Mitchel Stark

MITCHEL STARK - Capítulo 14

(Gatilho leve) +18

Judith

Minhas costas ardem pelas chicotadas que já foram e em antecedência pelas que virão. A tentação de me entregar a ele é grande, quase irresistível.

Tenho que resistir por ela. Ela não tem ninguém, somente a mim. Simplesmente não posso deixa-lá a própria sorte com esse monstro. A mercê dessa besta sanguinária, por mais que ela não tenha escolha. Nem eu.

— Acorda amor, ainda não acabamos.

Escuto sua voz próxima ao meu ouvido, percebendo o quanto esta perto. Quase sinto sua pele na minha. E por mais assustador que seja, também é reconfortante. Sua proximidade é excitante e devastadora.

Seu cheiro me deixa embriagada e percebo que eu tenho esse mesmo efeito sobre ele. Estamos numa guerra, e não faço idéia de quem sairá vitorioso. Se algum de nós conseguir sequer vencer.

Tudo para quando sinto a próxima chicotada. A linha cruza minhas costas pela diagonal, a dividindo em duas partes. Uma parte de mim grita por libertação, a outra por sanidade. E pode apostar que ele é tudo menos isso.

Seus dedos passeiam pela lateral do meu corpo. Desde as minhas mãos amarradas ao teto, até minha pernas amarradas ao chão. Que me deixa totalmente exposta a ele. É tão macio quanto uma leve pluma, mas ao mesmo tempo bruto. Fecho meus olhos e aproveito a sensação, não sei até quando isso irá durar.

Não tarda muito até a ardência vir, quando seu toque desaparece. Mesmo que abra os olhos, é impossível ver seu rosto, meus olhos estão tapados por uma faixa escura permitindo com que os meus outros sentidos fiquem mais aguçados.

— Isso é para você aprender a se comportar.

Ele nem sequer se esforça. Como é que consegue ser tão sensual? Devia ser crime deixar a comunidade feminina molhada só com o poder da sua voz.

Sinto seu hálito quente na minha boca, seus lábios úmidos sob os meus. Primeiro ele os contorna com a língua, depois os suga sem nenhuma dó deixando meus peitos arrepiados de prazer. Nunca senti nada parecido. Isso me desestabiliza de maneiras que não consigo nem explicar.

Ao perceber que não consigo aguentar mais, ele desce seus lábios pelo meu pescoço, claro que deixando sua marca, depois vai até o vão dos meus seios parando com as carícias.

O que ele está esperando?

Sem conseguir aguentar, ofereço meus seios, me impulsionando para sua direção e ele os toma de bom grado. Sua língua circula o bico, e já sinto os espasmos de prazer se formando. Sinto meu útero se contraindo. Quando ele passa para o seio esquerdo o chupando com força, me entrego ao prazer carnal que essa fera me proporciona.

Meus gemidos voam livremente pela sala, escuto o eco más não me importa. Nada mais importa. Somente o agora. Eu e ele.

Sinto a luz passar por entre a janela, diretamente para meus olhos. Sinto o suor descer pela minhas costas, onde estão as cicatrizes e pelo meu rosto. Minha cabeça lateja de dor. Ao abrir meus olhos a primeira coisa que vejo é meu teto. Olho ao redor e percebo que estou na minha cama.

Não passou de um sonho. Essa lembrança veio como um filme, feito pelo meu subconsciente para infernizar minha vida. Esse dia não sai da minha cabeça. Por que ele tem que exercer esse controle sobre mim?

Não é porque somos supostamente companheiros, seja lá o que isso signifique, que ele tem esse direito. Nada do que ele fala faz sentido algum.

Tenho que terminar tudo.