Chapter XI

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CAKE

Louis

Eu e Harry nos acomodamos na cama do quintal e ficamos por volta de uns 5 minutos somente contemplando a respiração um do outro, tentando decifrar o que o outro estava pensando somente pelo compasso do inspirar e expirar dos pulmões. Aquele momento, por incrível que pareça, não estava constrangedor, o silêncio era confortante e acredite, esse tipo de silêncio é raríssimo de se presenciar.

Depois de bons momentos idolatrando a quietude revigorante alheia eu decido perguntar-lhe sobre algo que estava me deixando muito curioso, e eu sou o tipo de pessoa que não consegue ficar com a dúvida presente na consciência por muito tempo.

— Harry, como você conseguiu aquele corte na mão aquele primeiro dia em que nós nos conhecemos? - falo e ele vira seu rosto para me fitar. Seu olhar me assusta, está distante e fundo, bem diferente do rotineiramente visto.

— Digamos que eu estava sem comida em casa e fui utilizar de um animal para suprir minhas necessidades nutricionais. Se você não percebeu, tem uma mata atrás do meu quintal, é quase uma floresta fechada, tem de tudo. Acho que aquele dia foi um coelho, eu me cortei com o facão que eu utilizo para caçar. - termina de falar e eu o olho com uma expressão assustada. Como assim Harry caça? E por que um pobre coelhinho? Um arrepio percorreu minha espinha, se ele fazia isso facilmente com um animal, seria ele capaz de realizar tamanha crueldade em humanos? Será que ele é realmente inocente do crime que o obriga a encarcerar-se aqui? Meus pensamentos são interrompidos pela risada estridente e escancarada de Harry.

— Que foi Harry? - pergunto completamente confuso com a abrupta mudança de humor. É, a cada dia que passa eu tenho mais convicção de que ele é bipolar.

— Você tinha que ver a sua cara! - fala em meio a gargalhadas constantes.

Okay, eu continuo não entendendo porra nenhuma.

— Que porra você está falando Harry?

— Eu não matei coelho nenhum, aquele machucado foi feito enquanto eu estava tentando arrancar uma maçã da macieira da Dona Miranda, eu me desequilibrei e cortei a pele no concreto do muro, nada de mais, eu só queria ver a sua cara quando eu inventasse essa história de caçador de animais indefesos. - fala e começa a rir novamente. Eu vou matar esse bastardo!

— Isso não tem a menor graça Harry! - falo e não resisto a um sorriso que rouba meus lábios. Simplesmente não tem como permanecer sério enquanto ele sorri. É inevitável.

Depois de cessar a crise de riso do Harry ele me fala que está com fome e, em seguida, vai até à cozinha pegar algo para comermos.

Chegando no quintal não resisto a mais uma risada. É, parece que o dia hoje está regado a risadas.

— Eu não acredito que você tem um bolo em formato de coelho, Harry. - falo e ele me olha com aquele sorriso de lado exibido, evidenciando a sua covinha funda e linda.

— Não tinha um coelho devidamente verdadeiro então eu tinha que arranjar algo no mínimo parecido. - termina de falar e senta ao meu lado, tirando do bolso dois garfos de plástico.

— Se for para nos conhecermos, eu acho melhor que seja com comida, tudo melhora com um bom pedaço de bolo, e além disso, com o pouco que eu sei sobre você, você irá me interrogar mais que o próprio investigador que cuidava do caso. - fala e eu gargalho, ele realmente me conhece - Porém, fique você sabendo que eu também posso ser muito curioso e insistente quando eu quero - termina de falar levando uma gulosa garfada de bolo à boca.

Por um momento eu me perdi completamente. Seus lábios rosados perfeitamente desenhados sujos de doce. E para piorar mais ainda a inebriante sensação em meu abdômen, ele fecha os olhos e geme, virando sua cabeça para trás e deixando seus cachos caramelos caírem pelo seu ombro.

Puta que pariu. Eu tenho que desviar a minha atenção senão meu membro irá começar a ganhar vida, e essa seria uma situação muito constrangedora, a segunda da semana.

Para o meu quase alívio, ele abre os olhos e para de emitir sons pornográficos. Eu tento me recompor e retomar o diálogo. O que nós estávamos falando mesmo?

— Você tem que aprender a controlar seus instintos Louis.

Puta que pariu.

Ele tinha que perceber, claro, ele sempre nota.

— Eu não sei do que você está falando. - falo com o plano de fingir desentendimento, sempre funciona.

Ele desce seu olhar, tortuosamente, desde meus lábios até a razão do meu desequilíbrio mental e físico, que por sinal já estava muito enrijecido.

Eu preciso fazer alguma coisa, o jogo precisa virar, eu preciso afetá-lo de alguma forma, ele não pode ser assim tão forte e inatingível. Foi ai que eu, sem um pensamento prévio, falei:

— Desculpa se você não se atinge, devem ter sido muitos anos praticando e até ganhando dinheiro com isso para não se abalar, não é mesmo? Seus filmes devem ter dado à você muita prática para deixá-lo assim, tão inabalável! - falo e ele transforma sua expressão maliciosa e presunçosa em algo indescritível, seria indignação? Dúvida?

— Que porra Louis, como você sabe disso?

°☆°☆°☆°

Até que enfim o capítulo chegou!!! Eu posso ouvir um Aleluia? Hahaha Parece que um pouquinho do secreto passado de Harry irá vir à tona nos próximos capítulos!!!

Mil desculpas pela demora, eu realmente me esforcei para arranjar um tempinho para escrever e finalmente achei um. Eu sei que está curtinho e que eu devia um capítulo maior pra vocês por conta da demora mas eu prometo compensá-los no próximo.

Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar e votar okay? ;)

Fiquem bem e até a próxima xx :)

I Believe You | l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora