I Believe You | l.s.

Chapter XVIII

SAVED BY THE BELL

Harry

- Olá, Styles. - a policial saudou-me com um sorriso discreto.

Assenti com a cabeça mostrando minha mais simpática expressão. Eu precisava transparecer tranquilidade, não poderia em hipótese alguma demonstrar nervosismo senão eles saberiam que tinha alguma coisa de errado naquele jardim. O meu maior e melhor erro.

Os policiais começaram a vistoria por dentro da casa, eles sempre faziam isso, porém, eles sempre deixavam um outro policial fiscalizando tudo no lado de fora, para eliminar qualquer chance de dúvida, portanto, eu não poderia enxotar Louis para fora de minha casa enquanto eles estavam lá dentro porque um brutamonte de olhos negros e uma expressão satânica vasculhava cada milímetro do perímetro. Eu estava fodido.

Eu decidi ficar no batente da porta, entre o jardim e o interior da casa, tendo assim uma melhor visão dos dois campos e tendo uma melhor percepção do que estava acontecendo nos dois ambientes. De onde eu estava dava para ver um mísero pedaço azul de tecido. Reconheci ser da blusa de Louis. Tentei avisá-lo mas o policial quase me devorando com os olhos - não de um jeito bom - não me permitia fazer movimentos muito bruscos para poder, de fato, avisá-lo. Nessa hora eu só rezei para que nenhum policial notasse o pano intruso debaixo da cama.

- Parece que está tudo bem aqui dentro, Senhor Styles. - falou o policial que acompanhava a mulher que demonstrava um ar de profissionalismo gigante.

- Está sempre tudo bem, eu sou um preso obediente, tenente. - brinquei.

Eu sempre sou bem descontraído e piadista com meus visitantes de farda, precisava manter a postura rotineiramente vista, apesar da tensão corroendo meu corpo eu tentava demonstrar confiança e esperava que essa atuação toda estivesse surtando efeito. Se eles pegarem o Louis ali, eu estou fodido. Eles provavelmente me mandariam novamente pra cadeia. Eu não posso voltar para àquele lugar.

- Vamos dar uma olhada nesse jardim. Parece que temos algo diferente aqui, Senhor Styles. - a mulher fala se encaminhando para o lugar onde a cama, a estante de discos e, principalmente, o Louis estavam.

Eu engoli em seco. Comecei a passar as mãos pelo cabelo involuntariamente. Que eles não vejam o Louis, que eles não vejam o Louis, que eles não vejam o Louis. Repetia mentalmente quase como um mantra.

Eu não costumo ficar na área em que o sinal da tornozeleira não funciona na presença dos policiais porque eu tenho receio que eles possam notar que a luzinha apaga e estragar meu único refúgio social na qual eu posso ter contato com alguém.

Mas hoje parece que a situação teria que mudar um pouco. Eu teria que correr o risco.

Aproximei-me da cama e tentei puxar um assunto para os distrair um pouco.

- Eu senti um pouco de falta de apreciar as estrelas, sabe, eu costumava fazer muito isso quando era menor, e agora, preso nesse casarão não me sobram muitas outras coisas pra fazer, então, eu decidi arrumar esse cantinho, sabe, pode parecer besteira para vocês, mas para mim é realmente importante. - falei e observei os policiais se comparecerem com a minha história. Caralho Styles, você merece um Oscar.

- Você fez algo para estar aqui, Senhor Styles, está pagando por algo que fez, fazer coisas cruéis resultam em consequências cruéis. - a policial fala e eu engulo em seco. Talvez o Oscar fique pra próxima.

A policial continuou vasculhando a área e o seu outro companheiro veio em minha direção. Eu congelei.

- Agora vamos dar uma olhada nessa tornozeleira. - fala e eu me desespero. Puta que pariu, eu preciso sair daqui e entrar na área que o sinal funciona! Se eu permanecer aqui eles irão descobrir que essa pequena área era blindada do sinal.