Luke
Finalmente o Natal. Agora faltam poucos dias para irmos embora dessa Fazenda. Por mais que eu adore esse lugar, sinto falta do Rio. Da minha casa.
— O que você está fazendo aqui sozinho? - Perguntou Laura.
— Ah, oi, nada, só estou pensando um pouco. - Falei.
— A ceia já vai começar, vem. - Falou me oferecendo sua mão. Peguei na mão da mesma e ela foi me arrastando (literalmente) até lá.
— Vamos orar, para agradecer a Deus. - Disse meu avô.
Todos demos as mãos. Segurei nas mãos de Maia e Kathryn.
— Graças te dou, Pai, por toda essa comida e por essa enorme família, porque sei que muitas pessoas passam fome e outras não tem a presença da família reunida. Te glorifico porque sei que tu és o único merecedor de toda honra e glória. Venha nos abençoar e ter misericórdia de todos nós, guie nossos passos e nossos corações, para que não sejamos insensatos nas nossas escolhas. Promova sempre a união e o amor entre nós. Em nome do teu filho amado Jesus Cristo, amém. - Orou vovô.
— Amém! - Dissemos todos, e então atacamos a comida.
— Gostei da comida. - Falou Zoey.
— Eu também, está maravilhosa! - Exclamou Maia.
— Aí meu Deus. - Falou a mãe de Maia.
— O que foi, querida? - Perguntou o Sr.Buchmann.
— Eu acho que a bolsa estourou. - Falou com os olhos arregalados. — Ai meu Deus! A bolsa realmente estourou! - Gritou apavorada.
Todos arregalados os olhos. Nos levantamos da mesa rapidamente e fomos todos ao hospital.
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— Minha mulher está em trabalho de parto e precisa de um obstetra agora! - Gritou o Sr.Buchmann entrando no hospital e encarando a recepcionista.
— Vocês deram sorte. Tem dois obstetras de plantão e três enfermeiras. Vou chamá-los imediatamente. - Disse a recepcionista pegando o telefone.
Segundos depois as enfermeiras e os médicos apareceram com uma maca e levaram a Sra.Buchmann para a sala. E o Sr.Buchmann foi junto.
Me agachei ao lado de Maia que estava em um canto.
— Vai dar tudo certo. - Falei.
— Eu espero que sim. - Ela disse. Passei meus braços em volta dela e a abraçei.
Duas horas depois ainda não tínhamos nenhuma notícia. Maia, Austin e Peter estavam cada vez mais frustados, e eu confesso que todo mundo.
Uma enfermeira passou apressadamente por nós e Maia se levantou, segurando seu braço logo em seguida.
— Como está minha mãe? - Perguntou.
— Eu tenho que voltar para a sala rápido, senhorita. - Disse a enfermeira se soltando.
— Eu não vou perguntar de novo, preciso de notícias dela agora! - Gritou Maia.
— Olha ... A situação da sua mãe e do bebê é de risco, essa é a única coisa que posso informar. - Disse a enfermeira saindo logo em seguida.
Maia parecia ter dado uma "pausa" em sua vida. Ela ficou parada por muito tempo, mas logo depois voltou a chorar compulsivamente.
A abraçei novamente, tentando reconfortá-la.
Austin
Situação de risco? Então quer dizer que a minha mãe e o meu irmão (ou irmã) podem morrer?
Passei a mão pelo meu cabelo tentando compreender aquelas palavras. Como estaria meu pai agora, presenciando tudo aquilo?
Dei um soco na parede e fui andando com passos largos até a lanchonete do hospital.
Sentei em uma das mesas do fundo e afundei minha cabeça nos meus braços, que estavam em cima da mesa.
— Austin? - Escutei a voz de Kathryn ecoando pela lanchonete como se ela estivesse me procurando. — Austin! Eu fiquei preocupada com você. - Falou puxando uma cadeira e sentando-se ao meu lado.
— Não preciso da sua pena. - Falei.
— Eu não estou com pena, seu idiota! - Falou revirando os olhos. — Eu realmente me preocupo com você.
— Ah é? Por que? - Perguntei encarando-a.
Ela respirou fundo.
— Porque as pessoas se preocupam com algo ou alguém que elas gostem muito. - Falou.
Arqueei minhas sobrancelhas.
Eu não precisava da pena dela, tudo o que eu queria é a minha mãe aqui comigo.
Me levantei da cadeira.
— Eu já falei que não preciso da sua pena, muito menos que você diga essas coisas só para me confortar. - Falei.
— Você é tão idiota! - Gritou se levantando. — Austin ... Eu te amo.
Meus olhos quase saltaram de órbita. Ela estava falando sério?
— Eu sei que tenho atitudes um pouco grosseiras mas é que eu nunca senti isso antes, nunca dependi de um sentimento tão forte. E tudo isso, todo esse sentimento era estranho, irreconhecível pra mim. Mas agora que eu sei o que é eu precisei te dizer que eu te amo com todas as letras. - Falou olhando nos meus olhos.
Me aproximei dela e segurei seu rosto com as duas mãos. E então, a beijei.
E se isso fosse mentira, seria a mentira mais bonita da minha vida.
— Eu também te amo. - Falei separando nossos lábios. Ela sorriu e eu a beijei novamente.
— Vamos, precisamos de notícias da sua mãe. - Falou Kathryn.
— Espero que sejam notícias boas. - Falei sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
— No final vai dar tudo certo. - Disse Kathryn segurando minhas mãos. Trocamos um sorriso e voltamos a sala de espera.
Quando chegamos na sala de espera pude ver que todos estavam tão tristes como eu.
Maia estava com a maquiagem toda borrada, seu vestido estava amassado, e seus sapatos fora de seus pés. Ela mantinha uma cara triste enquanto Luke a apertava em seu abraço.
Peter estava deitado no colo de Laura. Ele parecia tão acabado quanto minha irmã. Seus olhos estavam inchados e com olheiras enormes.
O Sr. e Sra. Castellan estavam abraçados com semblantes tristes. Mas agora eu acho que posso chamá-los se sogros, não é mesmo?
E Lucas estava em pé de braços cruzados, ele parecia triste também mas seus rosto demonstrava como se ele estivesse deslocado e não pertencesse aquele lugar.
Será que eu estava tão acabado como eles? Tudo indica que sim.
Sentei em uma cadeira com a mão entrelaçada com a de Kathryn e esperei.
Alguns minutos depois pude ver um médico se aproximando. E ele estava com uma cara indecifrável.
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Literalmente Apaixonados [2° Temporada]
RomanceSEM REVISÃO Depois de alguns meses, Austin, Kathryn, Maia e Luke se reencontram. O amor nunca esquecido, e sim adormecido entra em chamas novamente. Porém, os mesmos ainda terão obstáculos a encontrar. Assim como amar pode doer, também pode curar, o...