Chapter XIII

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DOUBTS

Louis

Abri meus olhos preguiçosamente e me estiquei na cama me espreguiçando. Tinha dormido uma ótima noite mais uma vez. Os pesadelos decorrentes à noite da morte dos meus pais já não se faziam mais presentes em meu conturbado inconsciente. Harry tinha feito a delicadeza e o favor de tirá-los de lá.

Já havia se passado alguns dias de idas e vindas à casa a frente, dias que eu nunca esquecerei. Ah! E eu já levei meu toca discos okay?

Com o intuito de fazer uma surpresa para Harry, decido logo me vestir para ir agora cedinho ao seu jardim cuidar de suas flores. Elas estavam judiadas e sem a beleza tão característica dessas plantas. Precisava torná-las vivas novamente para, quem sabe, transformar a vida de Harry mais colorida e cheia de beleza e placidez.

Chegando ao seu portão, termino de prender o relógio de pulso em minha pele, afinal, eu precisava controlar o tempo certinho para que nenhum policial inconveniente estrague minha surpresa para ele.

Comecei minha "missão jardinagem" pelo canto onde tinha a cama, a estante de discos e o toca discos. Limpei como pude a área, retirando os galhos secos e moldando as plantas. Pude notar uma pequena e quase destruída roseira. Restava ali somente uma rosa vermelha, surpreendi-me com a força da coloração vermelho-sangue da única flor sobrevivente a todo àquele redor de destruição. Achei lindo e resolvi deixá-la em completo destaque. Seria nosso amuleto.

Segui com a missão para uma cascata que deveria estar passando água lindamente por suas pedras, porém, estava presa a raízes e folhas mal cuidadas, junto a areia e água parada provinda, provavelmente, da chuva. Com alguns utensílios de jardinagem que eu trouxe de casa - e com frequentes indas e vindas para validar o sinal da tornozeleira - eu pude enfim limpar a cascata que agora dava valor a sua preciosidade. Depois de bem cuidada pude notar um anjo com asas lindas no topo da cascata, um belo símbolo para esse jardim que aos poucos retorna à vida.

Continuei na parte da frente da mansão e, depois de terminar a limpeza e reestruturação das plantas, com o cuidado necessário para tentar mantê-las vivas, eu fui em direção à parte mais ao fundo do imenso jardim. Cronometrei os minutos que eu precisava e segui em direção ao que mais parecia um matagal que um jardim. Enquanto caminhava notei a presença de um muro de mármore deteriorado pelo tempo e rodeado de galhos secos e limo. Chegando mais perto percebi a presença de uma maçaneta. Okay, isso é uma porta. Pra onde será que ela me levará? Meu senso comum, infelizmente, não é igual ao de todo mundo que provavelmente sairia daqui sem se quer tentar abrir a porta. Eu sou um curioso nato. Nasci pra desvendar mistérios e talvez me arrepender depois de descobri-los.

Olhei no relógio e vi que eu tinha 1 minuto e 59 segundos para dar o fora dali. Teria que ser rápido.

Com a ajuda de uma pedra pontiaguda que encontrei perto da porta consegui abri-la. Logo um lance de escadas se monta em minha vista. Entrar ou não entrar? Harry irá me matar? Talvez.

Decidi por correr esse risco. A curiosidade era maior. Desci as escadas o mais rápido que consegui visto a dificuldade perante a pouca luminosidade do local. Tentei olhar o relógio de novo e não consegui enxergar as horas com exatidão. Estava ferrado... e curioso. Chegando ao final da escada uma janela permitiu a entrada de luz e eu me assustei com o que vi. Um quadro saturado de fotos, rostos e rabiscos. Imagens chocantes de um corpo em pedaços. Tamanha inumanidade me desperta um sentimento de medo. Seria aquilo um quadro para descobrir a causa de um crime ou a tentativa de tentar acobertá-lo? Um arrepio me tira dos devaneios e eu olho para o relógio. 16 segundos restantes. Eu preciso correr!

Subo o mais rápido que consigo. Suor escorre livre por minha pele. A adrenalina corrente pelo meu sangue caracteriza meu estado: pupilas dilatadas e coração acelerado. Consigo fechar a porta de mármore e logo corro ligeiramente para a área segura, livre do sinal que ativa a tornozeleira.

Chegando lá, ainda trêmulo, tento normalizar minha respiração e tentar assimilar a cena anteriormente vista. O quadro, as fotos, a prisão domiciliar do Harry, sua empatia perante ao mundo, seu anti socialismo, seria ele doente? Assassino? Psicopata?

Um turbilhão de questionamentos explodem minha consciência e eu não faço a menor ideia das respostas, e, nesse momento, eu duvidei da inocência de Harry.

°☆°☆°☆°

Capítulo curtinho mas intenso hahaha. Como será o encontro do Louis com o Harry depois desses acontecimentos ein?

Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar o que estão achando e deixando sua estrelinha se gostaram do capítulo, seu incentivo é muito importante pra mim (:

É isso, fiquem bem e até a próxima ;) xx

I Believe You | l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora