O ENCONTRO

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CAPÍTULO 6

Acordo cedo por conta da ansiedade. Killan não sai da minha cabeça, preciso me preparar para encontra-lo, já que nos conhecemos ontem e não vejo a hora de olhar aquele rosto durante o dia. Resolvo pular da cama, para ir ao mercado, estamos sem café, tomo um banho e coloco um jeans escuro com uma blusa de manga e uma jaqueta de couro preta, calço minha bota e vou ao mercado comprar nosso café da manhã.

Volto e encontro Jully jogada no sofá com o pensamento longe.
-O que houve amiga, no que está pensando?
-No cara que conheci ontem à noite, sinto que já o conheço, já ouvi aquela voz, só não me lembro de onde.
-Eu te entendo. Tenho a mesma sensação quando fico perto do Killan.
-Putz, me esqueci completamente disso, posso saber quem era aquele super, hiper, mega deus do sexo que você estava no maior papo no jardim?
-Cruuuzeees, que assanhamento é esse e você me viu?
-Claro, eu estava conversando e bebendo, ou bebendo e conversando? Ah sei lá, ai vi ele se aproximando de você e ficaram no maior papo. Depois sai e fui dançar com um boymagia que conheci, o tal que te falei.
-Pois é, o nome dele é Killan e nós ficamos conversando um bom tempo, até você chegar e pedir ajuda pra carregar o Matt, que por sinal vocês não me ajudaram droga nenhuma, ainda tive que carregar vocês duas.
-E quem trouxe Matt pra cá?
-O Killan. Quando viu que vocês não conseguiam ficar de pé, ele se ofereceu para ajudar e eu aceitei, afinal não sou de ferro e muito menos iria aguentar o gigante do Matt.
-Cara, desculpa. Eu bebi muito e perdi a noção. E ai o que aconteceu, vocês ficaram?
-Nãaaao, ele deu banho em Matt e depois foi embora, mas vamos almoçar hoje e ele vai me levar ao Central Park.
-Oh meu Deusinho das virgens desamparadas e das ppks (pepecas) on fire, a minha amiga tem um encontro!!!
-Para com isso Ju, só estou conhecendo um amigo. Afinal ele ajudou com Matt e devo um agradecimento.
-Posso saber quem me ajudou, não lembro de porra nenhuma e como eu fiquei só de cueca?
-Melhor você nem saber Matt.
-Porque Ju?
-Para com isso Jully! Vocês não estavam em condições de nada e lembre-se do ditado "cú de bêbado não tem dono".
-Quem deu o cú pra quem minha gente?
-Ninguém deu o cú pra ninguém, foi só um amigo que conheci ontem que me ajudou com o Matt, dando um banho frio e cama e eu fui cuidar de vocês meninas, e ele me chamou pra almoçar e passear no Central Park.
-Porraaa um homem me colocou na cama! Puta que pariu, tô sem moral agora.
-Deixa de ser bobo amor, pelo menos seu cú está intacto.
-gargalhadas -só você mesmo Lau pra nós fazer rir diante deste caos.
-Ah Rubi, vai ser feliz mulher, você merece e obrigado por cuidar de nós e quando voltar do passeio, trás o rapaz para agradecemos pessoalmente.
-Valeu gente. Vamos tomar café?
-VAMOSSSSSS- respondem em uníssono.
A manhã passou rápido e fui me preparar para me encontrar com Killan, as meninas me ajudaram a escolher a roupa e fui tomar meu banho. Resolvo lavar a cabeça e me depilar, seco o cabelo e faço cachos na ponta, coloco um conjunto de lingerie branco e faço uma maquiagem simples com delineador, lápis, rímel e um gloss. Coloco um vestido branco com o colo e a barra vazada e opto por uma sandália Anabela colorida, passo meu Chanel número 5, pego uma bolsa carteira. Vou pra sala e encontro meus amigos de ressaca jogados no sofá, me sento perto de Matt até que ouço o interfone, me despeço e desço para encontrar um lindo homem em uma calça jeans azul desbotada, uma polo azul royal e sapatenis preto.
-Uauuu você está linda, melhor dizendo, você está ainda mais linda.
-Obrigada, você também está lindo.
-Vamos, temos reserva no restaurante.
Ele abre a porta do seu carro pra mim, mas fico com vergonha, seu carro é muito alto, acho que é uma Land Reouver, ela é branca com detalhes nos retrovisores e teto em vermelho e não consigo subir sozinha, ele me pega praticamente no colo para me ajudar.
Olho pra seu rosto e vejo que sorri. Parece se divertir por eu não conseguir subi.
-Não ria de mim senhor Killan, não tenho culpa de ter 1,54 de altura e seu carro ser pra gigantes.
-Não estou rindo de você, estou rindo de mim.
-Porque, o que é tão engraçado em você?
-O fato de te pegar no colo, nunca imaginei que pegaria uma dama no colo e colocaria no meu carro. Você parece uma criança atrás de uma linda mulher.
-Nossa, nunca ninguém quis cuidar de mim, sempre me cuidei sozinha e agora fico até feliz por você querer cuidar de mim, acho que não sou tão linda e não tão mulher assim, sou apenas Rubi, pura e simplesmente.
Oh minha jóia preciosa! Você é linda e me surpreende com essa naturalidade com que se vê. Saiba que ser Rubi pura e simplesmente já é encantador.
-Tudo bem. Agora pode me soltar, já alcancei o degrau.
-Hummm, tudo bem, mas fique a vontade pra me pedir colo.
- riso - você é muito engraçadinho sr. Killan, saiba que a última vez que me pegaram no colo eu tinha 12 anos e foi o meu pai.
-Tudo bem, não ficarei com ciúmes do seu pai, afinal eu te peguei no colo agora com 22 anos.
- riso -não sabia que era tão ciumento assim, sr. Killan, saiba que não me carregou no colo, só me ajudou a subir neste mostro de carro.
-Tudo bem senhorita Rubi, mas saiba que ainda te carregarei no colo e você vai amar. Agora vamos, senão chegaremos atrasados.
Nossa, ele é intenso e aquele olhar me deixa perdida, é aquela barba perfeita. Sei que está acontecendo alguma coisa estranha comigo, só não sei ainda o que é.
Chegamos a um restaurante próximo ao Central Park. Ele era tipo um bistrô, as mesas eram de madeira rústica e redonda com toalhas de seda vermelha, o piso era de madeira e das grandes janelas podíamos ver o verde do Central Park. Fiquei encantada pelo o lugar que nem reparei que já havíamos chegado a mesa. Killan puxou a cadeira para eu sentar e se sentou a minha frente, o garçom nos entregou o cardápio e se retirou. Não sabia o que pedir, eram tantos pratos que fiquei com medo de errar.
Killan me olhou por cima do cardápio e perguntou se eu gostava de lasanha, falei que sim, então ele pediu uma de frango ao molho branco e uma taça de vinho branco e eu pedi uma lasanha de quatro queijos e um suco de abacaxi com hortelã. O garçom se retirou e vi que vinha pergunta por aí.
-Porque Você não me acompanha em uma taça de vinho, vai bem com massa.
-Me desculpe não te acompanhar no vinho, mas tive experiência na minha família com o álcool e não quero isso pra mim, tenho responsabilidades e sonhos a se realizar.
-Fico feliz que você pense deste jeito, já vi muitas famílias sendo destruídas de forma irreversível por conta do álcool. Jovens com danos permanentes e muitos até morrendo.
-Nossa Killan, não sei nem o que pensar, meu pai morreu aos poucos e eu não conseguia fazer nada pra ajudar, me sentia impotente e triste por vê-lo assim.
-Me desculpa, não quero falar de coisas tristes neste dia lindo. Vou pedir um suco também.
O garçom trás nossos pratos e nos deliciamos, dispensamos a sobremesa e saímos do restaurante. Paramos na calçada para atravessarmos e Killan segura a minha mão. Um tremor correu por todo o meu corpo e um geladinho correu pela minha coluna e se instalou no meu estômago. De repente Killan me olha diferente, como se tivesse sentido a mesma coisa que eu, aperta mais a minha mão e me puxa para mais perto.
Fomos ao Central Park de mãos dadas, parecíamos um casal de namorados.
-Posso te fazer uma pergunta Rubi?
-Pode.
-Você ontem me falou que quando soubesse quem te salvou ficaria eternamente grata. O que você faria se esta pessoa aparecesse pra você?
-Acho que daria um grande abraço e diria muitos e muitos obrigada.
-Porque desta pergunta agora?
-Vamos nos sentar naquele banco ali.
Fiquei inquieta com a atitude de Killan, não estava gostando daquela sensação. Me sentei primeiro e depois ele, com as pernas abertas de um lado a outro do banco, me puxando para si e me prendendo em um abraço de lado.
-O que está acontecendo Killan, você está me assustando?
-Minha joia, não precisa ficar com medo, sempre vou estar aqui, mas quero ser tão sincero com você quanto foi comigo, mesmo sem me conhecer.
-O que você quer dizer com isso, tá mentindo pra mim, preciso ter medo de você Killan?
-De jeito nenhum minha joia. Mas não quero segredos entre nós, você desperta um lado meu que era desconhecido por mim e que estou gostando muito.
-Então seja sincero e fale aquilo que preciso saber.
Ele me olha de forma tensa e seus olhos demostram uma profundidade de sentimentos que é difícil explicar, sinto que vou me perder neste exemplar raro de espécie humana chamada homo sapiens, vulgo macho alfa, dominador por natureza, molhador de calcinhas, de preferência a minha.
-Vou resumir um pouco de minha vida pra você, e com o tempo vamos conversando mais.
Minha mãe era doméstica na casa de um médico cardiologista, eu sempre ia até lá no final das aulas e depois íamos pra casa. Certa vez, chegando lá e D. Kiara veio falar comigo que minha mãe estava internada e era grave, aneurisma cerebral em estado avançado, não demorou muito e ela faleceu. Não tenho família e meu pai sumiu no mundo, então o Dr. Andrey me adotou, já que não tinham filhos. Terminei meus estudos e entrei na NYU com 18 anos para estudar...

Joia Rara - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora