MITCHEL STARK - Capítulo 4

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Elizabeth Holmes

Depois de três horas de viagem finamente chegamos ao nosso destino. Não posso reclamar, foram três horas muito interessantes. Nick veio me contando um pouco sobre os negócios da família, dele mesmo e sobre o cassino. Também me perguntou muito sobre mim, o que é uma novidade. Acho que nunca alguém se interessou tanto pela minha vida.

Por um momento eu me senti importante, especial.

Ele causa esse efeito em mim.

Paramos em frente a uma mansão branca, toda iluminada. O cassino. Simplesmente magnífico. Se ele é o deus Apollo, esse é o seu templo.

Ele me oferece o braço e eu agarro, me sentindo desarrumada para a situação. Agora analisando bem suas roupas, percebo que está muito elegante com sua camisa social preta.

Adentrando o local passo por uma recepção, ou eu acho que é isso. Muitas pessoas estão circulando, na grande maioria homens de terno. Mais para dentro começo a ver os jogos de roleta e um enorme bar.

— Venha, vamos nos sentar no bar. — Ele oferece e eu sigo ele.

Na metade do caminho para cá eu desmenti o que a Judith disse, mas como já estávamos a mais de uma hora na estrada eu disse que não haveria problema. Ele pareceu verdadeiramente chateado com a situação, deve ser por isso que agora está me levando para a parte mais tranquila do enorme salão.

Também tem escadas, mas eu não sei para onde elas levam. Anoto na minha agenda mental para perguntar a ele depois.

Nos acomodamos nos bancos altos de couro e logo um garçom vem nos atender.

— Senhor Montenegro, o que irá desejar hoje? — ele pergunta.

Nunca vi um garçom tão elegante assim antes, só nos filmes. Estou me sentindo dentro do poderoso chefão.

— Um uísque puro com gelo para mim. — Ele se vira para mim, como se perguntasse o que eu desejo.

No momento eu desejo você.

— Eu quero uma água, por favor. — Me arrependo assim que as palavras saem da minha boca.

Droga Elizabeth, tem como você ser mais sem graça? Custava eu pedir pelo menos um suco.

— Em um momento, com licença. — Dito isso ele se vai me deixando sozinha com meu acompanhante.

Eu demoro até encontrar meu olhar com o dele por vergonha.

— Então Liz, — Nick me lança um sorrisinho como se me achasse engraçada. — você não bebe?

Engulo em seco. Ele me deixou sem palavras mas me forço a responder. Encaro minhas mãos em cima da mesa, elas estão se contorcendo de nervosismo.

— Bem, eu não tenho costume. — minha voz sai mais baixa que o necessário. Me sinto uma criança perto dele. — Minha mãe era alcoólatra. — Tento me explicar.

Deus, por que eu mencionei isso? Uma ótima maneira de prosseguir com esse encontro.

Talvez ele já estivesse fadado ao fracasso antes mesmo de começar.

Suas sobrancelhas se elevam e seus olhos se arregalam.

— Claro, eu sinto muito. Que indelicadeza a minha! — Ele segura minhas mãos por cima da mesa e da um aperto tranquilizador.

Ele é tão educado, tão perfeito. Me sinto nas nuvens e sinto seus dedos acariciando a minha palma. Eu gosto de sentir seu toque.

— Não, tudo bem. Ela já está bem melhor. Quase curada. — Me atrapalho nas palavras. Dou um sorriso sem graça.

Mitchel StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora