Comecei a rir.
Ele me fuzilou com os olhos.
Meu Deus ele não podia estar falando sério. Eu nunca ia morar com ele, como eu iria conseguir esquecer ele morando na mesma casa.
-Eu não vou morar com você, muito menos com aquela cobra da Maria – Disse tentando parar de rir. Limpando uma lágrima que correu do canto do meu olho.
Quase chorei de tanto rir agora.
-Você não tem escolha. Eu quero cuidar do meu filho, não pense que é por você.
-Eu não pensei isso, só que eu não vou morar com você.
-Você vai sim, se não...
-Se não o que Santiago? – Perguntei o enfrentando.
Ele se recostou na mesa abrindo um botão do seu palito.
-Se não eu tiro esse filho de você quando ele nascer, você sabe que eu tenho dinheiro e você não teria chance nenhuma contra mim, já que você odeia tanto a Maria, você gostaria de ver ela criando ele? – Ele disse com um ar cínico.
Meu Deus, eu não acredito que ele estava fazendo isso comigo me chantageando tão baixo assim.
-Eu te odeio – Soltei com tanta raiva aquelas palavras, cerrei os dentes as dizendo.
Meu olhar era puro ódio daquele maldito. Não acredito que pude amá-lo.
-É recíproco. – Ele responder sem demonstrar nenhum sentimento
-Eu vou fazer da sua vida um inferno – Prometi
-Não mais do que eu vou fazer a sua, vou mandar o meu motorista te pegar, quero você a noite já na minha casa – Ele disse virando as costas para mim.
Então eu saí daquela sala. Acho que se eu ficasse mais um minuto ali ia matar ele ou ia começar a chorar, porque eu não estava mais agüentando tudo aquilo.
-Meu Deus Helena – Pedro disse quando eu fechei a porta da sala do Santiago – Achei que você não ia sair daí nunca mais. – Chegando até mim. – Então o que aconteceu? Acertaram-se?
Respirei fundo antes de responder
-Não, pior que isso. – Disse
-Me conta – Ele pediu
Olhei para o lado e vi a secretaria do Santiago tentando escutar a nossa conversa.
-Aqui não, melhor em algum lugar a onde as paredes não tenham ouvidos – Disse em voz alta para ela escutar, acho que deu certo, pois ela revirou os olhos virando a cara assim que passamos.
Fomos o caminho todo em silêncio, eu havia dito que só iria contar assim que chegássemos a casa para a Rebeca poder estar junto. Aproveitei aquele silêncio para pensar em tudo que eu teria que enfrentar vivendo naquela casa para poder ter meu filho em minhas mãos.
Eu tinha que arrumar um jeito de fugir, mas eu não podia envolver Pedro ou a Rebeca nisso, pois ia dar muito na cara.
Só havia uma pessoa que poderia me ajudar, mesmo sendo a pessoa menos indicada.
Essa pessoa era o Alessandro. Eu já o amei uma vez, porque não amar de novo?
Ele ia amar ser pai do meu filho.
Depois tinha a Maria, mesmo ela me odiando tenho certeza que ela não ia querer ter um filho meu e do Santiago em seu caminho e se eu fugisse tudo ia ficar bem melhor para ela.
Era isso. Eu sabia que a Maria tinha alguma coisa com o Alessandro porque os dois já haviam se encontrado alguma vez conforme ela havia me dito.
Acho que a loucura dessas pessoas estavam me afetando mas o que eu poderia fazer agora a única pessoa que eu tinha era o meu filho e o tinha que defende-lo de tudo e de todos.
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A cura da paixão
RomanceHelena enfermeira recém formada e conseguiu o emprego dos sonhos em outra cidade, acaba unindo todas as coisas que sempre desejou, fugir de um passado amoroso e ajudar a sua mãe na recuperação da sua saúde. Doutor Santiago é o médico e administrado...