Capítulo 16 (Por Maia)

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Infelizmente a minha menstruação acabou voltando hoje à noite, e eu só espero que ela vá embora amanhã. Passei três malditos dias menstruada e agora ela resolve voltar? Nou nou Queridinha.

Tomei um remédio para que minha cólica passasse e em alguns minutos já me sentia bem.

Estava deitada de bruços tentando dormir mas só conseguia pensar no amor da minha vida: Chocolate.

Eu ainda tinha uns três potes de Nutella, se Laura tiver comido só um, é claro.

Me levantei determinada e desci as escadas sem fazer barulho, até porque os avós de Kathryn dormiam no quarto bem em frente à sala.

Quando entrei na cozinha quase morri de susto. Luke se apoiava na mesa. Ele parecia fraco e estava suando.

- Luke? - Chamei-o preocupada. Ele apenas me olhou e quase caiu. Corri para ajudá-lo e passei seus braços ao redor do meu ombro. - Você está bastante quente. - Falei sentindo sua pele calorosa em contato com a minha.

- Eu pensei que você tinha ido para à festa com outros. - Falou quase como em um sussurro.

- Acabei ficando devido a minha ... - Fiquei com vergonha de falar sobre isso com ele. - Esquece, agora vou te levar pro seu quarto. - Falei. Subi as escadas com Luke que ainda estava muito fraco e quando chegamos em seu quarto o deitei na cama com cuidado.

- Eu estou com frio. - Falou batendo os dentes um no outro. Rapidamente o cobri com o seu cobertor.

- Se tivesse tirado a blusa logo naquele dia não estaria assim. - Falei.

- Tanto faz. - Disse e em seguida tossiu.

- Vou pegar o termômetro, onde está? - Perguntei.

- Tem um dentro da gaveta daquela cômoda. - Falou com os olhos fechados. Peguei o termômetro e o coloquei em baixo do braço de Luke. Alguns segundos depois ele apitou e conferi a febre de Luke.

- Quarenta graus! - Exclamei assustada. - Se você subir mais dois graus de temperatura pode ter até convulsões! - Falei pensando na hipótese.

Luke não disse nada. Na verdade, ele não parecia ter força nem para piscar os olhos.

- Vou pegar um pano molhado e um remédio para abaixar sua febre. - Saí em disparada para a cozinha e peguei um pano, molhando-o logo em seguida com água gelada. Peguei um remédio no armário e um copo de água também.

Subi as escadas com o pano na mão e entrei no quarto de Luke.

Sentei-me na beirada da cama e coloquei o pano por cima de sua testa.

- Aqui. - Falei entregando o comprimido e o copo de água. Luke colocou o comprimido na boca e em seguida bebeu a água, deixando o copo em cima do criado-mudo.

- Você não precisa cuidar de mim, eu estou bem. - Falou orgulhoso.

- Ah, mas é claro que está! - Exclamei debochada. - Luke, você mal se mantém em pé, deixe-me ajudá-lo e pare de ser orgulhoso. - Falei começando a me irritar.

- Só estou dizendo que não precisa se importar comigo. - Falou. Aquilo me atingiu como um soco no estômago, o que ele estava pensando? É claro que eu preciso me importar com ele!

- Preciso sim. - Afirmei convicta. - Lembra quando eu quebrei a perna? Foi você que cuidou de mim, eu te devo essa. - Falei e em seguida segurei sua mão. Luke entrelaçou seus dedos nos meus.

- Obrigado. - Disse sorrindo fraco.

- Agora é melhor você descansar. - Falei me levantando.

- Você vai embora? - Perguntou parecendo desanimado.

- Bom ... Eu pensei que você se sentiria mais à vontade se eu fosse ... - Falei.

- Por favor, fica. - Pediu. Meu coração acelerou. Maldito coração. Traidor.

- Tudo bem. - Assenti e me sentei na beirada de sua cama. Luke fechou os olhos e eu fiquei mexendo em seus cabelos, fazendo o mesmo adormecer em instantes.

Aos poucos fui ficando com sono também, minha pálpebras pesaram e não consegui mais aguentar. Fechei os olhos e adormeci.

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Acordei com o meu celular tocando.

Eu estava deitada na mesma cama que Luke.

- Alô? Ah, oi Lucas. O QUE? Ela tá chorando? Eu vou dar um jeito, chego aí em 15 minutos! Tchau, beijos. - E então desliguei.

Eu estava tão atordoada com todas aquelas informações. Meu irmão havia magoado minha melhor amiga e agora ela estava chorando e eu tinha que ir vê-la imediatamente. Mas como eu faria isso? Eu não podia ir sozinha, os avós de Luke estavam dormindo e eu não queria incomodar e Luke ... Bom, ele estava doente e nem se aguentava em pé, não poderia pedir sua ajuda.

Me levantei da cama tentando não fazer barulho, o que deu certo. Quando estava quase chegando na porta bato meu dedo mindinho nos pés da cama de Peter, me causando uma dor aguda.

- Ai! - Exclamei.

- Maia? - Perguntou Luke com a voz preocupada. Droga, o acordei!

- Está tudo bem, só bati o dedo mindinho. - Me justifiquei.

- Onde você vai? - Perguntou franzendo o cenho.

- Eu vou na festa buscar a Laura, ela precisa muito de mim agora. - Falei pegando na maçaneta da porta e abrindo-a.

- E você vai sozinha? Não mesmo, eu vou com você. - Falou se levantando. Luke cambaleou um pouco mas se reergueu.

- Não precisa, eu dou um jeito, você está doente. - Falei tentando o convencer de não ir.

- Eu disse que ia, então eu vou. - Falou. Revirei os olhos com tanta teimosia. Luke tirou a blusa e eu fiquei olhando com a boca entreaberta. Depois de alguns segundos eu respirei, ou ficaria sem ar.

Ele colocou uma camisa branca mas continuou com sua calça de moletom.

- Vamos. - Falou vindo em minha direção meio zonzo.

- Você está bem? - Perguntei.

- Tirando a parte que estou vendo duas Maia's, sim. - Falou olhando pra mim e para meu lado.

- É disso que estou falando. - Falei preocupada.

- Eu já disse que eu vou, você não vai mudar minha opinião. - Falou sendo teimosamente teimoso e me fazendo revirar os olhos.

- Vamos. - Passei seus braços pelos meus ombros e saímos.

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- Meu Deus, da pra tentar andar fora dos buracos?! - Falou Luke com os olhos arregalados.

- Eu estou tentando! - Exclamei passando por cima de mais um buraco.

- Eu pensei que ensinavam isso na aula de direção! - Falou segurando fortemente no banco.

- Eu não passei na aula de direção! - Exclamei passando por cima da lama.

- Para o carro. - Falou firme.

- Ta ... - Falei parando o carro de uma só vez, o que fez quase com que eu batesse meu rosto no volante.

Eu e Luke trocamos de lugar.

- Tem certeza? Você ta muito doente e não é uma boa ideia dirigir! - Exclamei.

- Melhor do que morrer em um acidente causado por você. - Falou dando partida.

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Quando chegamos vimos Laura ao lado de Lucas e Peter na frente dos dois.

- Vamos logo antes que Luke desmaie! - Exclamei saindo do carro. Laura e Lucas entraram e eu voltei minha atenção para Peter. - E você, Peter, depois vamos ter uma conversa séria! Olho no olho, sozinhos! - Exclamei séria. Meu irmão pode parecer bobo, mas de bobo ele não tem nada. Tenho certeza de que ele tenha percebido algum sentimento a mais por parte de Laura.

Literalmente Apaixonados [2° Temporada]Onde histórias criam vida. Descubra agora