Mitchel Stark

MITCHEL STARK - Capitulo 1

Elizabeth Holmes

Luna

Esse nome é ecoado desde o fundo do meu cérebro, me assustando. Desperto com tudo. Nem percebi que tinha pegado no sono, até agora.

— Senhorita Holmes, poderia vir até minha mesa um minuto. — Diz o professor da universidade.

Sinto um arrepio percorrer minha coluna, minha barriga está formigando e minhas mãos suando.

Eu estou muito ferrada.

A sala de psicologia da universidade de Missouri está vazia. A aula acabou e eu continuei dormindo, outra vez. Curso o terceiro semestre com o professor Shane. Ele é jovem e bonito, com seus vinte e dois anos, cabelos castanhos e olhos mel.

Se continuar com essa descrição, eu vou precisar de um ventilador para aquecer esse meu fogo.

Argh, tenho uma grande lista de afazeres para o futuro, e com toda certeza, pegar meu professor de psicologia não é um deles. Tudo bem que se ele não fosse meu professor, eu até conseguiria ter uns pensamentos. Talvez.

Porém, ele é meu professor e isso não irá mudar. Eu não vou pegar meu professor de psicologia. Costumo ser uma aluna muito concentrada, mas nesses últimos dias, venho tendo sonhos acordada, com uma voz.

Essa voz do sonho, me é familiar e ao mesmo tempo distante. Algo difícil de explicar. Como se nunca a tivesse escutado antes, porém ao mesmo tempo sinto que a escuto minha vida toda. Cada vez que me lembro dela sinto uma adrenalina no meu sangue.

Luna.

Não faço faço a menor idéia de quem seja. Nunca ouvi esse nome antes, mas me sinto tão bem ouvindo ele. É estranho.

Junto minhas coisas e sigo em direção a mesa do professor.

— Pois não? — digo tentando parecer normal.

— Elizabeth, o que está acontecendo? — Me pergunta um Shane muito preocupado. Preocupado até de mais.

— Nada. Estou bem, muito bem. Deve ser ansiedade, ou algo assim... — Me forço a calar a boca antes que me enrole. A culpa não é minha, se não sei mentir. — Bem se é só isso, tenha um bom dia professor Shane. — Ele acena com a cabeça.

Ajeito a mochila nos meus ombros e passo pelo corredor da faculdade lotada. É o turno da tarde, o que as pessoas normais preferem. Saio como sempre passado despercebida. Não sou muito fácil de me socializar, mesmo morando debaixo do mesmo teto de uma socialite.

Judith Richards Davis, uma das garotas mais populares e festeiras de todos os tempos. Como somos tão próximas, sendo tão diferentes? Não faço idéia.

Bota diferente nisso. Nós não temos nada a ver.

Saindo da universidade, vou direto para o ponto de ônibus. Eu conseguirá. Vou até lá andando, chegando lá me sento no banco para esperar. Depois de um tempo esperando começo a ficar impaciente.

Será que estou no ponto certo?

Olho meu relógio de pulso mais uma vez. É vou ter que ir a pé. Me levanto e me preparo para andar quando o vejo. Ou melhor sua moto com ele em cima, parado ao meu lado na rua.