Parte 27 - Carona reveladora

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- Você está me respondendo com uma pergunta Helena? Você tem que me responder, acho que é o mínimo que mereço. Eu te tiro de um setor para te separar do cara e você vai lá e me abraça ele, acho que quem está me devendo explicação aqui é você. – Enquanto ele brigava comigo a garçonete colocava as comidas na mesa. Aquele cheiro fez meu estomago embrulhar novamente.

-Santiago, ele veio me dar os pêsames – Eu não consegui terminar de me explicar. Saí correndo para o banheiro sem olhar para trás com a mão na boca na tentativa de segurar o vomito já estava na minha garganta.

Debrucei-me sobre o vaso e vomitei água, eu não tinha mais nada dentro do meu estomago para vomitar. Ouvi quando Santiago entrou no banheiro gritando o meu nome.

-Aqui – Disse enquanto saia de dentro do banheiro.

Ele estava na porta escorado me esperando. Lavei a minha boca enquanto ele me olhava.

-O que você tem Helena? – Ele me perguntou rude, acho que ele ainda estava brabo comigo, mesmo eu estando naquele estado. Coração de gelo esse homem.

-Acho que é virose, eu não sei. – Respondi jogando água no rosto.

-Acho melhor você não trabalhar hoje. Eu te levo para casa – Eu o abracei

-Desculpa, ele me abraçou e eu não vi maldade, porque eu realmente acho que ele é uma pessoa do bem - tentei convencer o Santiago da sensação que eu tinha referente ao Pedro.

Senti seus ombros relaxarem. Ele retribui meu abraço. Acho que ele viu a verdade em minhas palavras mesmo que ele não acreditasse muito em mim.

-Helena, não sei o que eu faço contigo. Eu não quero você perto dele. Promete que não vai ficar perto dele? – Perguntou-me, segurando os meus ombros e se distanciando de mim para olhar nos meus olhos.

- Prometo – Respondi, com vontade de dizer não. Mas eu não podia teimar com ele agora. Ele me mataria.

-Tudo bem, vou levar você para casa – Ele disse, me puxando para a fora do banheiro.

-Não precisa, eu pego um táxi, não tem necessidade de você sair daqui só para me levar para casa. – Disse enquanto caminhávamos para a mesa.

Santiago me levou até a frente do hospital para eu pegar um táxi. O seu bip tocou e ele não pode ficar esperando o táxi comigo. 

Não sei o que estava acontecendo com aquela cidade, não via nenhum táxi. Aquilo estava me estressando se o apartamento do Santiago não fosse tão longe, juro que ia de a pé.

-Helena – Ouvi quando Pedro me chamou.

Fechei os olhos por pensar na promessa que eu havia feito para o Santiago. Agora fudeu tudo. Provavelmente tem alguém me vigiando e se esse cara chegar mais perto de mim o Santiago vai achar que eu estou quebrando a nossa promessa. Helena porque você não é mais azarada?

-Oi – Respondi desanimada revirando os olhos.

-Quer uma carona? – Perguntou chegando perto de mim.

-Não, estou aqui esperando um táxi – Respondi, olhando para os meus pés. Na verdade isso tudo era uma tática para esse ser entender que eu não quero conversar.

-Que pena, achei que seria uma ótima oportunidade para eu te contar a nossa história.

-Por que você faz isso comigo? – Perguntei olhando para ele.

-Como assim? – Ele respondeu rindo.

-Eu sou muito curiosa, ainda mais quando essa história envolve o Santiago – Bufei

-Vem Helena – Pedro puxou meu braço me levando até seu carro.

Eu estava morta. Santiago ia saber disso e ia me matar. Deus o que eu tinha na cabeça?

Entrei no carro do Pedro toda desconfiada. Mesmo o meu sexto sentido achando que ele era um cara bacana eu sentia medo sobre as coisas que ele já havia feito principalmente de ter traído o seu melhor amigo com a noiva dele.

-Então, me conta! – Exige

-Nossa, mas você não faz nenhuma social antes – Sorriu.

-Pedro, nós sabemos o porquê eu estou aqui – Bufei impaciente.

-Vou tentar começar pelo o início. – Ele respirou fundo antes de começar – Você conhece o pai do Santiago? – Me questionou

Concordei com a cabeça.

-Você provavelmente deve saber da fama de mulherengo que ele tem. Acho que só quem não vê é o Santiago e a mãe dele, na verdade eu acho que o Santiago não quer ver para ser mais especifico. Então, eu e o Santiago nos conhecemos na faculdade. O Santiago achava que eu era bolsista, mas na verdade quem pagava a minha faculdade era o pai dele. Ou melhor, o nosso pai. 

-Meu Deus! - Arregalei os olhos com a revelação que ele havia feito.

-A Maria fazia faculdade conosco. Eu e ela começamos a namorar escondidos porque ela tinha vergonha de eu ser pobre, mas eu a amava. Um dia, fomos a uma festa na casa do Santiago e os dois assumiram um namoro. Dá para acreditar, meu irmão tirou meu pai e depois a minha namorada. – Pedro fungou enquanto contava, acho que ele estava segurando o chorou.

Eu estava chocada com tudo que ele estava me contando eu não conseguia dizer alguma coisa para apoiar, mas sobre tudo aquilo que ele estava me contando o Santiago não fazia nem idéia.

-Eu simplesmente continue como amante da Maria, como ela me pediu. Só que eu acho que em algum momento ela se apaixonou pelo Santiago, eu resolvi esse problema o fazendo pegar nos dois juntos, eu sei foi errado, mas o Santiago precisava saber que tipo de pessoa era a Maria, ela queria manter nos dois.

-Pedro, eu não sei o que te falar. – Respirei fundo tentando digerir tudo aquilo que ele havia me falado.

-Eu não me importava em perder a amizade dele, porque ele não se importou comigo. Porque eu iria me importar? - ele indagou

-Mas Pedro ele não sabia de nada. Você não pode culpar alguém por algo que ela nem sabe para se defender. Eu conheço o Santiago ele nunca iria fazer algo assim se soubesse que você é o irmão dele e que você e a Maria tinham um relacionamento.

Ele riu.

-Helena eu tenho dó de você. Você não conhece o Santiago, ele não perdoa. Se você acha que eu sou vingativo você nunca viu ele com raiva de alguém. Por mais que ele amasse a Maria, ele a humilhava.

-Mas, por favor, olha o que ela fez. Eu faria pior do que ele – Ri ironicamente

-Chegamos – Ele disse estacionando da frente do prédio do Santiago.

-Eu não disse que estava morando aqui – Disse estranhando o fato.

-Eu sei mais de você do que você imagina – Ele sorriu para mim.

Fiquei olhando para ele. E fui abrir a porta do carro.

-Helena! – Ele segurou meu braço

Olhei para ele esperando ele falar.

-Se um dia você precisar de alguma coisa você pode contar comigo. E por favor, não conta nada disso para ele. – Engoli a seco. Droga mais um segredo. Será que eu estava com cara de psicóloga para escutar essas coisas e ter que esconder do Santiago.

Droga. O olhar dele era de tristeza, quase me implorando.

Fechei os olhos com o sentindo de dó que se instalava em mim.

-Tudo bem, pode deixar. – Sorri tentando disfarçar meus sentimentos.

Entrei dentro do apartamento e me joguei no sofá.

E a tontura tomou conta de mim novamente. Que droga! Acho que era tanta coisa acontecendo que já estava afetando a minha saúde.

A cura da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora