MITCHEL STARK - Capítulo 3

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Elizabeth Holmes
Azar no amor, azar no jogo

Má sorte. Eu nunca me considerei alguém de má sorte. Judith sempre diz que tenho um anjo da guarda sempre se protegendo ao invés de me proteger.

Acredito que tudo de ruim vem por algum bom motivo, para melhorar. Tento não me focar nas coisas ruins, e sim agradecer pelas coisas boas. Como, ter conseguido entrar para a faculdade dos meus sonhos, ter minha mãe sempre ao meu lado, ter a melhor amiga do mundo e por nunca ter precisado de nada.

Como agora, estou tentando não focar na companhia  que estou sendo obrigada a aturar e agradecer por ter uma bela visão.

E por finamente chegar no último ponto turístico dessa cidadezinha tão conservadora.

— E essa é a entrada para o bosque da reserva ambiental. Acho que acabamos por aqui, agora você pode me dizer seu nome. — Falo cansada.

Nunca pensei que ficar ao lado de outro ser fosse ser tão exaustivo. Foi um dia repleto de comentários sarcásticos e piadas. Foi... divertido. Céus, faz tanto tempo que não me divertia assim. Estar com ele é tão intenso e ao mesmo tempo tão leve.

Na hora do almoço paramos em um restaurante local bastante conhecido, ele pagou a conta claro. Fez o mínimo considerando que basicamente me arrastou para cá.

Saímos do carro.

— Bem, mas antes eu gostaria de agradecer pelo passeio, Lizzie. — Ele se aproxima.

Lizzie parece mais uma provocação do que meu apelido.

Droga. Eu não estava preparada para essa proximidade toda. De repente, eu já estou contra o carro e ele quase encostando em mim. Sinto como se todo o oxigênio tivesse sido sugado. Meu cérebro se perde, não consigo formar nada coerente e muito menos afastá-lo de mim.

O clima começa a esquentar. Seus olhos não desviam do meu nem por um segundo. Lindos olhos vermelhos, seus braços estão apoiados no carro me prendendo. E quando eu posso sentir sua respiração batendo no meu rosto, um carro para ao nosso lado e um homem loiro muito bonito sai dele.

E essa é a minha sorte no amor. Acho que meu cupido é tão preguiçoso quanto eu.

Stark. — Ele diz, seus olhos passam por mim com curiosidade. Logo um enorme sorriso abre no seus lábios, e uau, que sorriso. — Espero não ter interrompido nada.

Sua voz não tem nada de arrependimento nela. Ele se vira para mim. Belos olhos azuis.

— Oi — digo timidamente. Tento me controlar para não corar. Ele me analisa de cima a baixo, como se não pudesse acreditar que eu estava ali.

— Muito prazer, sou Alex. — Ele se aproxima e beija minha mão, mas seus olhos estão maliciosos. Lindos olhos azuis maliciosos. — E o que uma moça tão linda como você faz ao lado desse cara aí?

— Alex, cai fora. — Meu vizinho rosna, seu olhar é mortal.

Seus braços se soltam do carro e pressionam a minha cintura, me puxando para ele. É a primeira vez que temos um contato tão direto, e eu gostei.

— Ei, para de ser grosseiro! — Ralho com ele tentando controlar minhas emoções.

Eu só o conheço a um dia e meio, não posso estar me apaixonando.

Não posso estar me apaixonando.

Não posso estar me apaixonando.

Ele é encrenca.

Mitchel StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora