CAKE
Louis
Eu e Harry nos acomodamos na cama do quintal e ficamos por volta de uns 5 minutos somente contemplando a respiração um do outro, tentando decifrar o que o outro estava pensando somente pelo compasso do inspirar e expirar dos pulmões. Aquele momento, por incrível que pareça, não estava constrangedor, o silêncio era confortante e acredite, esse tipo de silêncio é raríssimo de se presenciar.
Depois de bons momentos idolatrando a quietude revigorante alheia eu decido perguntar-lhe sobre algo que estava me deixando muito curioso, e eu sou o tipo de pessoa que não consegue ficar com a dúvida presente na consciência por muito tempo.
— Harry, como você conseguiu aquele corte na mão aquele primeiro dia em que nós nos conhecemos? - falo e ele vira seu rosto para me fitar. Seu olhar me assusta, está distante e fundo, bem diferente do rotineiramente visto.
— Digamos que eu estava sem comida em casa e fui utilizar de um animal para suprir minhas necessidades nutricionais. Se você não percebeu, tem uma mata atrás do meu quintal, é quase uma floresta fechada, tem de tudo. Acho que aquele dia foi um coelho, eu me cortei com o facão que eu utilizo para caçar. - termina de falar e eu o olho com uma expressão assustada. Como assim Harry caça? E por que um pobre coelhinho? Um arrepio percorreu minha espinha, se ele fazia isso facilmente com um animal, seria ele capaz de realizar tamanha crueldade em humanos? Será que ele é realmente inocente do crime que o obriga a encarcerar-se aqui? Meus pensamentos são interrompidos pela risada estridente e escancarada de Harry.
— Que foi Harry? - pergunto completamente confuso com a abrupta mudança de humor. É, a cada dia que passa eu tenho mais convicção de que ele é bipolar.
— Você tinha que ver a sua cara! - fala em meio a gargalhadas constantes.
Okay, eu continuo não entendendo porra nenhuma.
— Que porra você está falando Harry?
— Eu não matei coelho nenhum, aquele machucado foi feito enquanto eu estava tentando arrancar uma maçã da macieira da Dona Miranda, eu me desequilibrei e cortei a pele no concreto do muro, nada de mais, eu só queria ver a sua cara quando eu inventasse essa história de caçador de animais indefesos. - fala e começa a rir novamente. Eu vou matar esse bastardo!
— Isso não tem a menor graça Harry! - falo e não resisto a um sorriso que rouba meus lábios. Simplesmente não tem como permanecer sério enquanto ele sorri. É inevitável.
Depois de cessar a crise de riso do Harry ele me fala que está com fome e, em seguida, vai até à cozinha pegar algo para comermos.
Chegando no quintal não resisto a mais uma risada. É, parece que o dia hoje está regado a risadas.
— Eu não acredito que você tem um bolo em formato de coelho, Harry. - falo e ele me olha com aquele sorriso de lado exibido, evidenciando a sua covinha funda e linda.
— Não tinha um coelho devidamente verdadeiro então eu tinha que arranjar algo no mínimo parecido. - termina de falar e senta ao meu lado, tirando do bolso dois garfos de plástico.
— Se for para nos conhecermos, eu acho melhor que seja com comida, tudo melhora com um bom pedaço de bolo, e além disso, com o pouco que eu sei sobre você, você irá me interrogar mais que o próprio investigador que cuidava do caso. - fala e eu gargalho, ele realmente me conhece - Porém, fique você sabendo que eu também posso ser muito curioso e insistente quando eu quero - termina de falar levando uma gulosa garfada de bolo à boca.
Por um momento eu me perdi completamente. Seus lábios rosados perfeitamente desenhados sujos de doce. E para piorar mais ainda a inebriante sensação em meu abdômen, ele fecha os olhos e geme, virando sua cabeça para trás e deixando seus cachos caramelos caírem pelo seu ombro.
Puta que pariu. Eu tenho que desviar a minha atenção senão meu membro irá começar a ganhar vida, e essa seria uma situação muito constrangedora, a segunda da semana.
Para o meu quase alívio, ele abre os olhos e para de emitir sons pornográficos. Eu tento me recompor e retomar o diálogo. O que nós estávamos falando mesmo?
— Você tem que aprender a controlar seus instintos Louis.
Puta que pariu.
Ele tinha que perceber, claro, ele sempre nota.
— Eu não sei do que você está falando. - falo com o plano de fingir desentendimento, sempre funciona.
Ele desce seu olhar, tortuosamente, desde meus lábios até a razão do meu desequilíbrio mental e físico, que por sinal já estava muito enrijecido.
Eu preciso fazer alguma coisa, o jogo precisa virar, eu preciso afetá-lo de alguma forma, ele não pode ser assim tão forte e inatingível. Foi ai que eu, sem um pensamento prévio, falei:
— Desculpa se você não se atinge, devem ter sido muitos anos praticando e até ganhando dinheiro com isso para não se abalar, não é mesmo? Seus filmes devem ter dado à você muita prática para deixá-lo assim, tão inabalável! - falo e ele transforma sua expressão maliciosa e presunçosa em algo indescritível, seria indignação? Dúvida?
— Que porra Louis, como você sabe disso?
°☆°☆°☆°
Até que enfim o capítulo chegou!!! Eu posso ouvir um Aleluia? Hahaha Parece que um pouquinho do secreto passado de Harry irá vir à tona nos próximos capítulos!!!
Mil desculpas pela demora, eu realmente me esforcei para arranjar um tempinho para escrever e finalmente achei um. Eu sei que está curtinho e que eu devia um capítulo maior pra vocês por conta da demora mas eu prometo compensá-los no próximo.
Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar e votar okay? ;)
Fiquem bem e até a próxima xx :)
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I Believe You | l.s.
FanfictionApós 4 anos encarcerado, Harry Styles é liberto das paredes imundas da cadeia para viver isolado em um casarão. Sem amigos ou familiares, Harry finda raízes cada vez mais fundas em sua própria dor, afinal, ele estava sozinho. Mas não por muito tempo...