Parte 42 - Esperança

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Estava na sala de espera da cirurgia desolada, não tinha mais lágrimas para chorar. Eu só conseguia pensar em como eu fui idiota em não dizer o quanto eu o amava, o pior de tudo é que se ele morrer vai morrer achando que eu não o amo. E só o que eu fiz esse tempo todo foi amá-lo incondicionalmente.

-Helena – Olhei para o lado e encontrei Dona Conceição o olho vermelho era visível que ela havia chorado tanto ou igual a mim.

-Dona Conceição – Me levantei da cadeira e abracei. Eu já não tinha forças para chorar era tão bom poder abraçar alguém num momento como esse.

-Como foi que tudo aconteceu? – Ela me perguntou enquanto sentávamos.

-Foi muito rápido, não sei explicar muito bem, a Maria queria matar nós e quando vi já tinha atirado no Santiago e no mesmo instante – chorei novamente colocando as mãos sobre os olhos.

-Tudo bem – ela disse pegando minhas mãos e me abraçando. – A Maria já foi encaminhada para delegacia, assim o Santiago se recuperar vocês dois prestam queixa e está tudo resolvido.

-Senhora Conceição, você acha que ele vai voltar pra mim? – Perguntei

-Claro que ele vai voltar para nós minha filha, não seja boba. Ainda mais com meu neto, ele nunca que vai querer partir – Ela disse passando a mão na minha barriga.

-Como à senhora...

-Ele me contou, meio relutante, mas contou- Ela me interrompeu respondendo a minha pergunta.

-É que estou tão acostumada a perder as pessoas, eu não suportaria perder ele – Disse me escorando em seu ombro.

-Você não vai o perder, eu prometo – Ela disse passando as mãos sobre o meu cabelo.

As horas passavam e ninguém vinha nos dar noticia, eu não aguentava mais de tanta angustia.

-Pedro, Rebeca – Disse assim que os vi passando a porta da sala de espera.

-Helena – Os dois vieram correndo me abraçar.

-Ai meu Deus é tão bom ter vocês aqui – Disse enquanto os abraçava.

-Como ele está? – Perguntou Pedro.

-Não sabemos nada, faz umas 3 horas que estão lá dentro. – Disse choramingando

-Vem cá amiga – Rebeca disse me abraçando.

Mais algumas horas se passaram e nada de notícias, até que...

-Com licença – Disse o médio saindo do bloco cirúrgico – A mãe do Doutor Santiago se encontra?

-Aqui Doutor – Dona Conceição disse se levantando.

-Precisamos de sangue O+ para o seu filho – Ele disse

-Ai Meu Deus – O meu sangue não era esse eu pensei ao ouvir o pedido do médico.

-Mas Doutor, o meu sangue é A+ - Ela disse quase chorando.

-E o do seu marido? – Ele perguntou

-Meu marido acho que é doutor, vou ligar para ele. – Ela disse pegando o telefone da bolsa.

-Espera aí – Pedro disse – O meu sangue é O+ e sou meio irmão dele Doutor.

Olhei para Rebeca apavorada enquanto Dona Conceição nos olhava perdida.

-Dona Conceição, eu explico tudo a senhora! – Disse

Enquanto Pedro entrou com o Doutor, eu e a Rebeca começamos a explicar as coisas a Dona Conceição que não ficou surpresa ao saber da traição do marido, ela era tão bem resolvida que conversou com a Rebeca sem dar a mínima dela já ter sido amante do seu marido.

Algumas horas mais se passaram quando Pedro voltou com o cirurgião.

-Acho melhor levá-lo para casa, ele precisa repousar. – Médico disse enquanto Rebeca ia correndo até o Pedro.

-Como você está amor? – Ela perguntou a Pedro

-Estou bem, só quero que o Santiago se salve. – Ele disse ao abraçar Rebeca.

-Ele vai ficar bem – Dona Conceição disse – Queria muito agradecer pelo que você pelo meu filho, obrigada mesmo meu querido – Ela disse o abraçando tirando dos braços de Rebeca.

Juro que se meu amor não estivesse na situação que está agora, eu choraria de alegria por ver eles se dando tão bem, mas a tristeza e a preocupação tomavam conta de mim, a angustia de saber que ele está lá dentro sozinho, a cada novo pensamento minha vontade era de chorar.

Depois de termina o seu abraço no Pedro ela se direcionou para Rebeca a abraçando também.

Rebeca sorriu para mim por cima do ombro dela.

Estava feliz em ver a minha amiga e o Pedro felizes e de alma limpa depois de tudo que fizeram afinal Pedro errou com o Santiago e Rebeca com a Dona Conceição, mas graças a Deus tudo agora seria um passado, só faltava o meu amor comigo.

-Nós vamos indo, vou cuidar do Pedro. Qualquer coisa vocês me avisem, por favor – Rebeca disse segurando a mão do Pedro.

-Pode deixar amiga – Eu disse concordando com a cabeça.

Assim que Rebeca e o Pedro saíram, Dona Conceição e eu sentamos e começamos a rezar pela vida do homem mais importante de nossas vidas.

Assim que acabamos a oração Dona conceição me olhou com um brilho nos olhos.

-Sabe qual é a parte boa disso tudo? – Ela me perguntou sorrindo.

-Não consigo ver nada de bom nisso – Disse confusa.

-Claro que tem, agora você vai perdoar meu filho e vocês serão uma família. – Ela disse sorrindo, seu olhar entregava a felicidade que ela sentia em saber que nos dois voltaríamos claro que eu não havia pensando nisso desta forma ainda, até porque a única coisa que eu queria era ver ele e saber que ele está bem, o abraço e sim, claro, o beijá-lo.

Estou louca para ter ele novamente em nosso apartamento.

Eu entreguei meus pensamentos quando sorri contente com a possibilidade.

-Não consigo nem fingir, a única coisa que eu desejo nesse momento é dizer a ele que eu o amo – Eu disse sorrindo segurando as lagrimas.

Acho que eu nunca tive tanta necessidade de sentir o calor da pele dele, de saber que ele me ama e dele saber que eu o amo mais que tudo.

-Ele vai acordar minha filha – Ela disse segurando minha mão com carinho.

Eu gostava muito dela e a admirava, sua confiança em nós era tão boa e confortável.

-Com licença, Dona Conceição preciso falar com você sobre a situação do Santiago – Médico disse saindo do centro cirúrgico novamente.

-Pode falar Doutor – Ela disse nervosa.

Eu me levantei junta a ela e nossas mãos ainda estavam juntas na tentativa de buscar força uma a outra. Meu coração estava acelerado, o semblante do médico era preocupante. Calma Helena, não deve ser nada demais, não pode ser. Só o que me faltava perder mais alguém tão importante assim para mim.

-Por favor, Doutor, diz de uma vez o que aconteceu? – Eu disse desesperada enquanto agarrava com força a mão da mãe do homem da minha vida.

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A cura da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora