Parte 22 - Ex - namorado

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- Fala Helena – alessandro me provocou me incentivando a falar a verdade ou a mentir mais, o problema era como eu ia sair dessa situação.

-Helena – Chamou o Santiago

Eu tinha que falar a verdade, eu já tinha mentido demais para o Santiago, mas uma mentira eu não ia conseguir nem olhar na cara dele.

- Eu te falo Santiago, mas não aqui – Disse, dando um passo a frente.

-Não, acho melhor dizer aqui. Afinal eu já estou aqui – Disse Alessandro, caminhando até nós.

-Ele é o...

-Alessandro, meu é Alessandro – Interrompeu-me Alessandro, dado a mão para cumprimentar o Santiago. Eu olhei apavorada para ele. 

- Alessandro? – Santiago estreitou os olhos. – É o seu...

-É, é o meu ex-namorado – Interrompi as conclusões do Santiago.

Sua cara se fechou e eu consegui o sentir apertando a mão do Alessandro com força ao cumprimentar.

-Você pode nos deixar sozinho – Santiago disse ao Alessandro. Olhei para cima, sabendo que vinham mais intrigas entre nos dois.

-Claro, te vejo depois Helena – Ele saiu me dando um sorriso.

-Quando você ia me contar? – Perguntou Santiago me fuzilando com os olhos cheios de raiva.

-Eu juro que ia contar hoje – Respondi.

-Eu te tiro de um setor querendo deixar o Pedro afastado de ti e te entrego de bandeja para o teu ex – Ele disse, passando as mãos pelos cabelos. Acho que ele estava perdido, assim como eu.

-Eu não tenho culpa, foi você que me mudou de setor. – Eu disse, tentando tirar a culpa de cima de mim, mas eu sabia que a culpa também era minha, pois eu deveria ter contado àquela hora que eu estava no leito.

-Esse filho da puta tava na observação contigo quando você desmaio. – Santiago cerrou a mandíbula. – Porque ele estava contigo helena? – Ele me perguntou, segurando meus braços me sacudindo com força – Fala Helena! – Ele gritou.

-Você está louco Santiago – Gritei com ele, me soltando dos seus braços – Você acha que eu sou a Maria que você pode tratar do jeito que você quiser?

Eu acho que o Alessandro tinha razão, eu era tão fraca que vivia tentando me esconder em um relacionamento em qual o homem obtêm o controle de tudo. 

-Droga – Ele gritou, virando para o lado e socando a parede. Eu cruzei os braços e olhei para o lado, tentando não chorar de raiva ou tristeza. Ou os dois juntos.

-Eu não quero que isso se repita Santiago – Disse olhando para cima.

-Desculpa, é que eu fico louco de ciúmes – Ele disse, se voltando para mim. – Por favor, me desculpa – Ele segurou meu rosto com as duas mãos.

Seu olhar entristeceu, eu sabia que ele não queria ter feito aquela cena toda, mas era maior que ele tudo aquilo.

- Eu suportei a Maria, você vai ter que suportá-lo agora – Disse, segurando seu rosto com as duas mãos.

-Eu sei – Ele sussurrou encostando sua testa na minha – Eu sei.

-Eu te amo e isso tem que bastar Santiago - falei enquanto segurava seu rosto.

-E isso basta meu amor – Ele me beijou com força, com um desejo que ele jamais havia me beijando, ele procurava alguma coisa no meu beijo. Talvez uma resposta se o meu amor era verdadeiro ou talvez força para enfrentar a idéia de eu conviver todos os dias com o Alessandro.

Eu envolvi minhas mãos as suas costas colando o seu corpo ao meu, para mostrar que eu o correspondia me envolvia no beijo.

-Meu apartamento hoje? – Ele me perguntou sorrindo

-Eu topo – Respondi com um sorriso largo. – Que horas você me pega?

-Umas oito? - ele sorria

-Perfeito - acenei com a cabeça.

Eram seis horas da tarde quando eu sai do hospital e fui caminhando para a casa. A Rebeca já havia ido embora, afinal ela fazia agora menos horas que eu, então teria que chegar em casa e ligar para ela para poder colocar as fofocas em dia. Um carro começou a andar junto comigo. Era uma caminhonete prata. Quando olhei para o lado para ver quem era, dei de cara com o Alessandro. Ele estava com os vidros do carro aberto.

-O que você quer? – Perguntei, revirando os olhos sem parar de andar.

-Só saber a onde mora o meu amor – Ele soltou um sorriso

-Você é louco – O fuzilei com os olhos

-Só se por você – Ele riu

Eu desistia se ele quisesse me seguir, ele que seguisse. Fingiria que ele não existia.

-Você está muito bonita sabia? - questionou tentando me irritar, eu conhecia o seu jogo.

-E você é muito chato sabia? - respondi tentando irrita-lo.

- Eu diria persistente, você me afastou uma vez Helena, eu não vou deixar ninguém, muito menos você fazer isso de novo – Sua expressão se fechou e agora eu não via ironia, eu via ódio, ressentimento e vingança.

Ele me dava medo, mas eu não podia transparecer esse medo, eu sabia que se eu transparecer ele ia acabar comigo.

-Você sabe que eu tenho namorado e que ele é dono do hospital, se eu quiser ele te demite num piscar de olhos – Disse, enquanto parava na calçada e colocava as mãos na cintura. Eu não estava disposta a deixá-lo me seguir até a minha casa para infernizar a minha vida no único lugar que eu tinha sossego.

-Você não faria isso – Ele falou descendo do carro

-Ah não e como você sabe disso? – Perguntei, debochando da sua cara.

-Porque eu te conheço Helena, melhor que você mesma. Você é incapaz de prejudicar outra pessoa, ainda mais alguém que você já amou. – Ele disse, me encarando.

-Você não me conhece – Peguei o celular e comecei a discar para o número do Santiago – Vamos ver o que você acha disso então.

Quando ia aperta a tecla de ligar, Alessandro pegou o telefone da minha mão e jogou ele no meio da estrada, o quebrando em pedacinho. Engoli a seco, meu coração ficou acelerado e a minha respiração ofegando, meu medo era visível. Eu sabia do que ele era capaz.

Ele me pegou pelo rosto me jogando contra o carro. Eu desvie o meu olhar do seu e com uma mão ele apertou minhas bochechas me machucando. Eu comecei a chorar.

-Você sabe do que eu sou capaz né? - ele disse com olhar de louco.

-Sei – respondi engolindo o choro.

Ele jogou minha cara para o lado.

-Agora vai e quando eu precisar te ligo – Ele riu ironicamente – Acabei de quebrar seu celular. – Revirei os olhos, ele era louco. Ele ria igual um louco, seu olhar era de um homem louco.

-A gente trabalha junto, até amanhã querida. – Então ele pegou o carro e saiu.

Eu não queria meter o Santiago nesse problema, afinal era tudo minha culpa. Culpa minha de ter se envolvido com um louco como o Alessandro. Todo o inferno que eu havia vivido uma vez, parecia estar voltando.  Naquela época eu amava o Alessandro e perdoava as suas loucuras até ele ir embora. Mas hoje em dia eu amava o Santiago e não estava disposta a conviver novamente com ele. Então comecei a chorar.

A cura da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora