LET ME KNOW YOU
Louis
Eu não sei o que deu em mim mas eu não pude conter-me em dizer aquelas palavras. Aquela tornozeleira em sua perna direita não me parecia certa, muito menos justa. Estava descrito em seu olhar que ele não fez nada. A escuridão melancólica em seus olhos era de completa angústia e desconsolo, definitivamente, não existia culpa.
Depois de proferir aquelas palavras, Harry me pareceu mais perdido ainda, com seu olhar vagando da sua tornozeleira para a rua posta atrás de mim, ele não me olhou mais nos olhos. Eu queria muito ajudá-lo. Eu preciso ajudá-lo.
Com esse anseio eu busco as palavras certas para poder entrar em seu mundo e em seu passado sem parecer muito invasivo, não queria assustá-lo, essa era a última coisa que eu queria nesse momento.
— Harry, do que você foi acusado? - falei chegando mais perto do portão em uma tentativa falha de aproximação, visto que ele se distanciou, dando dois passos para trás.
— Olha Louis, eu não quero parecer indelicado, mas eu nem te conheço direito e eu não pretendo contar minha história para qualquer desconhecido que invade meu quintal, ainda mais assim, entre grades, eu já aceitei minha situação, eu não posso ter envolvimento com pessoas, eu não posso me apegar a pessoas, eu não posso me apegar a você Louis! - falou elevando seu tom vocal em sua última frase.
Eu queria poder realmente sair dali e deixar que Harry cure suas próprias dores sozinho mas eu não conseguia. A dor e o sofrimento presente em seu olhar me dilacerava por completo. Eu não conseguiria deixá-lo ali sozinho naquela mansão sem vida mesmo que essa seja a sua vontade. Eu precisava curá-lo.
— Harry, você não me conhece mas eu estou te dando a oportunidade de conhecer, eu quero te ajudar...
— Eu não preciso de ajuda! - ralha comigo, parecendo mais bravo.
Respiro fundo, aquilo seria difícil. Entrar em seu sombrio universo não vai ser fácil. Mas eu acredito que valha o esforço, por ele.
Tentei pensar em algo para fazê-lo ser menos irredutível e mais flexível a mudanças e, consequentemente, mais complacente a mim. Foi aí que eu tive uma ideia. Meio insana mas era o que eu consegui pensar no momento. Sem julgamentos, por favor!
— Harry, quanto tempo outra pessoa consegue permanecer em seu terreno? - perguntei e ele fez uma cara completamente interrogativa do tipo "o que esse cara está planejando agora?".
— Por que você quer saber isso, Louis? - falou desconfiado.
— Só responde a minha pergunta, Harry. - falo já meio impaciente, ele é muito desconfiado! Sempre respondendo as minhas perguntas com outro questionamento. Que droga!
— Cinco minutos. - fala e espera que eu lhe diga o plano em minha mente.
— Espere-me aqui, eu volto já! - falo e sigo para a minha casa, se é para começar com alguma coisa, vamos começar com música não é mesmo, eu preciso entrar em sua vida, preciso que ele confie em mim para então se abrir, nada melhor que música para expor seus sentimentos não é mesmo?
Sigo para o meu quarto e olho para a estante repleta de discos de vinil. Era linda. Aposto que ficaria mais linda ainda no quintal do meu vizinho. Ri do meu pensamento e comecei a arrastá-la para fora de casa. Passando pela porta eu olhei para o lado oposto e sorri vendo que Harry ainda permanecia no mesmo lugar de antes. Sorri bobo e não prestando atenção no degrau de pedra que existia na entrada da minha casa, tropecei e cai de joelhos na brita pontiaguda que permeava a calçada do meu quintal. Droga! Pelo menos eu não derrubei a estante. Harry faz menção de sair de sua casa e me ajudar mas eu logo me prontifico:
— Não precisa, eu estou bem, e você não pode sair daí esqueceu? Não quero policiais perturbando a quietude desse bairro - falo e ele ri, parece que Harry tem senso de humor minha gente! Ponto para mim!
Depois de atravessar a rua com a estante eu paro em frente ao portão de sua casa.
— Tudo bem, agora me explica o que é tudo isso. - Harry fala e aponta para a estante cheia de discos de vinil e eu vejo seus olhos brilharem, será que ele gosta de música?
— Já que você não me conhece direito para contar sua sigilosa intimidade e seu passado, vamos tentar mudar essa situação, o que você acha?
— Você quer me conhecer? - ele fala meio receoso.
— Sim, Harry, eu quero te conhecer.
Um silêncio sepulcral se apossa do local e nós ficamos parados, somente olhando e decifrando o olhar um do outro, até que Harry quebra o silêncio e me surpreende:
— Venha por aqui. - fala e abre o portão marcando alguma coisa em seu relógio - Você tem cinco minutos para levar essa estante para aquele lugar que nós estávamos antes, aquela parte escura é a única área do perímetro que não leva sinal à tornozeleira.
Tentei absorver todas aquelas informações e segui para aquele cantinho negrume e saturado de folhas e flores mal cuidadas. Com certo esforço eu consigo finalmente colocar a estante no lugar, dou alguns passos para trás e aprecio minha estante naquele lugar. Realmente ficou muito mais linda do que em meu quarto.
— 29 segundos, 28 segundos, 27 segundos... - Harry me tira dos devaneios e eu logo me prontifico para sair do lugar que eu estava e entrar na "zona segura".
— Pronto, agora nós podemos nos conhecer melhor Harry, e não me venha com desculpas fajutas pra cima de mim, agora você não me escapa, até porque você não tem pra onde fugir mesmo. - falo e vejo um singelo sorriso em sua face mostrando sua adorável covinha, é, eu acho que estou começando a gostar dele além do recomendado.
°☆°☆°☆°
Mais um capítulo amores, esperam que tenham gostado! E não é que o Louis arranjou um jeito de falar com o Harry! E olha que convencer Harry Styles não é tarefa para iniciantes hahaha
Não esqueçam de comentar e votar se gostaram do capítulo viu!
Beijos até o próximo :) xx
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I Believe You | l.s.
FanfictionApós 4 anos encarcerado, Harry Styles é liberto das paredes imundas da cadeia para viver isolado em um casarão. Sem amigos ou familiares, Harry finda raízes cada vez mais fundas em sua própria dor, afinal, ele estava sozinho. Mas não por muito tempo...