Parte 6 - A festa

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-Então, o que você bebe? – Perguntou Pedro, envolvendo a mão na minha cintura, infelizmente sua mão não chegava nem perto da mão do Santiago.

-Qualquer coisa bem forte. – o encarei.

-Desculpa ter tirado você de lá daquele jeito, mas não gosto do jeito que o Santiago te olha – Ele falou entregando um copo com alguma coisa de cor dourada. Eu virei aquela bebida num gole para ver se eu consegui tirar da minha cabeça a imagem do Santiago de smoking preto.

-Eeee vai com calma, não quero me aproveitar de você essa noite – Pedro falou tirando o copo da minha mão.

-Você está muito bonito – Eu falei, enquanto olhava para o Santiago.

-Obrigado, você com certeza é a mulher mais linda dessa festa. – ele falou, enquanto pegava a minha mão e me girava, para me analisar melhor.

Acabei sorrindo. Pedro era gentil e delicado, sabia como conquistar uma mulher.

-Obrigada, mas eu acho melhor eu procurar a Rebeca, afinal eu vim com ela – caminhei pelo espaço da festa, ele me acompanhou.

-Acho que você não vai encontrá-la, ela já deve estar caçando alguém para terminar a noite, e sinceramente acho que você deveria fazer o mesmo. – Ele falou, ficando na minha frente.

-Pedro, por favor, eu não quero ser grossa, mas não vai rolar. Você é meu colega de trabalho. – Falei enquanto desviava dele, neste momento ele não me seguiu. Graça a Deus. Já estava me sentindo sufocada naquela festa, precisa de um momento sozinha, com ar puro se possível. Então caminhei até porta, eram altas e brancas, estavam abertas e davam para um jardim lindíssimo com uma piscina linda e grande. Foi quando senti alguém atrás de mim.

-Admirando o céu? – Santiago perguntou.

Quando virei para vê-lo, na sua mão ainda estava o copo de whisky. Não pude evitar, olhei-o de baixo para cima até chegar aos seus olhos pretos. Então sorri.

-O céu aqui é muito mais bonito do que em São Paulo, lá normalmente a noite não conseguimos ver as estrelas.

-Tem uma praia deserta aqui em Florianópolis, que o céu é lindo. – Ele falou olhando para o céu.

- Sério? Nossa deve ser lindo, qual nome da praia? Vai que um dia eu decida ir – Falei sorrindo, tentando descontrair a tensão que eu sentia ao ficar ao lado dele.

- Praia da galheta, é difícil o acesso, mas vale à pena – Ele falou olhando para mim e sorriu.

Instintivamente eu sorri e por um momento eu vi um sentindo em seus olhos. Claro que isso tudo durou um segundo.

- Talvez o Pedro possa te levar, ou seja, lá quem você queira dar o golpe. Por que é visível que você não tem a onde cair morta e só tem a intensão de impressionar alguém com esse vestido e essa carinha de boa moça. Por que é isso que as mulheres querem, dinheiro. – Ele jogou essas palavras com ódio. E foi virando, quando eu não pensei duas vezes e o puxei pelo blaser para falar poucas e boas na cara daquele playboy arrogante, quando meu salto grudou da borda da piscina e o puxei e nos dois caímos na piscina. Senti meu corpo gelando, e no mesmo instante braços dele, me abraçando e me puxando para cima da água. Quando me segurei nele, abri os olhos e nossos rostos estavam tão perto, nossas bocas quase encontravam, senti suspiro vindo da sua. Suas mãos me seguravam forte pela cintura, estava a ponto de encontrar seus lábios nos meus, eu como boba quase cedendo, quando senti presença de outra pessoa. Maria nos observava e então eu entendi tudo, ele estava quase me beijando por ela, vingança? Fazer ciúmes? Em tão pouco tempo tantas coisas passaram na minha cabeça, confusão e raiva.

A cura da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora