logo senti a mão de Thomaz em cima da minha, desviei o olhar na hora para nossas mãos e ele fez o mesmo, deixando então um silêncio no ar outra vez. 

Pensei em tirar minha mão rapidamente, mas algo me segurou para que eu deixasse. Então, senti seus dedos entrelaçando aos meus e seu olhar sendo levantando para meu rosto, fiz o mesmo, o segui com o olhar. Ele abriu a boca, iria dizer algo, mas mudou de ideia e as palavras não saíram, ainda com a boca entre aberta, ele colocou a outra mão em meu rosto e acariciou gentilmente com o polegar minha pele. Desviei o olhar para sua mão acariciando, levantei a outra mão e segurei, afastando do meu rosto lentamente. 

Cecília: Por favor, não.

Thomaz: Por quê?

Fiquei em silêncio tentando formular as palavras corretas para se dizer, mas eu mesma não sabia explicar o porquê.

Thomaz: Hm? - insistiu querendo uma resposta.

Cecília: Eu não quero me envolver com mais ninguém..

Thomaz: Não precisa se envolver, você esta aqui para se divertir, posso fazer com que se divirta. 

Cecília: Mas...

Thomaz: É só você deixar...

Cecília: E quanto a Jackson? Não acho que seja certo com ele...

Thomaz: Por que não seria? Você mesma me disse que não há nada entre vocês. E mesmo que houvesse, acha que Jackson seria tão leal a você? Eu sei bem que ele não é esse tipo de cara e você também já deve saber. Cada dia é uma, você sabe bem...

Cecília: Jackson e eu somos apenas amigos, mas...

Thomaz: Quer saber - ele me interrompeu - só por hoje, somente essa noite, esqueça tudo ao redor e foca apenas nesse nosso momento, esta bem? Esqueça Jackson, seus amigos, sua família, os problemas, todos. E se acha que isso é errado, que se dane, sempre que fazemos o certo saímos machucados da situação, é bom provar algo novo, você não vai se arrepender. O que me diz? 

Meus olhos mantinham-se fixos nos dele, acho que ele percebeu toda minha confusão. Mas então me decidi, as vezes o errado é o certo a se fazer...

Segurei firma sua mão e coloquei novamente em cima de meu rosto, dei uma leve acariciada com o polegar e abaixei a mão. Ele sorriu, deslizou a mão para minha nuca em um gesto rápido e me beijou. Tirou a mão em cima da minha sobre a cama e colocou em minha cintura. 

Ele se levantou e ainda me beijando deitou-me na cama, ficando em cima de mim. Segurou mais firme minha cintura e com a outra mão desceu para minha perna, arrepiando-me por completo. Foi dando leves beijos até meu pescoço, e grudou seu corpo mais ao meu, o calor de sua pele bem próxima da minha era a sensação que havia sentido apenas uma vez no quarto de Miguel, mas que agora estava bem diferente, eu não iria interromper o momento, eu não queria, estava me deixando levar pelo desejo humano, o qual estava apenas começando com as passadas de mão de Thomaz em minhas pernas. E se aquilo era certo ou não? Eu não me importava, não dessa vez...