Depois do jantar, Maya e Kathryn sumiram, me deixando sozinha. Então, vou até a varanda, onde vejo Peter lendo um livro. Reprimo um suspiro. Ele é tão lindo, musculoso e cavalheiro! Literalmente, o homem dos meus sonhos. Porém, ele não sabe disso, e é frustante gostar de alguém e ela nem ao menos notar perceber. Se eu apenas tivesse coragem de lhe falar tudo que sinto... Mas não consigo, tenho medo de ser rejeitada e ter meu coração partido.
- Laura? - Peter pergunta, se dando conta de minha presença.
- Ah, oi! - Exclamo, saindo de meu transe e mudando o peso do corpo para outro pé.
- Senta aqui. - Ele oferece, batendo no espaço vago ao seu lado, no banco balanço que está sentado.
Mesmo nervosa, vou até lá e me sento.
- Livro de poesias? - Pergunto, olhando o nome do livro. - Que fofo.
Peter ri de lado.
- Você acha? Júlia sempre me dizia que achava muito brega ler poesias. - Peter revela.
- Ela é uma imbecil. - Xingo-a, sem pensar duas vezes. - Não sei como conseguiu ficar com ela.
- Na verdade nem eu sei. - Ele confessa. - Não foi por amor, sabe? Talvez só por... luxúria. Eu acho.
- Entendo. - Respondo. - E você não pretende... É ... Se relacionar de novo? - Pergunto. Meu Deus! Por que perguntei isso?! Será que pareci muito atirada?
- Sim, quando aparecer a pessoa certa. - Ele me olha nos olhos.
- Talvez ela esteja na sua frente. - Digo, me arrependendo no mesmo segundo. — Eu quero dizer, bem debaixo do seu nariz, sabe? Às vezes, as pessoas não percebem o óbvio. - Falo tudo muito rápido, por conta do nervosismo.
Chega, Laura! Chega! Não se envergonhe assim.
- É verdade... - Peter concorda, parecendo pensar sobre o que disse. - Sabe, Laurinha, você deveria ter um namorado. É bonita, simpática e tem um sorriso muito lindo também. - Ele sorri.
Ai, meu Deus! Ele me acha bonita? E simpática? E o meu sorriso lindo? Senhor, me receba no céu! Quer dizer, não, não! Pelo menos não até eu conseguir conquistar esse homem!
- Obrigada. - Respondo, sorrindo com timidez e corando que nem um pimentão. - Você também é muito bonito, simpático e possui um lindo sorriso. - Retribuo seus elogios, prendendo a respiração.- Não mais que você, Laurinha. - Falou dando uma piscadela. - Quer ouvir uma poesia?
- Claro! Quer dizer, sim, por favor. - Falei. Laura, Laura! Se ajeita mulher! Nada de ser atirada.
- "O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..." - Disse lendo uma poesia.- Essa foi a coisa mais linda que já ouvi. - Digo, admirada. Além de linda, a mais verdadeira também, porque tudo o que eu estou sentindo foi descrito em uma simples poesia.
- É de Fernando Pessoa. - Revela. - É uma de minhas poesias preferidas. - Ele sorri.
- É realmente muito bonita ... - Falei e em seguida olhei para o céu que estava recheado de estrelas. - Nossa! As estrelas estão tão bonitas hoje! Da cidade, mal dá para vê-las. Mas aqui... - Observo deslumbrada.
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Literalmente Apaixonados [2° Temporada]
Roman d'amourSEM REVISÃO Depois de alguns meses, Austin, Kathryn, Maia e Luke se reencontram. O amor nunca esquecido, e sim adormecido entra em chamas novamente. Porém, os mesmos ainda terão obstáculos a encontrar. Assim como amar pode doer, também pode curar, o...