MITCHEL STARK - Capitulo 17

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Elizabeth Holmes

Eu acho que ele ainda não superou muito bem e estou muito encrencada. Volto meu olhar para a janela. O engarrafamento está horrível, combinando com o humor dele.

— Está aqui é a avenida da faculdade? — Tento iniciar uma conversa amigável, para tirar a tensão do lugar.

— Sim. — Resposta simples, vejo que ele é um homem de poucas palavras.

— Você gosta dessa música? — Está tocando Heaven, de Bryan Adams, uma das minhas musicas favoritas.

— Não. — Ouch. Essa doeu.

Nem tenta disfarçar que ele gostou da minha reação.

— Qual tipo de música você gosta, então? — Vamos esquecer esse corte. Conversaremos amigavelmente.

— Não gosto de música. — Tudo bem. Sou umas das pessoa mais pacientes do mundo. — De quais você não gosta? — Ele também está tentando iniciar uma conversa. Que ótimo.

— Não curto muito Jazz e nem as clássicas. Por quê? — Agora estou animada.

— Porque a partir desse momento, eu gosto delas. — E minha animação vai por ralo a baixo. Corrigindo. Eu era uma das pessoas mais pacientes desse mundo - até conhecer ele.

— Obrigada, me sinto honrada. E quais você não gosta? — Estou disposta a esquecer esse infortúnio se ele cooperar.

— Eu não gosto das que você gosta. — Ele nem sequer olha na minha cara. E ele esta sorrindo.

— Jura? E por que será que isso não me surpreende? — Reviro os olhos.

— Você está ficando muito abusada garota. — Seus olhos não saem do caminho.

— Ótimo. — Digo em um suspiro. Desisto de falar com ele. Sua arrogância impede que ele seja simpático, eu não sou obrigada a aturar isso. Cansei de ter ele tirando sarro com a minha cara.

A música chega ao fim, igual minha paciência. Recosto minha cabeça fechando os olhos. Poxa, o que custava ele tentar ser legal? Isso não mata, ele deveria  tentar.

— Sinto muito. — Sua voz soa quase inaudível. Por um momento, acredito que ele não disse nada. Deve ser coisa da minha cabeça.

— Quê?

É como dizem... a esperança é a última que morre.

— Eu não vou repetir. — Sua voz sai carrancuda.

Oh Deus! Ele realmente pediu desculpas. Um sorriso inevitável surge nos meus lábios.

— E pelo que exatamente você sente muito? — Provoco.

— Eu estou com raiva e descontei ela em você. — Mitchel diz isso olhando nos meus olhos.

— Oh. Ok.— Tento disfarçar que corei um pouco. Não esperava por essa.

O silêncio volta a reinar e vejo ele ficar inquieto, como se quisesse falar algo a mais. Decido ignorar, do jeito bipolar que ele é. Se passam uns cinco minutos e a inquietação não passa. Que se dane, minha curiosidade é maior.

— Você quer falar alguma coisa? — Perguno esperançosa de conseguir algo.

— Na verdade sim. Nunca mais passe por aquele atalho. — Diz. Não, melhor dizendo, ordena.

— Por quê? — Se eu vou ter que obedecer tenho o direito de ao menos saber o motivo.

— Não te interessa.

Mitchel StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora