- Você está me respondendo com uma pergunta Helena? Você tem que me responder, acho que é o mínimo que mereço. Eu te tiro de um setor para te separar do cara e você vai lá e me abraça ele, acho que quem está me devendo explicação aqui é você. – Enquanto ele brigava comigo a garçonete colocava as comidas na mesa. Aquele cheiro fez meu estomago embrulhar novamente.
-Santiago, ele veio me dar os pêsames – Eu não consegui terminar de me explicar. Saí correndo para o banheiro sem olhar para trás com a mão na boca na tentativa de segurar o vomito já estava na minha garganta.
Debrucei-me sobre o vaso e vomitei água, eu não tinha mais nada dentro do meu estomago para vomitar. Ouvi quando Santiago entrou no banheiro gritando o meu nome.
-Aqui – Disse enquanto saia de dentro do banheiro.
Ele estava na porta escorado me esperando. Lavei a minha boca enquanto ele me olhava.
-O que você tem Helena? – Ele me perguntou rude, acho que ele ainda estava brabo comigo, mesmo eu estando naquele estado. Coração de gelo esse homem.
-Acho que é virose, eu não sei. – Respondi jogando água no rosto.
-Acho melhor você não trabalhar hoje. Eu te levo para casa – Eu o abracei
-Desculpa, ele me abraçou e eu não vi maldade, porque eu realmente acho que ele é uma pessoa do bem - tentei convencer o Santiago da sensação que eu tinha referente ao Pedro.
Senti seus ombros relaxarem. Ele retribui meu abraço. Acho que ele viu a verdade em minhas palavras mesmo que ele não acreditasse muito em mim.
-Helena, não sei o que eu faço contigo. Eu não quero você perto dele. Promete que não vai ficar perto dele? – Perguntou-me, segurando os meus ombros e se distanciando de mim para olhar nos meus olhos.
- Prometo – Respondi, com vontade de dizer não. Mas eu não podia teimar com ele agora. Ele me mataria.
-Tudo bem, vou levar você para casa – Ele disse, me puxando para a fora do banheiro.
-Não precisa, eu pego um táxi, não tem necessidade de você sair daqui só para me levar para casa. – Disse enquanto caminhávamos para a mesa.
Santiago me levou até a frente do hospital para eu pegar um táxi. O seu bip tocou e ele não pode ficar esperando o táxi comigo.
Não sei o que estava acontecendo com aquela cidade, não via nenhum táxi. Aquilo estava me estressando se o apartamento do Santiago não fosse tão longe, juro que ia de a pé.
-Helena – Ouvi quando Pedro me chamou.
Fechei os olhos por pensar na promessa que eu havia feito para o Santiago. Agora fudeu tudo. Provavelmente tem alguém me vigiando e se esse cara chegar mais perto de mim o Santiago vai achar que eu estou quebrando a nossa promessa. Helena porque você não é mais azarada?
-Oi – Respondi desanimada revirando os olhos.
-Quer uma carona? – Perguntou chegando perto de mim.
-Não, estou aqui esperando um táxi – Respondi, olhando para os meus pés. Na verdade isso tudo era uma tática para esse ser entender que eu não quero conversar.
-Que pena, achei que seria uma ótima oportunidade para eu te contar a nossa história.
-Por que você faz isso comigo? – Perguntei olhando para ele.
-Como assim? – Ele respondeu rindo.
-Eu sou muito curiosa, ainda mais quando essa história envolve o Santiago – Bufei
-Vem Helena – Pedro puxou meu braço me levando até seu carro.
Eu estava morta. Santiago ia saber disso e ia me matar. Deus o que eu tinha na cabeça?
Entrei no carro do Pedro toda desconfiada. Mesmo o meu sexto sentido achando que ele era um cara bacana eu sentia medo sobre as coisas que ele já havia feito principalmente de ter traído o seu melhor amigo com a noiva dele.
-Então, me conta! – Exige
-Nossa, mas você não faz nenhuma social antes – Sorriu.
-Pedro, nós sabemos o porquê eu estou aqui – Bufei impaciente.
-Vou tentar começar pelo o início. – Ele respirou fundo antes de começar – Você conhece o pai do Santiago? – Me questionou
Concordei com a cabeça.
-Você provavelmente deve saber da fama de mulherengo que ele tem. Acho que só quem não vê é o Santiago e a mãe dele, na verdade eu acho que o Santiago não quer ver para ser mais especifico. Então, eu e o Santiago nos conhecemos na faculdade. O Santiago achava que eu era bolsista, mas na verdade quem pagava a minha faculdade era o pai dele. Ou melhor, o nosso pai.
-Meu Deus! - Arregalei os olhos com a revelação que ele havia feito.
-A Maria fazia faculdade conosco. Eu e ela começamos a namorar escondidos porque ela tinha vergonha de eu ser pobre, mas eu a amava. Um dia, fomos a uma festa na casa do Santiago e os dois assumiram um namoro. Dá para acreditar, meu irmão tirou meu pai e depois a minha namorada. – Pedro fungou enquanto contava, acho que ele estava segurando o chorou.
Eu estava chocada com tudo que ele estava me contando eu não conseguia dizer alguma coisa para apoiar, mas sobre tudo aquilo que ele estava me contando o Santiago não fazia nem idéia.
-Eu simplesmente continue como amante da Maria, como ela me pediu. Só que eu acho que em algum momento ela se apaixonou pelo Santiago, eu resolvi esse problema o fazendo pegar nos dois juntos, eu sei foi errado, mas o Santiago precisava saber que tipo de pessoa era a Maria, ela queria manter nos dois.
-Pedro, eu não sei o que te falar. – Respirei fundo tentando digerir tudo aquilo que ele havia me falado.
-Eu não me importava em perder a amizade dele, porque ele não se importou comigo. Porque eu iria me importar? - ele indagou
-Mas Pedro ele não sabia de nada. Você não pode culpar alguém por algo que ela nem sabe para se defender. Eu conheço o Santiago ele nunca iria fazer algo assim se soubesse que você é o irmão dele e que você e a Maria tinham um relacionamento.
Ele riu.
-Helena eu tenho dó de você. Você não conhece o Santiago, ele não perdoa. Se você acha que eu sou vingativo você nunca viu ele com raiva de alguém. Por mais que ele amasse a Maria, ele a humilhava.
-Mas, por favor, olha o que ela fez. Eu faria pior do que ele – Ri ironicamente
-Chegamos – Ele disse estacionando da frente do prédio do Santiago.
-Eu não disse que estava morando aqui – Disse estranhando o fato.
-Eu sei mais de você do que você imagina – Ele sorriu para mim.
Fiquei olhando para ele. E fui abrir a porta do carro.
-Helena! – Ele segurou meu braço
Olhei para ele esperando ele falar.
-Se um dia você precisar de alguma coisa você pode contar comigo. E por favor, não conta nada disso para ele. – Engoli a seco. Droga mais um segredo. Será que eu estava com cara de psicóloga para escutar essas coisas e ter que esconder do Santiago.
Droga. O olhar dele era de tristeza, quase me implorando.
Fechei os olhos com o sentindo de dó que se instalava em mim.
-Tudo bem, pode deixar. – Sorri tentando disfarçar meus sentimentos.
Entrei dentro do apartamento e me joguei no sofá.
E a tontura tomou conta de mim novamente. Que droga! Acho que era tanta coisa acontecendo que já estava afetando a minha saúde.
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A cura da paixão
Storie d'amoreHelena enfermeira recém formada e conseguiu o emprego dos sonhos em outra cidade, acaba unindo todas as coisas que sempre desejou, fugir de um passado amoroso e ajudar a sua mãe na recuperação da sua saúde. Doutor Santiago é o médico e administrado...