Chapter XVI

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KISS

Louis

As três palavras foram ditas. Eu não tinha como voltar atrás. E nem queria. Meus sentimentos, apesar de caóticos, são puramente verdadeiros. O coração, infelizmente ou não, não tem uma peneira seletiva que escolhe quem deve ou não ser amado. Ele simplesmente ama. E quanto a isso basta somente aceitarmos e acatarmos a decisão e torcemos para que ele esteja, de fato, certo.

Noto, porém, que no momento em que proferi tal sincera declaração, Harry já tinha unido suas pálpebras e entrado em um sono desejado, devido ao pranto que ele havia soltado há poucos minutos. Ele precisava descansar.

***

Enquanto fazia cafuné em seus fios castanhos, eu pude, enfim, absorver todas aquelas informações que Harry disse anteriormente sobre seu passado e sobre sua angústia decorrente a imprecisão do que aconteceu com Connor. Ele realmente não sabia o que havia acontecido. Estava nítido em seu olhar aflito que aquele momento de seu passado nada passava de um apagão sofrido em sua consciência.

Por um momento eu me senti culpado por duvidar dele assim, tão cruelmente, porém, tentei afastar esses pensamentos, eu não podia me culpar por algo que eu não tinha conhecimento. Trato logo de transformar esse sentimento de remorso em generosidade e ajuda. Eu precisava ajudá-lo.

Com esse pensamento, noto que Harry dá um suspiro fundo e se mexe um pouco em meu colo levantando de leve seu rosto com a intenção de me olhar.

Fiquei, imediatamente, encantado. Ele abriu um sorriso torto, evidenciando sua covinha e marcando suas ruguinhas no canto exterior de seus olhos. Ele estava muito mais leve. Parece que ele estava mais aliviado e abrandecido por finalmente contar à alguém aquilo que, claramente, o castigava e o martirizava diariamente.

— Boa tarde, flor do dia. - começo o diálogo com o propósito de deixá-lo mais confiante e à vontade. Ele estava muito vulnerável antes, e ele não me parece ser o tipo de pessoa que gosta de transparecer vulnerabilidade ou fragilidade.

— Boa tarde. - fala somente se levantando do meu colo e se sentando desconcertado na cama, arrumando, desajeitadamente, seu cabelo.

Entrego-lhe um sorriso sincero, mostrando-lhe que estava tudo bem e que ele não precisava ficar receoso nem temeroso com nada. Eu ainda confiava muito nele. Talvez seja esse um dos sintomas do amor: a confiança. Ou seria a cegueira?

— Obrigado. - ele diz assustando-me um pouco. Era a segunda vez que ele me dizia essa palavra hoje.

— Não por isso. - falo sorrindo para ele.

— Eu falo sério Louis, eu realmente te agradeço, de coração, por tudo que você já fez por mim em tão pouco tempo. Eu sei que eu sou meio arisco à afeto em geral, mas eu não tenho alguém preocupando-se comigo há 5 anos, Louis! - fala e eu noto uma lágrima solitária escorrer livre por sua pálida pele.

— Shhh... não chore mais, Harry, agora eu estou aqui. - digo encurtando a distância que tínhamos e enlaçando meus braços em seu pescoço, limpando a recente gota salgada que havia escorrido de seus frágeis olhos verdes.   

Nossos rostos estão tão próximos que eu posso sentir sua respiração entrecortada bater forte em meus lábios. Vejo seu pomo-de-adão denunciar seu nervosismo quando o noto engolir em seco. Sua boca rosada agora tão convidativa se torna extremamente tentadora quando ele passa sua língua por toda extensão de seus lábios.

Mudo o foco de meu olhar para seus olhos e vejo o opaco fascinante de sua íris. Sua feição alerta e desejosa me tira do sério e eu não vejo outra saída a não ser fazer aquilo que eu havia, por muitas e longas noites, imaginado fazer. Beijá-lo.

Minhas mãos que não saíram ainda de seu rosto agora fazem um carinho aquecedor em sua pele, queimando cada célula facial reluzente de desejo. Volto meu olhar a sua boca e me permito aproximar-me lentamente de sua sedutora carne rosada. Harry percebendo minha aproximação, agarra suas mãos na barra da minha camisa fortemente, respirando fundo e, sem mais delongas, os dois, concomitantemente, dizem:

— Louis.

— Harry.

E, com um suspiro quase desesperado, nós quebramos a tortuosa distância que nos mantinha afastados. 

Sentir o calor de seus lábios fundido ao meu é algo indescritível! Sua boca macia se abre permitindo sua língua encostar na minha em uma dança lasciva lotada de desejo. Estava nítido a vontade que nós dois tínhamos em realizar tal ato. Uma consumação de toda explosão de sentimentos que sentimos durante essas semanas.

Harry agarrou meu cabelo intensificando o beijo. Minha respiração falha valoriza ainda mais a extrema situação. Afastei-me à procura de ar e fitei Harry. Sua feição me fez escapar um gemido. O rubro de seu rosto, seu cabelo em caos e sua respiração entrecortada faziam meu membro pulsar.

— Isso foi... 

— Fantástico! - Harry me corta.

Gargalhamos alto ainda com a respiração falha, apreciando a aparência pós beijo um do outro.

— Obrigado, Louis. - Harry fala enfim depois de um momento de silêncio.

Estranhei seu agradecimento. Seria o terceiro "obrigado" de hoje.

— Pelo quê, Harry? - falo lhe dando um olhar confuso.

Harry me entrega um sorriso cúmplice e, com um brilho inigualável em seus olhos, diz:

— Por me amar. 

Porra. Ele ouviu.

 °☆°☆°☆°  

Capítulo novo! E até que enfim aconteceu o primeiro beijo, até eu estava ansiosa por esse momento hahaha

É isso, comentem o que acharam e se gostaram, por favor, marquem a estrelinha ;)

Fiquem bem e até a próxima amores. xx

I Believe You | l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora