Chapter X

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A BED?

Harry

Percorri com os olhos a cena a minha frente e me permiti sorrir, não é que Louis tinha achado um jeito de se comunicar comigo sem ser através das grades acinzentadas do portão da minha casa? Parece que temos a determinação em pessoa aqui!

Louis estava organizando o que parecia ser a sua imensa coleção de disco de vinil enquanto eu o observava. Ele era incrivelmente meticuloso e perfeccionista, porém, um pouco desastrado. Existe a possibilidade de perfeccionismo e desatenção andarem juntos? Bom, talvez ele só seja minucioso e detalhista com o que ele realmente gosta, como essa ampla coleção de discos de vinil repleta dos mais variados estilos musicais. Espera aí, aquilo é um disco do Nirvana? Meu Deus, eu preciso escutá-lo! Eu costumava ouvi-lo quando era mais novo, ouvir aquilo irá me remeter a épocas muito boas da minha vida, bons tempos...

Enquanto olhava para aquele disco com os olhos brilhando percebo que nós não tínhamos nenhum lugar para podermos sentar, foi aí que eu lembrei de um pequeno e modesto sofá vermelho que ficava em uma sala inabitada da casa.

— Louis, eu vou pegar uma coisa lá dentro, tudo bem? Tente não se mexer muito, eu ainda não sei qual é o limite exato da incapacidade no sinal. - ele assente e eu me viro para poder ir em direção a casa.

Chegando lá noto que o sofá está muito empoeirado devido a falta de uma faxina na casa, precisamente naquela sala. Tento bater no sofá em uma tentativa falha de remover a poeira do móvel, parece que temos um problema aqui. Tento buscar em minha mente alguma outra mobília que possa ser levada para fora mas não acho nenhuma, as únicas coisas que não estão sendo usadas aqui nessa casa são uma mesa de vidro minúscula que fica no sótão, um berço de criança arruinado pelo cupim, não me pergunte de onde isso veio, eu não faço a menor ideia, e uma cama que fica no quarto ao lado do meu. Isso, a cama! Não Harry! Você não vai levar uma cama pra sentar com o seu vizinho para conversar, é muito insinuativo...

Quer saber, foda-se! É isso ou esse sofá empoeirado e pútrido.

Comecei a caminhar com destino ao quarto no qual estava a cama quando eu, por costume, olho a minha tornozeleira e adivinha? Estava piscando feito louca! Porra, o que o Louis estava fazendo agora?

Corri em direção a saída e quando vejo onde ele está tenho vontade de matá-lo!

— LOUIS! EU MANDEI VOCÊ NÃO SE MEXER, PORRA! - ralho com ele e este dá um pulo consequente do susto que levou.

— Porra, Harry, você me assustou - falou caminhando calmamente até o lugar onde estava antes, junto a estante de discos.

— Que merda você estava fazendo? Você sabe que não pode ficar mais de 5 minutos na área em que o sinal funciona! - grito mais uma vez e ele não se afeta nem um pouco. Ora, ele realmente não entende a gravidade da situação!

— Eu só estava arrumando aquela rosa vermelha ali, tinham muitos galhos secos em sua volta, ela estava quase sumindo sucumbida a tanto mato, você precisa cuidar mais de seu jardim Harry! Existem belíssimas flores plantadas aqui, você precisa apreciá-las mais. - fala observando o jardim malcuidado ao seu redor - E eu estava contando Harry, eu ainda tinha 1 minuto e 42 segundos para permanecer ali, eu não deixaria policiais atrapalharem esse momento, Harry.

Suspirei esvaindo a raiva iminente que tinha se apossado sobre mim. Resolvi voltar para casa e buscar a cama antes que eu retornasse com pensamentos insanos e apaixonados demais sobre a pessoa de olhos azuis presente em meu jardim. Não posso cair nessa ladainha de amor novamente! Nunca mais. O amor é um sentimento lindo, mas junto a ele, acoplado quase imperceptivelmente, está a dor. Desse cruel sentimento eu quero distância.

Quando estava arrastando a cama para fora da casa, dou uma checada na tornozeleira novamente, por precaução, e ela está estável. Pelo menos Louis não resolveu brincar com a minha cara novamente.

Enquanto passava pela porta da mansão vejo os olhos do Louis se arregalarem.

— Olha Harry, eu sei que eu sou lindo, mas sabe, eu não pretendo fazer mais nenhum show erótico não. - fala e eu gargalho. Eu sabia que essa cama traria lembranças daquele inesquecível dia. Inesquecíveis memórias também, me perseguem até hoje. Maldito dia!

— Não é nada disso Louis, eu só não tinha algo melhor para sentarmos, ou você prefere sentar no chão frio e sujo de um quintal cujo dono não da a mínima para cuidá-lo? - falo e vejo-o vir em minha direção. Maldito! Ele gosta do perigo.

Olho para o relógio e vejo os minutos e segundos. Okay, temos 4 segundos e 43 agora.

— Fique você sabendo que se depender de mim esse lugar vai ficar impecável! E você irá me ajudar! - fala chegando cada vez mais perto.

— E se eu não quiser ajudá-lo? - pergunto em tom desafiador.

— Simples, eu não lhe darei o disco do Nirvana que você estava babando o desejando hoje mais cedo.

Aquilo era golpe baixo! Ele não tinha esse direito!

— Você é um belo de um filho da puta Louis! - falo e volto a empurrar a cama. Olho no relógio. Faltavam 2 minutos e 32 segundos. Dava para Louis me ajudar empurrando a cama até o local "seguro".

— Não vai me ajudar não? - pergunto e o vejo voltar para onde estava.

— Que isso Harry, você mesmo disse que eu não posso sair daqui, não quero causar problemas a você. - termina de falar e um sorriso presunçoso aparece em seu rosto. Maldito!

— Alguém já te falou que você consegue ser muito irritante às vezes? - pergunto a ele.

— Digamos que eu só sou assim com pessoas que eu realmente gosto.

Okay, eu estou fodido. E apaixonado.

°☆°☆°☆°

E aí gente? Mais um capítulo!!! Espero, de coração que gostem.

Não esqueçam de votar e comentar viu.

Beijos, até a próxima :) xx

I Believe You | l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora