Capítulo 12

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-Está nervosa? - Marcos inquiriu observando-a.
-Ansiosa. - corrigiu.
-Hoje começa uma nova fase em sua vida. - falou observando sua mão correr pelos cabelos de Adele adormecida.
-Sim. - ela concordou sorrindo. -Uma nova vida... Você vai mesmo me dá a cidadania?
-Poucas pessoas já receberam a cidadania em Antares. Na verdade passa por uma votação, mas ninguém vai se opor a mim. - afirmou convicto. Elise ficou apreensiva, mas sorriu.
-Está bem. - concordou descansando a cabeça no encosto. Adele que dormia confortavelmente em seu colo acordou e em silêncio levantou e foi para o colo de Marcos, que a recebeu com um sorriso. Elise ficou olhando com um pouquinho de ciúme e encanto, mas não disse nada. Logo foi passível vê Antares e uma sensação de paz tomou conta dela.
-Código quinze... Pedindo autorização para pouso. - Sam falou pelo fone dando seu código de tenente.
-Código quinze... Autorização negada. Repetindo... Autorização negada. - a voz do outro lado respondeu. Elise olhou pra Marcos, que olhava pra Sam e esperou.
-Código quinze... Aqui é Samuel Dantes, subtenente de Antares e segurança pessoal do conde... Pedindo autorização para pouso. - repetiu com mais ênfase.
-Código quinze autorização negada. Se insistir teremos que atacar.
-De onde vem a ordem? - Sam inquiriu.
-Ordem direta da mansão. Dê meia volta. - pediu. Após um silêncio outra voz apareceu no gravador. -Código quinze, o Conde está com você? - perguntou sem rodeios. Marcos devolveu Adele para os braços de Elise é se aproximou. Sam sabia que essa pergunta não fazia parte do protocolo.
-Código quinze informando meia volta. - Sam falou fazendo um movimento no helicóptero sem responder a pergunta.
-Pouse. - Marcos murmurou. Sam não respondeu, mas deu uma volta como se fosse partir e desceu com tudo. No rádio vozes alteradas pedia para ele parar. O helicóptero pousou numa mata aberta se chocalhando com algumas arvores e tombando pelo caminho até parar alguns metros a frente. Marcos, que estava em pé caiu várias vezes e Elise agarrava Adele, que acordou com a turbulência e tentava protegê-la.
-Estão todos bem? - Sam perguntou saindo da sua poltrona e ajudando Marcos a se erguer. Marcos sentia uma dor insuportável no peito, que ainda curava do atentado que ocorreu, mas disfarçou e foi até Elise.
-Você está bem? - perguntou ajudando-a a se erguer.
-Sim... É você? - ela retrucou olhando-o atentamente.
-Também. - respondeu pegando as mochilas. Sam abriu a porta do helicóptero e todos desceram. Estavam numa floresta aberta isolados da civilização, mas estavam em Antares.
-Que lugar é esse? - Elise perguntou segurando na mão de Adele.
-Floresta Bela... Estamos próximos a Nebulosa - informou olhando em todas as direções.
-Isso não é bom. - Marcos exclamou lembrando o quanto o povo de Nebulosa eram hostis.
-Temos que andar... Não demorará para uma guarda repressora ser enviada. Eles só precisam descobrir onde caímos. - Sam falou caminhando para a direita. - Elise é Adele vão para aquela árvore e nos espere... Eu e Marcos vamos apagar os rastros.
-Esta bem. - ela concordou preocupada. Marcos era o dono de Antares porque precisava apagar os rastros? E porque negaram seu acesso? Ela parou no local indicado e observou os dois trabalharem em silêncio e minutos depois chegarem até elas.
-Agora podemos ir. - Marcos falou guiando-as. Andaram em silêncio por muito tempo até Adele se queixar de fome. Nenhum deles dormiu direito nem tomaram café e no relógio de Elise já era meio dia.
-Precisamos parar. - ela falou parando. -Pra onde estamos indo?
-Para um lugar seguro... Tem uma tribo aqui em Nebulosa que não odeia o Conde e poderá nos abrigar. - Sam relatou recebendo um olhar de Marcos.
-Mística? - Marcos inquiriu.
-Ela poderá ajudar. - ele concordou. Elise não sabia se Mística era uma pessoa ou um lugar, mas sentia que não iria gostar.
-E demora muito? Adele precisa comer. - retrucou. Sam não respondeu, mas se agachou em frente a menina.
-Você consegue segurar por mais uma hora?
-Só uma hora. - ela falou fazendo bico e ele gargalhou.
-Combinado. - concordou pegando a menina e jogando sentada em seu ombro. -Aqui em cima você consegue segurar uma hora e meia?
-Sim... - exclamou empolgada com a vista de cima. Elise revirou os olhos conformada e Marcos lhe sorriu. Caminharam por duas horas e Elise estava exausta, mas como ninguém havia reclamado, nem mesmo Adele que estava sem se alimentar a tanto tempo ela preferiu continuar caminhando. Marcos a observava de perto surpreso por ela não ter demonstrado fraqueza. Caminhava altiva mesmo ele sabendo que deveria está muito cansada e com fome. Não foi assim que ele planejou seu retorno à Antares e pressentia que algo de grave estava acontecendo, mas tudo ao seu tempo. Primeiro pretendia encontrar a aldeia de Mística. Música era uma cigana que ele conheceu quando seus pais ainda estavam vivos. Ambos tiveram um pequeno romance e ela passou a ir dançar nas festas anuais, mas com o seu compromisso com Antônia e depois com Carolina, Mística deixou de aparecer.
Estavam passando por uma fileira de árvores quando uma flecha vermelha foi lançada na frente de Sam e todos pararam. Sam tinha armas na bolsa, mas estava com Adele nos ombros Marcos se aproximou mais de Elise e aguardou. Um grupo de cinco pessoas com máscaras de urso saíram das árvores e se aproximaram deles devagar.
-Quem responde? - um deles perguntou.
-Estão entrando em terreno particular. - outro falou. Outro um pouco menor abriu espaço entre os colegas e olhou detidamente cada um.
-Esta um pouco longe de casa... - falou retirando a máscara. Lindos cabelos platinados caíram nos ombros da mulher que carregava um arco.
-Mística. - Marcos suspirou aliviado e ambos se abraçaram. Elise assistiu seria a cena. A moça era exótica. Possui olhos claros belíssimos e um rosto angelical. Era muito bonita com uma áurea de mistério.
-O que faz aqui? - ela perguntou se afastando.
-Caímos aqui... - ele respondeu e ela olhou os outros membros da viagem.
-Aqui não é seguro. - falou por fim. -Eu sabia que você estava bem.
-Claro que estou.
-Vamos... - ela chamou caminhando com seus amigos e guiando o grupo. Caminharam por cerca de cinco minutos até chegarem a um muro alto com soldados a postos dos quatro lados. Assim que viram quem chegava os portões foram abertos. -Sejam bem vindos.
-Sabíamos que podíamos contar com você. - Marcos disse.
-Estou com fome... - Adele reclamou quando Sam a tirou dos ombros. Mística agachou-se e avaliou a menina antes de sorrir e chamar um dos soldados que esteve com ela na floresta.
-Leve a menina para comer alguma coisa. - pediu.
-Não... Adele não sairá do meu lado. - Elise retrucou recebendo um olhar demorado.
-Faça uma sexta e traga para a garotinha. - corrigiu se aproximando de uma mesa cheia de mapas. Sam se aproximou e estudou o material interessado. Marcos se aproximou de Elise que se mantinha na defensiva e tocou-lhe o braço.
-Pode relaxar aqui Elise... - ele afirmou.
-Que lugar é esse?
-Estamos numa floresta em Nebulosa. Mística e seu povoado são ciganos... Como a minha mãe. São as únicas pessoas que confio de verdade em Nebulosa. - afirmou convicto.
-Pois eu não confio em ninguém. Muito menos na sua namorada. - retrucou indo para a porta da cabana. Embora afastada Mística ouviu a conversa, mas continuou focada nos mapas. Marcos ficou olhando Elise de costas com um misto de mágoa e felicidade. Seu comportamento poderia ser interpretado como ciumes? Suspirando ele se aproximou de Sam e Mística.
-Precisamos descobrir porque o acesso a Antares foi negado e quem na mansão deu tal autorização. - ele falou para o amigo.
-Então você não sabe? - Mística perguntou chamando a atenção de Elise e trazendo-a de volta para a cabana.
-Saber o que?
-A três dias atrás foi anunciado que você havia desertado e ao amanhecer do dia seguinte foi anunciado sua morte... Pelo que relataram você sofreu um atentado e morreu... - contou seria. -Eu sentia que não era verdade.
-Isso é um absurdo. - retrucou indignado.
-Baltazar está na mansão. - contou.
-Então foi ele. - deduziu.
-Esta tudo muito confuso. Desde que você partiu o Conde Filipe e Baltazar estão na mansão.
-Ian... Eu deixei a mansão nas mãos dele. Como eu pude ser tão idiota. Fui traído pelo meu primo. - concluiu enraivecido.
-Não tire conclusões Marcos... - Sam pediu.
-E a Mia? Onde está a minha irmã? - ele perguntou preocupado.
-Mia não apareceu desde que foi anunciado que outro conde assumiria.
-Como?
-Logo após concluir o tempo de luto outro conde assumirá.
-Eu não vou permitir. - Ele exaltou-se batendo na mesa. -Preciso ir à mansão e assumir o que é meu.
-Você não pode fazer isso, não agora. - Sam afirmou. -Houve um atentado contra você. Temos que descobrir o que de fato está acontecendo antes de agir.
-Ahhh... Você está certo. Eu tenho que ser racional. - concluiu se sentindo derrotado. Elise permaneceu em silêncio observando a conversa de longe e de olho em Adele que comia num canto. As casas naquele povoado eram simples e funcionais. Elise foi acomodada num aposento em frente ao de Marcos e ao lado do de Sam. Estava segura, pois naquele lugar hostil cheio de gente estranha só se sentia segura perto de Marcos e Sam. Depois de ajeitar suas coisas de modo a deixar Adele confortável ela resolveu sair para espairecer, mas Marcos a esperava na porta.
-Você está bem? - ela perguntou cruzando os braços.
-Na medida do possível. - respondeu. -E você?
-Não estou confortável aqui. - confessou.
-Aqui é seguro Elise...
-Todos ficam me olhando. - explicou aflita.
-Já pensou que devem está olhando porque você é linda? - elogiou tocando seu rosto.
-Marcos, por favor. - murmurou encabulada.
-É sério... - afirmou sorrindo.
-Você está preocupado. - ela concluiu observando.
-Preciso está. Alguma coisa está acontecendo e preciso descobrir. - confessou. Hesitante Elise se aproximou e timidamente o abraçou. Ele recebeu o gesto com surpresa e sentiu todo o peso esvaindo quando a aperto em seu corpo.
-Vai dá tudo certo. - afirmou afastando-se constrangida.
-Eu sei que vai... É melhor você descansar. - disse acariciando-a no rosto.
-Você também. Boa noite. - falou entrando. Marcos ficou ainda parado olhando o lugar onde ela esteve com um meio sorriso nos lábios.
-Então finalmente você a encontrou... - Mística disse se aproximando.
-Do que você está falando? - ele inquiriu.
-Eu vejo como você olha pra ela. - disse.
-Não inventa Mística. - ralhou.
-Sabe, eu sempre achei que você faria como o Conde Nicolas e se casaria com uma cigana... Quando nos envolvemos eu pensei que era algo místico. O universo trabalhando, mas você lutou contra isso e o destino te trouxe ela. - relatou com pesar.
-Elise é uma hóspede da minha irmã. É minha obrigação mantê-la segura. - falou irritado com o raciocínio dela.
-Você está se enganando... - ponderou o cercando. -Eu não vou permitir que essa mocinha tire você de mim... Quando anunciaram a sua morte eu senti que nos veríamos de novo. Você não entende Marcos, mas estamos ligados...
-Mística, eu vou avisar uma única vez. Fique longe da Elise. Se você fizer qualquer coisa contra ela eu juro não vou considerar os anos que te conheço. - ameaçou. Mística o tocou no rosto e o beijou. Marcos se manteve passivo, mas depois correspondeu. Ele sabia que Mística podia ser um doce de pessoa, mas também podia ser maléfica. Já considerava a possibilidade de ter errado ao ir para a aldeia. Ela se afastou sorrindo.
-Temos uma ligação forte. - afirmou. -Vou mostrar a você que posso ser a mulher que procura a tantos anos.
-É melhor você ir dormir... - sugeriu.
-Sim... Sonhe comigo. - pediu voltando a beija-lo e saindo em seguida. Marcos suspirou contrariado. Era o que faltava ter que ficar de olho em Mística. Ele sabia que estava se sentindo atraído por Elise, mas daí a deseja - lá como esposa era um absurdo. Pensou entrando em sua cabana. Elise se deitou triste e abraçou Adele. Ela não conseguiu ouvir o que eles falavam, mas foi impossível não vê o beijo. Não sabe exatamente o que sentiu ao vê-los juntos, mas não queria sentir de novo. Marcos se tornou seu único alicerce depois que fugiu e estava confundindo as coisas. Ponderou obrigando-se a dormir. Marcos revirava de um lado a outro. Elise não deveria está confortável na aldeia, os homens ciganos foram criados para seduzir e lutar. Elise era linda, de uma beleza natural e especial, chamava a atenção sem esforço. Era natural que se incomodasse com os olhares de todos. Conformado que não conseguiria dormir ele levantou e atravessou as cabanas. Elise dormia na cama de Adele deixando a sua vazia. As duas juntas dava um belo quatro. Com um leve sorriso ele se deitou na cama vazia e ficou olhando para as duas até ser vencido pelo sono. Acordou no dia seguinte com um rostinha sorridente em sua frente e uma mãozinha tocando seu cabelo.
-Bom dia dorminhoco. - Adele disse passando a mão por sua barba.
-Que felicidade acordar com esse sorriso. - ele falou vendo Elise sentada na outra cama observando os dois.
-Porque você dormiu aqui? - ela inquiriu e ele se sentou.
-Para protegê-las. - retrucou pegando a menina no colo. -Bom dia Elise.
-Bom dia. - murmurou lembrando-se do beijo que flagrou.
-Marcos... - Sam chamou entrando. -Precisamos ir.
-O que aconteceu? - perguntou apreensivo.
-A guarda está a uma hora daqui... Não demorará para eles darem uma busca aqui e nos encontrar. - informou.
-Ninguém vai entrar aqui se eu não quiser. - Mística falou aparecendo do nada.
-Sob o meu comando. - Marcos falou erguendo-se. -Sob o meu comando ninguém tem autorização para entrar na áldeia, mas não sabemos a quem a guarda está seguindo agora... Não vou ficar aqui para vê.
-Então é melhor partirmos. - Sam concordou.
-Quero que cuide de Elise e Adele. - Marcos pediu a mística.
-O que? - Elise inquiriu se pronunciando pela primeira vez. -Nos iremos com você...
-Não será seguro Elise. - alertou.
-Não importa. - retrucou.
-Não faremos mal a você aqui. - Mística disse a contragosto.
-Por favor... Por favor, não me deixe. - implorou. Marcos sentiria se a deixasse. Sentia no seu coração que sua missão era protegê-la.
-Esta bem... - concordou suspirando.
-Obrigada...
-Pra onde vocês vão então? - Mística inquiriu.
-Vamos para o amparo. - Marcos anunciou.
-A cidade deve está com a guarda reforçada. - Sam lembrou.
-Mesmo assim... Precisamos arriscar. Existe uma passagem do amparo para a mansão. - contou.
-Vocês não vão conseguir atravessar Nebulosa vestidos assim. Precisam de disfarces. - Mística disse sorrindo. -Você me ajuda a trazer as roupas Elise?
-Claro. - concordou a contragosto. Mística caminhou na frente altiva no meio do seu povo. Elise acompanhava um pouco atrás ciente dos olhares que as seguiam. Mística parou numa cabana próxima ao final da aldeia e começou a mexer num monte de caixas. Elise sabia que deveria ajudar, mas não se sentia alinhar com Mística por mais que tentasse.
-Isso pode ser classificado como ciúmes. - ela falou lendo seus pensamentos sem se virar.
-O que? - perguntou e Mística lhe entregou uma capa sorrindo.
-Você não gosta de mim. E eu de certa forma não gosto de você. - confessou. -Nos duas temos o mesmo motivo... Marcos.
-Não faço ideia do que...
-Não seja hipócrita. Pode tentar enganar a você mesma, mas jamais conseguirá me enganar. - ralhou. -Marcos e eu temos uma ligação.
-Porque não estão casados então? - inquiriu fazendo Mistica olha-la com raiva.
-Você não entende o destino... - afirmou com desdém. -Talvez Marcos não entenda o que aconteceu com você.
-O que quer dizer?
-Já contou a ele porque treme sempre que um homem se aproxima? - perguntou fazendo Elise se arrepiar com a possibilidade dela saber de algo.
-Você não tem nada com isso. - retrucou zangada.
-Mas sei... consigo ver as marcas em seu corpo mesmo que elas já tenham desaparecido dos olhos humanos. - afirmou pegando mais alguns itens. -Isso cria em mim uma simpatia apesar de odia-la por saber que tem a atenção dele.
-Não quero sua simpatia. - rebateu quase aos gritos. -Você não sabe o que eu passei.
-Ainda não acabou Elise... Terá que contar a ele se quiser sua proteção. - falou misteriosa. Elise não a esperou continuar se virou e caminhou até a cabana onde dormiu em passos largos. Marcos e Sam riam de algo que Adele dizia quando ela entrou e jogou as roupas na cama.
-Aconteceu alguma coisa? - Sam perguntou em alerta.
-Você está bem? - Marcos inquiriu.
-Estou bem... - forçou-se a falar. Em silêncio Sam e Marcos vestiram as túnicas na cor cinza e ajudaram Adele a amarrar a dela. Elise estava melancólica, a beira de uma crise de choro, mas vestiu-se calada. Mística não apareceu, mas mandou dois ajudantes no lugar.
-Precisa esconder os cabelos. - Marcos falou se aproximando e ela começou a fazer uma traça em silêncio. -O que a mística lhe disse?
-Nada... Por quê?
-Você estava bem antes de sair daqui com ela. - lembrou puxando seu capuz de modo a esconder os cabelos trancados e boa parte do rosto.
-Continuo bem. - afirmou suspirando quando ele tocou sua pele.
-Parece nervosa.
-Estou com medo. - confessou sem dizer que estava com medo de que ele soubesse da sua história.
-Vai dá tudo certo... Vamos chegar ao amparo e em breve retomarei a mansão e Antares. Você terá a vida que prometi. - afirmou pensando que ela falava do ataque. Ele sentiu sua apreensão e devagar a trouxe para seus braços. Um peso saiu dos ombros de Elise ao entrar ali e lágrimas correram soltas. -Não chore... Eu morrerei antes de deixar que algo de ruim lhe aconteça.
-Isso é muito fofo... - choramingou. -Mas você não pode cumprir.
-Porque não?
-Não está em suas mãos... - afirmou se afastando para olha-lo. Ele retirou algumas lágrimas do seu rosto com o polegar.
-Não me subestime. - pediu. -Será que não mereço um sorriso?
-Talvez. - concordou com um sorriso sem graça.
-Só está faltando uma coisa. - Mística disse entrando com um balde. Ela molhou um pano no conteúdo e passou no braço esquerdo de Sam e na mão direita de Adele. Vindo ao encontro de Marcos e Elise. -Sua vez, senhor conde.
-Bem lembrado... - ele disse deixando-a passar a tinta vermelha e retirando o pano antes que chegasse em Elise. -Deixe que o dela eu passo.
-Como quiser. - retrucou desgostosa. Ele passou gentilmente em toda a mão direita de Elise sobre o olhar duro de Mística.
-Devemos partir... Eles devem estar bem perto agora. - Sam alertou. Todos saíram para o final da aldeia onde Mística mantinha uma passagem secreta direto na floresta.
-Estarei esperando notícias ou seu retorno conde Dalfom. - Mística disse beijando-o. Elise desviou o rosto e Adele fez cara feia. -Boa sorte a todos.
-Se cuida. - Marcos disse encabulado. Todos caminharam em direção a floresta. Sam garantia que uma camionete os estaria esperando. Adele voltou a se equilibrar nos ombros de Sam cantarolando. Elise se mantinha calada relembrando todo o percurso que tomou sua vida desde que foi tirada do mar por Marcos. Porém podia se sentir feliz, pois estava com sua irmã longe do monstro do Sebastian. Marcos se mantinha carrancudo. Estava de novo agindo como um idiota romântico. Será que em tantos anos com Antônia e Carolina não tinha aprendido nada? Elise é linda, doce, delicada, porém é mulher... Precisava colocar de uma vez por todas na cabeça que mulher nenhuma era digna de confiança. Precisava se concentrar em recuperar Antares era saber quem era o grande traidor. Dessa vez não perdoaria Ian, daria a ele o castigo que merecia por sua traição. Após uma caminhada de três horas conversando com seus pensamentos eles chegaram numa estrada onde aparentemente estava deserta até uma camionete surrada estacionar. Marcos riu, mas não fez comentários afinal Samuel Dantes era seu guardião mais leal. Após acomodar todos eles seguiram rumo ao amparo...



Cura-me Amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora